05 "Pensamentos"

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Aquele sangue no canto da boca de Stella não era dela e sim meu, não posso vacilar mais, nem percebi que eu tinha me cortado

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Aquele sangue no canto da boca de Stella não era dela e sim meu, não posso vacilar mais, nem percebi que eu tinha me cortado.

— Está tudo bem? — Ela pergunta enquanto olhava para o próprio prato.

— Sim, está.

Continuamos em silêncio o jantar inteiro, e após terminar a minha refeição, me levantei e avisei para ela que iria para o meu escritório novamente. Estava cheio de e-mails para responder, então, quanto antes eu começasse, melhor. Liguei a televisão da sala, deixando-a assistindo e só então segui para a minha sala. As buscas pelo "projeto" perdido ainda haviam acabado, eles continuam investigando o local, em busca de qualquer prova que não tenha sido totalmente queimada com o incêndio.

Depois de algumas horas, já sentia a minha cabeça doer, então o melhor seria parar por hoje. Vou para o meu quarto, tomo um banho, me deito, e acabo pegando no sono minutos depois, mas acordando instantaneamente ao ouvir a porta ser aberta devagar, e não ousei me mexer.

Depois de alguns segundos a porta é fechada, e passos se aproximam da minha cama, parando bem na minha frente.

— Oliver...? — Ela sussurrou, próximo ao meu rosto.

— O que foi? — ascendo o abajur ao lado da cama para poder enxergá-la, abraçada ao seu próprio corpo.

— Posso dormir aqui hoje...? Estou com medo dos trovões.

— Tudo bem. — Respiro fundo.

Ela dá a volta na cama e se deita ao meu lado, entrando debaixo das cobertas e se virando de costas para mim. A cada raio que fazia barulho no céu, Stella se assustava ou tampava os ouvidos, e em uma tentativa de confortar-la, encosto o meu corpo ao dela e sem pensar passo o meu braço sobre a sua cintura, puxando-a para mim.

Está melhor assim? — Pergunto.

— Sim... — Responde ainda mais baixo.

Sentir a sua pele macia próximo a minha, ouvir sua respiração ficando pesada conforme adormece, estava me deixando agitado. Respiro fundo e após alguns minutos em uma longa briga interna, consigo me acalmar. Amanhã eu vou passar o dia fora, assim limpo um pouco a cabeça e os pensamentos, também irei comprar algumas coisas para ela.

Em meio a pensamentos, ela começa a se mexer, acordando aos poucos.

— Oliver...?

— Durma, Stella.

Troco de posição, me afastando dela assim que ela volta a dormir, e depois de mais alguns longos minutos eu consigo dormir também. Só espero que tudo fique bem, que ela se sinta bem, e confie em mim. Em minha cabeça toca um sinal de alerta terrível, me dizendo que algo ruim se aproxima, que o perigo está próximo.

Eu tirei ela daquele laboratório pois sabia que todos aqueles malditos pesquisadores estavam errados em relação a ela. Stella não era um monstro, muito menos um objeto, para usarem ela da forma que estavam usando. Com o tempo ela saberia toda a verdade, estava disposto a sanar todas as suas dúvidas. Eu só espero que esse dia demore a chegar, pois sinto que ela não está pronta ainda para assimilar tantas informações desconhecidas por ela.

Ela era mais forte do que imaginava ser, e deve ser ensinada a controlar tudo isso, todas as suas emoções, porquê assim que a mesma despertasse... Ela se tornaria outra pessoa.

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