Chumbinho não sabia o que fazer, depois daquela reunião desastrosa.
O fim dos Karas! Como ele iria admitir que o grupo dos Karas pudesse
dissolver-se?
Se Magrí não estivesse viajando...
Saiu do colégio, olhando para o chão, sem saber o que fazer.
***
Magrí já estava pronta para o treino quando bateram na porta do
apartamento.
"Não deve ser dona Iolanda", pensou a menina, pois a professora entrava em
seu quarto a qualquer hora, sem a menor cerimônia.
Era um boy do hotel, uniformizado, trazendo um telegrama sobre uma
bandejinha de prata.
"Aposto que é de papai...", pensou a menina, abrindo o envelope, depois de
dar uma gorjeta para o boy e fechar a porta.
***
O velho fusquinha de Andrade encostou na calçada e a voz amiga do
detetive despertou o menino das preocupações:
— Olá, Chumbinho! Tudo bem?
— Detetive Andrade!
Andrade... Aquele sim, era um amigo. O único adulto que sabia o valor dos
cinco Karas.
O detetive enxugava a careca com um lenço. Era sinal de preocupação,
Chumbinho sabia muito bem. Mas a expressão do detetive procurava demonstrar
tranqüilidade.
— Estava passando por aqui e resolvi ver como vão as coisas...
— As coisas? Que coisas?
— O pessoal... Como estão Miguel, Magrí, Calú e Crânio?
— Magrí está nos Estados Unidos, participando de um campeonato de
ginástica olímpica. Os outros... bom, os outros parece que ficaram malucos..
— Ficaram malucos? O que você quer dizer com isso?
— Nada, Andrade. Brincadeira...
O detetive fez uma pausa, sem saber como continuar. Chumbinho não
ajudou em nada. Olhava o amigo, com sua melhor expressão de ingenuidade.
— Mas está tudo bem mesmo?
Andrade que se revelasse. Porque, que havia alguma coisa no ar, isso havia.
— Está. Por que não haveria de estar?
— Nada, Chumbinho. Só estou perguntando... Não apareceu ninguém por
aqui?
— Sei lá. Quem deveria aparecer?
— Deveria? Ninguém deveria. Hum... Estou falando assim, de um modo
geral, porque vocês vivem se metendo em encrencas. Se alguma coisa estranha
acontecer, eu quero que vocês me façam saber imediatamente.
Os olhos de Chumbinho passaram por todo o interior do carro, em busca de
alguma pista que justificasse o estranho comportamento do amigo detetive. No
banco de trás, havia um grande envelope timbrado da Penitenciária Estadual de
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A DROGA DO AMOR - Pedro Bandeira
RastgeleEsta obra não é de minha autoria apenas estou passando para o wattpad por causa de um negócio da escola, sem contar que aqui fica bem mais fácil de ler.