"Acredite quando eu digo que espada também cura e que água também mata. Porque das feridas da espada eu fui feita e da água eu limpo minha máscara."
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Era uma manhã de luto para todos na escola Nuvem Branca e todos estavam no auditório com as mesmas aparências que costumavam ter pelos corredores e nas salas de aula.Dylan estava em um dos últimos bancos do auditório com o semblante chocado pela morte do Ryan, e Eisley estava abalada com tudo o que aconteceu nos dias que se decorreram. Mas Romeu parecia intacto, sua feição continuava séria o suficiente para demonstrar qualquer decaimento em relação a suas emoções.
- A morte de Ryan foi um choque para todos nós...
Enquanto o diretor falava sobre o dia de luto que passariam, alguns alunos começavam a bocejar e outros abaixavam suas cabeças. Por um instante, Eisley olhou para Dylan e percebeu que ele encarava Romeu com um olhar mortífero.
Será se foi ele? Ela perguntou a si mesma enquanto observava o irmão fitar o diretor com o mesmo olhar frio que lançava para ela na maioria das vezes. Mas como Romeu poderia ter assassinado Dylan se durante o intervalo ele havia brigado com o rival de infância?
- Quem matou o Ryan?
A pergunta circulava por todos os corredores da escola e logo estaria nas mídias sociais. Já que alguém desconhecido havia pago o legista para revelar a forma como o jovem morreu e permitiu que o relatório da autópsia vazasse pelo site Segredos da Obscura Itália.
Bastou apenas algumas duas horas de aula para a polícia parar em frente à sala e todos ficaram super curiosos para saber se o assassino estava na sala deles.
- Senhorita Lavigne? Poderia nos acompanhar? - perguntou um dos policiais.
Eisley guardou suas coisas e levantou-se silenciosamente. Ela andou devagar com a cabeça abaixa em direção aos policiais como uma cena de suspense em câmera lenta em um filme de policial.
Ela é a assassina? Isso ecoou pela mente de todos os alunos presentes na sala de aula, inclusive da professora de biologia, a senhora de sessenta e oito anos: senhora Chloe Copper. Mas as notícias correm e em menos de trinta minutos, já circulava a manchete do jornal da escola com o título Eisley Matou Ryan? Ela também é uma Lavigne?
Na delegacia, ela estava em total silêncio e mesmo que o policial bonzinho ou o detetive malvada entrassem pela porta de metal ou a observassem pela tela vidro na qual Eisley só olhasse o próprio reflexo, mesmo sabendo que eles estavam estudando qualquer reação dela, ela manteve-se imóvel e silêncio com os olhos intactos no seu reflexo.
Em menos de uma hora, a porta metálica se abriu e assistiu o seu anjo da guarda passar por ela com o olhar preocupado e correr em direção à ela com os braços abertos dizendo:
- Eisley.
Tudo o que ela fez foi levantar-se da cadeira e correr em direção à ele para abraça-lo. Enquanto ele a apertava fortemente em seu abraço, tudo o que Eisley disse fora:
- Ah, papai!
Foram os três minutos mais emocionantes na vida de Eisley, pois em toda sua vida, nunca havera ganho um abraço de sua mãe. Amélia nunca disse a filha o quanto a amava ou demonstrou qualquer afeto a jovem.
- Vou tirar você daqui. - ele disse enquanto puxava ela para fora da sala.
No caminho de volta para a mansão Lavigne, ela e Leon permaneceram em silêncio. Eisley preferiu ficar em seu quarto pelo resto do dia no quarto e não pretendia voltar a escola nos dias seguintes.
Eram 22h36min da noite quando ela se encontrava rolando de um lado para o outro na cama com os olhos fechados.
-Jus... - ela sussurrou.
Mesmo dormindo Eisley tinha consciência e capacidade de pronunciar o nome da pessoa que estava em seu sonho. Mas depois de revirar por toda a cama, ela finalmente acorda suando e gritando:
- Justin.
Há muito tempo que Eisley não ousava recordar ou sonhar com ele. Quando a morte de Justin ainda fora recente, ela esperava ele voltar. Mas com um tempo o desejo ficou adormecido em seu subconsciente esperando silenciosamente para ser despertado.
Eisley ainda queria que ele estivesse por perto, porque quando os problemas apareciam ele sempre estava lá para ela. Justin era o anjo adormecido que Eisley nunca mais pôde tocar ou olhar, agora ele estava nas cinzas de suas memórias queimadas.
No silêncio tudo se tornou claro e com ele o coração de Eisley se tornou frio e opaco. Mas ela daria todo o seu mundo somente para ter Justin por apenas uma hora que poderia ser uma eternidade e o paraíso no inferno em que vivia ao lado dos Lavigne's.
Eisley havera caído algumas vezes e certamente cairia outras vezes. Porque a pessoa que a tirava da escuridão fora Justin, mas ele não estava mais com ela. Mesmo que a vontade de tê-lo ao seu lado fosse forte, ela sabia o quão desgastante era para ele ficar ao lado de alguém como ela.
Era noite e a neve havia aumentado conforme as horas se passavam. Justin e Eisley estavam sentados no chão da sala da chácara dele. Já se faziam duas semanas que ela haverá fugido da escola e faltara o serviço para ficar com ele, mas na verdade, era isso o que ela queria. Porque fugir da realidade era como amá-lo e odiar canções românticas ao mesmo tempo.
- Enquanto eu viver você nunca sentirá tristeza.
Foi tudo o que Justin disse a ela, enquanto apertava Eisley em seu abraço ao lado da lareira acesa da sua chácara. Mas ele conhecia a dor e o passado sombrio dela, e acima de tudo ele a amava como ninguém nunca a amou em toda a sua vida.
Justin fora o anjo de Eisley que foste assassinado com uma bala ultra-violeta em plena noite tempestuosa sob as luzes da cidade. Mas ela sempre esperou por ele e mesmo que recuse, a vontade de tê-lo ao seu lado ainda existe no subconsciente dela.
- Você sempre será minha canção de guerra. - ela sussurou enquanto olhava todo o amor no fundo dos olhos dele.
Eisley nunca perguntou a si mesma como fora possível Justin amá-la? Mas ela sempre perguntava-se o por quê? Já que ela foi sincera mesmo quando queria esconder seu passado atrás da máscara que veste todos os dias para não revelar a verdade e desenterrar os vestígios mortais que foram arquivados juntos com os registros do assassinatos nunca solucionados.
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Rabiscos Na Bruma
RomanceAlgumas histórias não devem ser contadas ou escritas, mesmo que seja nas melhores das intenções. Mas é como diz o ditado popular, o inferno está cheio de boas intenções. A história se sucede em Veneza, cidade localizada no nordeste da Itália situada...