AUTOR E OBRA

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Nasci em Santos, em 1942, e sou paulistano desde 1961. Estudei Ciências

Sociais, fui uma porção de coisas: de ator a publicitário, de jornalista a editor, até

transformar-me, desde 1983, em um escritor para jovens. Talvez você já conheça

alguns dos meus livros, como A Droga da Obediência, Pântano de sangue e Anjo da

morte, as outras três aventuras com os Karas, ou talvez já tenha lido também A

marca de uma lágrima, Agora estou .sozinha..., Na colméia do inférno, Minha

primeira paixão, O fantástico mistério de Feiurinha ou O mistério da fábrica de

livros.

Já me perguntaram por que os meus "Karas", Miguel, Magrí, Calú, Crânio e

Chumbinho são jovens sem problemas financeiros ou sociais, por que são tão

perfeitos. A minha resposta é sempre esta: porque eles são o meu sonho. É assim

que eu sonho que todos os jovens deveriam ser, em todo o mundo. Sem problemas

financeiros, inteligentes, sadios, honestos, conscientes, corajosos, estudando em

boas escolas, tendo recursos e oportunidades para lazer, esportes, cultura e,

principalmente, ligados ao mundo, sempre prontos a defender a verdade, o amor, a

justiça e a igualdade. Os Karas são o meu projeto de vida para vocês, jovens leitores

brasileiros, que demonstram tanto carinho para comigo e para com esse grupo de

jovens maravilhosos como vocês.

O texto de A Droga do Amor foi escrito quase dez anos depois da primeira

aventura dos Karas, A Droga da Obediência. Muitas, muitas cartas de leitores

pediam-me mais uma história com eles. Demorei, mas aqui está ela, cujo conteúdo

é, para mim, muito importante: a amizade entre vocês, que adoram suas "patotas",

que se apóiam no amor mútuo para, juntos, enfrentar o mundo adulto. Ao longo de

suas vidas, por favor, nunca se esqueçam do valor dessa amizade da adolescência. A

força, a confiança, a honestidade e o entusiasmo que hoje moram no coração de

vocês são combustível suficiente para durar toda a vida. Não deixem jamais que essa

chama se apague.

O segundo ponto do enredo é a tremenda doença de transmissão sexual que

ameaça a humanidade. Em nenhum ponto do texto, nem agora, eu citei sua

denominação. Há um propósito nessa omissão. No século passado, o dramaturgo

Kenrik Ibsen escreveu Os espectros, uma peça que discute as conseqüências da

sífilis, sem citar esse nome. Em 1936, Luigi Pirandello escreveu O homem de flor na

boca, onde mostra os problemas de um homem com câncer, sem citar o nome da

doença. Com isso, essas duas peças tornaram-se sem data. Atualmente elas são

remontadas e prestam-se perfeitamente à discussão do problema da atual "praga do

século". O que fiz foi apenas seguir o caminho de Ibsen e Pirandello.

Pedro Bandeira

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⏰ Última atualização: Nov 05, 2020 ⏰

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A DROGA DO AMOR - Pedro Bandeira Onde histórias criam vida. Descubra agora