19. HORROR!

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Foi um pandemônio na Penitenciária de Segurança Máxima. O diretor

estava satisfeito pela solução da fuga do Doutor Q.I., que afinal nunca acontecera.

Mas estava também envergonhado pelo problema ter sido resolvido pelos garotos.

Sorriu, desculpou-se algumas vezes e saiu, tomando providências para esclarecer os

detalhes que faltavam.

Andrade, Hector Morales, Patrick Lockwood, Iúri Mikhailevich, a intérprete

e os quatro Karas foram levados para o refeitório dos guardas, enquanto os

carcereiros e funcionários da prisão inteira corriam de um lado para o outro no

cumprimento das ordens do diretor.

Vieram onze sanduíches "americanos" e nove sucos de laranja, porque

Andrade pedira três sanduíches.

— Uma brilhante encenação, detetive Andrade! — cumprimentava o doutor

Hector Morales. — Uma brilhante conclusão!

— Não tão brilhante assim, doutor Morales — contradisse Miguel. — O que

nós conseguimos? Desmascaramos o esquema de fuga do Doutor Q.I. E depois?

Aonde isso nos leva? O que tem isso a ver com o seqüestro do doutor Bartholomew

Flanagan, do meu amigo Chumbinho e de dona Iolanda Negri? O que isso tem a ver

com o roubo da Droga do Amor?

— Ora, mas vocês solucionaram o caso!

Magrí deu um sorriso amargo:

— Solução, doutor Morales? Que solução nós encontramos? Tudo o que

conseguimos foi eliminar nosso único suspeito! Se o seqüestro do doutor

Bartholomew Flanagan e o roubo da Droga do Amor não foi um plano do Doutor

Q.I., de quem foi então?

— E o Chumbinho, Magrí? Você está se esquecendo do Chumbinho?

— Não, Miguel. É claro que não!

Calú estava desanimadíssimo.

— Ah, estamos na estaca zero!

— Ora, rapaz! — sorriu Morales. — Vocês foram brilhantes! É claro que

estamos na pista certa. Esse Doutor Q.I., de dentro da penitenciária, é a cabeça que

está comandando todo o esquema! É só vocês conseguirem que ele fale, e tudo

estará resolvido! A maior prova do envolvimento dele é a assinatura "Q.I." no

bilhete que foi deixado depois do seqüestro do menino!

Magrí estava nervosa:

— Ah, essa assinatura não tem nada a ver!

— É claro que tem a ver, menina! — discordou o doutor Morales. —

Apertem o homem. Ele vai confessar!

Andrade, às voltas com seus sanduíches, balançou a cabeça:

— Talvez, doutor Morales, mas eu não confiaria tanto numa confissão. Esse

homem não falará nada. Por enquanto, só sabemos que ele tentou fugir. Não temos

nenhum indício que o ligue com o caso da Droga do Amor, além da assinatura no

A DROGA DO AMOR - Pedro Bandeira Onde histórias criam vida. Descubra agora