Ao entardecer do dia seguinte, Andrade foi encontrar os cinco Karas no
Parque do Ibirapuera. Sentaram-se no mesmo banco em frente à moita de azaléias.
O sol queimava, e o detetive comprou sorvetes para todos.
— Bem, meninos, o dia de hoje bastou para resolvermos todos os detalhes
desse caso. Nós, aqui no Brasil, e o FBI, nos Estados Unidos, conseguimos
descobrir tudo o que aconteceu...
— Ótimo! — aplaudiu Chumbinho. — Tudo resolvido? Encontraram
também as amostras da Droga do Amor?
Andrade olhou para o menino. Aquele menino brilhante, que tirara sozinho
dona Iolanda das mãos dos seqüestradores. Mas não conseguiu sorrir.
— O que houve, Andrade? — perguntou Calú. — Você não parece muito
feliz com a solução do caso da Droga do Amor... O detetive tomou fôlego e disse
depressa a pior parte das revelações que tinha a fazer:
— A Droga do Amor nunca existiu, meninos!
— O quê?! O que você está dizendo?
— Espere um pouco, Magrí. Deixe eu contar tudo desde o começo. O doutor
Bartholomew Flanagan, chefiando a equipe de pesquisadores da Drug Enforcement,
acreditava realmente estar numa pista muito segura para a criação de um soro que
curasse a maldita praga que faz com que o amor entre as pessoas transforme-se em
morte. Mas as pesquisas eram muito caras, envolvendo engenharia genética e tudo o
mais. Com os primeiros estudos do doutor Flanagan, a Drug Enformecent conseguiu
enormes financiamentos de todo o mundo... bilhões e bilhões de dólares... Só que,
no fim, o soro falhou.
— A Droga do Amor falhou?!
— Não deu certo. Os testes in vitro, em laboratório, estavam apresentando
bons resultados, mas não provocaram nenhuma imunidade quando aplicados em
seres humanos. E a Drug Enforcement estava atolada até o pescoço em dívidas. O
que ia dizer aos acionistas? Como justificar esse imenso fracasso aos financiadores
de todo o mundo?
— O que era um problema de amor tornou-se um problema financeiro... —
observou Miguel.
— A diretoria então tentou convencer o doutor Bartholomew Flanagan a
continuar defendendo o soro nas revistas médicas, alegando sua validade. A Drug
Enforcement estaria falida se ele confessasse o fracasso. Mas o doutor Flanagan não
concordou com essa farsa e ameaçou convocar a imprensa e falar a verdade.
— Que verdade horrível! — lamentou Magrí.
— Os diretores da Drug Enforcement decidiram então organizar a farsa
completa. Escolheram o Brasil para os supostos testes finais da Droga do Amor e
desembarcaram aqui um sósia do doutor Flanagan e uma caixa de frascos cheios de
água!
Dos olhos de Magrí, duas lágrimas escorreram, queimando-lhe o rosto.
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A DROGA DO AMOR - Pedro Bandeira
RandomEsta obra não é de minha autoria apenas estou passando para o wattpad por causa de um negócio da escola, sem contar que aqui fica bem mais fácil de ler.