Para um caso grave como aquele, o Esquadrão Anti-seqüestro estava sob as
ordens da Polícia Federal. E todos estavam sob o comando do detetive Andrade,
nacionalmente famoso depois de tantos casos difíceis brilhantemente resolvidos,
como o da Droga da Obediência, da Máfia no Pantanal e do ressurgimento dos
neonazistas.
Quando o policial, trazendo os dois Karas, abriu a porta da sala da Polícia
Federal no Aeroporto de Cumbica, lá estava o detetive Andrade, andando de um
lado para o outro e enxugando com um lenço a careca suada, apesar da temperatura
perfeitamente climatizada. O famoso detetive voltou-se, surpreso:
— Magrí! Chumbinho! O que vocês estão fazendo aqui?
— Esses dois são as testemunhas que estavam com a mulher baleada —
informou o policial, ainda segurando os dois Karas sujos de sangue. — O senhor já
conhecia esses meninos?
— É claro que sim! Raios! Que mania vocês têm de se meter em tudo! O
que houve? Quanto sangue! Vocês estão feridos? O que é isso no tornozelo, Magrí?
Como um pai preocupado, abraçou Magrí e Chumbinho e ouviu
ansiosamente o relato do que os dois tinham presenciado.
— Mas por que será que os bandidos só atiraram nessa sua professora, dona
Iolanda?
— Não sei, Andrade — respondeu Magrí. — Vai ver foi porque ela gritou...
Os dois Karas sentaram-se e Magrí tratou de tirar as bandagens que
envolviam seu tornozelo, falsamente destroncado. Agora não havia mais
necessidade de fingir.
Andrade andava novamente a esmo, enxugando a careca.
— Eu não entendo! Por que haveriam de seqüestrar o doutor Bartholomew
Flanagan? Por que roubar as amostras da Droga do Amor? De que vale isso para
esses bandidos? No próximo avião, a Drug Enforcement pode enviar outra caixa
com novas amostras!
— Um momento, detetive...
Sentado em uma cadeira, já com um belo curativo na testa, quem falou, em
um português perfeito, com um leve sotaque, foi o americano ferido pela coronhada.
— Por favor, não estranhe que eu fale a sua língua. Sou Hector Morales,
presidente para a América Latina da Drug Enforcement Inc. Minha função exige que
eu domine perfeitamente o português e o espanhol. Sou americano, de origem
portoriquenha e...
— E o quê, doutor Morales? — Andrade estava impaciente. — Vamos
cortar as apresentações. Pode me dizer qual o lucro que esses bandidos esperam ter,
seqüestrando o doutor Bartholomew Flanagan e roubando as amostras da Droga do
Amor? O que eles querem? Pedir um resgate pelo cientista?
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A DROGA DO AMOR - Pedro Bandeira
RandomEsta obra não é de minha autoria apenas estou passando para o wattpad por causa de um negócio da escola, sem contar que aqui fica bem mais fácil de ler.