29 "Transição"

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Acordo, sentindo meu corpo dolorido me incomodar

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Acordo, sentindo meu corpo dolorido me incomodar. Abri os olhos aos poucos até me acostumar com a claridade, e nem sei por quanto tempo eu dormi, mas ainda assim me sinto cansada. Tentei me levantar com dificuldade da cama, e assim que consigo, Oliver surge na porta.

— Eu vim ver como você estava.

— Eu estou bem... — Respondo no automático.

— Aham, com certeza. Senta aí, deixa eu ver seus cortes.

Me sento na cama e abaixo o meu vestido, fazendo com que o olhar de Oliver queime sobre a minha pele exposta.

Era diferente a sensação que sentia ao tê-lo me olhando dessa forma, mas não era ruim.

— Está melhorando, precisa se alimentar para curar de uma vez.

— Não quero mais ter que fazer isso...

— Eu sei, mas é necessário. — Diz ele enquanto passa uma pomada sobre os cortes.

— Eu sei...

— Para esses cortes você precisa de sangue humano, animal não irá ajudar.

Olho para ele assustada ao ouvir isso.

— Não irei fazer isso de novo... Eu não tenho controle, sabe disso... — Abaixo a cabeça, sentindo o meu corpo inteiro ficar tenso.

— Ei, está tudo bem, não vai precisar fazer isso, você pode tomar do meu, isso te dará forças.

— Faria isso por mim...?

— Ainda pergunta? É claro que sim.

— E se eu não conseguir parar...?

— Você vai conseguir, venha.

Oliver morde o seu braço e o estende para mim. Aquele cheiro me deixava zonza, e sem exitar, mordo o seu braço sugando o máximo que eu podia do seu braço.

— Stella... Tudo bem, já pode soltar.

Ouvia ele dizer para mim parar, mas a minha vontade era de sugar mais e mais do seu sangue, só que em meio a isso me vem a lembrança das pessoas em que matei por isso e assim consigo largar enfim o braço de Oliver.

— Desculpa... — Sussurrei um pouco desnorteada.

— Está tudo bem. Como se sente?

— Melhor...

— Que bom, e continua com fome?

Apenas concordo com a cabeça.

— Foi o que pensei...

— Isso é ruim?

— Será, se não conseguir se controlar.

— Como assim?

— Depois que se prova sangue humano, isso se torna um vício e uma perdição. Por isso eu te alimentava com sangue animal, eu sabia dos riscos, e falhei em trazer alguém para cá.

— A culpa foi minha... Eu não devia ter ido atrás dela...

— Enfim, a partir de hoje, seguirá se alimentando só de sangue animal, assim terá mais controle sobre suas vontades, será difícil, mas é preciso, se quiser conviver em sociedade algum dia.

— Eu não sei se consigo...

— Por isso eu estou aqui, para te ajudar, mas preciso que seja forte, porque será um pouco doloroso esse processo.

— Doloroso?

— Só peço que confie em mim, tudo bem?!

— Tudo bem... — Respondo apreensiva.

•••

Ele estava certo, fazer a transição de volta ao sangue animal não foi nada fácil. Na primeira semana eu simplesmente não conseguia manter por muito tempo o sangue dentro de mim, vomitando sempre que tomava, e a minha fome só aumentava cada vez mais. Mas Oliver foi paciente comigo...

— Tira isso de mim! — Gritava enquanto tentava me soltar da algema em que estava presa.

— Eu não posso, caso contrário, ficará difícil te conter sempre que vier pra cima de mim tentando me atacar.

E eu tentava atacá-lo sempre que ele entrava no quarto com alguma refeição, ou simplesmente para checar se eu estava bem. Foi assim durante duas semanas, esse foi o tempo que levou para que o meu organismo voltasse a se acostumar com o sangue animal.

— Como se sente? — Oliver pergunta após me soltar das algemas.

— Bem... Eu acho.

— Ainda está com fome?

— Sim. — Respondo, notando a sua cara de espanto para mim. — Mas de alimentos sólidos... — Completo a frase, sorrindo.

— Ufa... Trarei sua refeição então. — Ele se levanta da cama, indo em direção a porta.

— Não... Eu quero comer com você.

— Tudo bem, então vamos. — E me estendendo a mão, ele me guia para fora do quarto.

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