Em frente das portas de vidro que davam para o saguão de desembarque do
Aeroporto Internacional de Cumbica, parentes à espera de viajantes e funcionários
de empresas portando tabuletinhas com nomes de passageiros formavam um
aglomerado ansioso.
Chumbinho estava na primeira linha da multidão, apertado contra os
balaústres que formavam um corredor a partir das portas de vidro.
Na tabuletinha de um grupo de engravatados, Chumbinho leu: "Drug
Enforcement Inc. — Dr. Bartholomew Flanagan".
"Que sorte!", pensou o menïno. "O criador da Droga do Amor vem justo no
avião da Magrí!"
Os primeiros passageiros começavam a despontar.
— Magrí! — gritou Chumbinho, ao ver a amiga manquitolando apoiada no
ombro de dona Iolanda, que empurrava o carrinho de bagagens.
— Chumbinho! — respondeu Magrí, logo que viu o amigo. Fingindo andar
com dificuldade, Magrí foi sendo ultrapassada por outros passageiros.
Chumbinho viu dois homens de terno passarem pela amiga. O mais novo
acenou ao ver o grupo de engravatados e puxou o companheiro na direção da
tabuleta em que estava escrito "Drug Enforcement Inc."
Quando Magrí e dona Iolanda já estavam perto de Chumbinho, a professora
gritou:
— Ei! O que está acontecendo?
Magrí seguiu o olhar espantado de dona Iolanda.
Foi tudo muito rápido, profissional. Todos os engravatados sacavam armas e
quatro deles agarravam os dois recém-chegados.
— Parem com isso! — gritou a professora.
Um dos homens ergueu o braço e uma chama brilhou, enquanto um tiro
ecoava sinistramente pela imensidão do aeroporto.
— Dona Iolanda!
Magrí deixou cair a bolsa ao sentir a professora bambear abraçada a ela.
Chumbinho pulou sobre as duas, cobrindo-as com o corpo. Mas a proteção
não era mais necessária. Um dos viajantes de terno estava sendo arrastado para
longe e o outro já estava caído, depois de levar violenta coronhada.
Pânico no aeroporto. Gritos, desmaios, bagagens caindo no chão, e a
multidão, ao espalhar-se, comprimiu os dois Karas que amparavam dona Iolanda.
— Abram! Dêem espaço! — gritou Chumbinho. — Tem uma pessoa
baleada aqui!
Gritos e confusão mudaram de rumo, e os três viram-se repentinamente no
meio de uma roda.
Um Kara treinado nunca deixa escapar nada, mesmo nas situações mais
terríveis. E Chumbinho notou que a bolsa que Magrí deixara cair, ao amparar a
professora, tinha desaparecido.
Com o corpo largado, dona Iolanda sangrava nos braços de Magrí.
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A DROGA DO AMOR - Pedro Bandeira
RandomEsta obra não é de minha autoria apenas estou passando para o wattpad por causa de um negócio da escola, sem contar que aqui fica bem mais fácil de ler.