As cores da manhã ainda procuravam firmar-se. No Parque do Ibirapuera, a
temperatura estava uma delícia.
Sob uma árvore, meio aglomeradas em um banco, cinco pessoas
conversavam, alheias aos praticantes madrugadores de cooper que de vez em quando
passavam bufando.
Andrade sentia-se incomodado, informando àqueles quatro adolescentes
uma série de detalhes do inquérito que deveria permanecer em sigilo. Mas, como
resistir aos seus meninos? E o detetive sabia que eles eram realmente especiais e que
corriam perigo de vida com o Doutor Q.I. à solta. Como não preveni-los?
Tirou do bolso o envelope que recebera do agente Patrick Lockwood. Magrí
abriu-o e folheou as fotos.
— É... é esse homem mesmo. Era ele que estava junto com o doutor
Morales, no avião. Foi ele que os bandidos levaram à força, no saguão do aeroporto.
— O criador da Droga do Amor! — admirou-se Calú.
Os Karas já tinham extraído tudo o que o detetive sabia. Tudo o que relatara
o diretor da Penitenciária de Segurança Máxima, tudo o que informara o doutor
Hector Morales e o nada que os investigadores sob o comando de Andrade tinham
conseguido no dia anterior.
— É preciso agora encantrar um ponto de partida — começou Crânio. —
Vamos pensar de novo em tudo e procurar a linha lógica. Ontem, no rádio, eu ouvi
um comentarista que era menos idiota do que a média. Ele apontou uma série de
perguntas sem respostas. Em primeiro lugar, por que o seqüestro de Chumbinho? O
que Chumbinho teria a ver com o doutor Bartholomew Flanagan? O que Chumbinho
teria a ver com a Droga do Amor?
Magrí levantou os braços, criticando o amigo:
— Ora, Crânio! Você está se esquecendo que quem está por trás de tudo é o
Doutor Q.I.? Quando ele soube que eu e Chumbinho estávamos no aeroporto e que
eu vim no mesmo avião que o cientista, resolveu tornar uma providência para nos
assustar...
— Humm... — fez Calú. — Não me parece muito lógico...
— É claro que é lógico! — insístiu a menina. — Ele quer vingar-se da
gente, não quer? Então vai pegar todos nós, um a um!
— Bem, isso é bastante lógico — concordou Andrade.
— Outro ponto que parece coincidência demais é o furto da bolsa da Magrí
— continuou Crânio. — Terá sido algum espertinho que se aproveitou da confusão?
Mas como pode um ladrãozínho agir enquanto está acontecendo um tiroteio?
— Ora, Crânio! — riu-se Andrade. — No aeroporto, ocorrem pequenos
furtos o tempo todo! Todos os dias há algumas ocorrências. Bagagens perdidas,
coisas assim...
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A DROGA DO AMOR - Pedro Bandeira
DiversosEsta obra não é de minha autoria apenas estou passando para o wattpad por causa de um negócio da escola, sem contar que aqui fica bem mais fácil de ler.