O telefone da sala da Polícia Federal tocou mais uma vez.
— É para o senhor, detetive Andrade — chamou um policial, estendendo-
lhe o fone.
Era do Ministério das Relações Exteriores. O governo americano estava
enviando dois agentes do FBI para acompanhar as investigações.
— Inferno! — praguejou Andrade, desligando o telefone. Lá vêm esses
gringos se meter com a gente! Eu já não tenho problemas de sobra?
— Isso é normal, detetive Andrade — tentou explicar o doutor Hector
Morales. — O doutor Bartholomew Flanagan, um cidadão americano, está
envolvido no problema. É normal que nosso governo esteja preocupado. Mas o
senhor pode estar certo que os agentes do FBI só vão acompanhar suas
investigações. Tenho certeza que só vão ajudar. O doutor Bartholomew Flanagan é
uma personalidade muito importante. Espero que o senhor descubra logo para onde
o levaram. Espero que o senhor e os seus policiais possam salvar sua vida. É uma
vida importante para toda a humanidade, detetive Andrade.
— E a vida da minha professora? — interrompeu Magrí.
O doutor Morales aproximou-se da menina e, paternalmente, acariciou seu
rosto com uma mão quente e delicada.
— Oh, menina, sua professora vai ficar boa! A Drug Enforcement sente-se
responsável por tudo o que aconteceu. Já dei ordens para que uma equipe médica da
melhor qualidade assuma o tratamento de dona Iolanda. Pode deíxar. Todas as
despesas correrão por conta da Drug Enforcement. Sua professora está em boas
mãos...
O diretor da Drug Enforcement era um homem calmo, seguro, carinhoso.
Não se parecia nada com a imagem fria e impessoal que todo mundo faz dos grandes
executivos. Suas palavras confortavam o coração de Magrí. A menina aceitou a
carícia no rosto, como se o americano fosse um tio.
O detetive Andrade aproximou-se dos três.
— Ah, meninos! Estou aqui falando e envolvendo vocês ainda mais nesse
tumulto. Vocês não têm nada com isso. Devem estar exaustos. Ainda mais você,
Magrí, depois de uma viagem tão longa e de tanta confusão. Vou chamar uma
viatura para levá-los para casa, em segurança. O melhor que têm a fazer é tomar um
banho e esquecer tudo isso. Podem deixar os problemas comigo.
Enquanto esperavam pela viatura, Magrí, com um olhar, chamou
Chumbinho para perto da janela da sala da Polícia Federal. Debruçados no
parapeito, falando muito baixo, os dois Karas podiam conversar.
— O Doutor Q.I., Chumbinho! Fomos nós que acabamos com o plano
sinistro dele, no caso dos seqüestros de estudantes. Estava na cadeia por nossa causa.
Agora, no mínimo, ele vai querer nossas cabeças numa bandeja! Precisamos de uma
VOCÊ ESTÁ LENDO
A DROGA DO AMOR - Pedro Bandeira
AléatoireEsta obra não é de minha autoria apenas estou passando para o wattpad por causa de um negócio da escola, sem contar que aqui fica bem mais fácil de ler.