Projeto Leech

30 "Agora"

Oliver tem passado mais tempo fora de casa desde que eu "voltei ao normal". E tem andado bastante estranho do que o costume. Não tenho coragem de questioná-lo sobre a sua mudança repentina, então sigo só observando de longe.

— Você pode fazer o seu jantar hoje? Ficarei fora a noite. — O Vejo sair do corredor, passando pela sala que era onde eu estava.

— Sim... Oliver?

— Oi. — Parando por um momento de andar, ele me olha.

— Está tudo bem?

— É claro. Por que a pergunta?

— Nada, só que...

— Eu tenho que ir agora, depois nos falamos.

— Só que você está estranho... — Completo após ver ele saindo e fechando a porta.

Hoje eu decidi esperar por ele, eu estava certa de que tiraria as minhas dúvidas, e mesmo sentindo o sono chegando, eu não dormiria até que Oliver tivesse voltado. Assim também saberia o horário que ele estaria voltando quase todas as noites.

As horas passavam lentamente, enquanto eu esperava por ele, sentada naquele sofá, sendo clareada apenas pela luz da lua cheia que entrava pela janela de vidro. Não sabia qual o horário que era quando me assustei com o barulho da porta se abrindo e sorrateiramente uma silhueta passar por ela.

Me levantei rapidamente, após uma das luzes serem acesas, e a cara de espanto dele era notória ao me ver aqui.

— Stella, o que faz acordada? — Ele falava nervoso, enquanto levava a sua maleta para frente de si.

— O que é isso em você...? Isso é sangue?

— Foi só um acidente, nada demais. — Ele responde, ainda parado no mesmo lugar.

— Isso é... Sangue humano... — Sentia o meu coração acelerar ao sentir o cheiro vindo da camisa dele.

— Como eu disse, foi só um acidente. Acho melhor você ir para o seu quarto.

— Oliver... O que está acontecendo?

— Stella, por favor, vá para o seu quarto.

Ignorando o seu pedido eu me aproximei dele em passos firmes.

— Stella, não faça isso.

Continuei andando em sua direção, lutando contra aquela vontade insana ao inalar o cheiro daquele sangue que estava sobre a sua roupa. Eu tinha que ser forte, eu precisava ser, e eu seria. Com esse pensamento eu me aproximo de Oliver, já próxima o suficiente.

— Como você se sente? — Perguntou enquanto eu olhava fixamente para as manchas em sua roupa.

— Bem. — Respondo, desviando o olhar para ele. — Eu estou bem. — E sentindo a adrenalina correr pelo meu corpo, agarro a sua nuca, o puxando para baixo e beijando a sua boca.

Podia sentir o gosto familiar que a sua boca tinha ao beijá-lo, me levando a puxar cada vez mais ele para perto.

— Espera... — Oliver me afasta, tocando em seu lábio, vendo seus dedos sujos de sangue.

Eu havia mordido o seu lábio sem perceber, e vendo como estava, não me contive em avançar sobre ele novamente, sugando forte a sua boca. E parecendo finalmente ceder, Oliver ergue o meu corpo, me pegando no colo e andando comigo até o sofá, onde ele se senta.

Era fato que eu o queria, e não iria mais esperar para tê-lo novamente, sentir a sua pele em contato com a minha, seus beijos e mãos por todo o meu corpo. Eu precisava dele. Agora.