Um aMor Fora Do padRão

Namoradas

Um mês havia passado desde meus encontros, felizmente eu já tinha um namorado, Kalleb me pediu em namoro na terceira vez que saímos.

Depois de amanhã ele vem jantar aqui em casa, ainda estou pensando no que fazer, vou pedir ajuda a Dália que está super feliz por ter conseguido juntar nós dois.
Meus pais virão nos visitar na próxima semana, eles dizem: _ já que, os filhos vivem na cidade grande, vamos passar uns dias na cidade grande. Vai dar certo passar meu aniversário com eles e aproveito para apresentar Kalleb.
***

_ Jana o que está havendo com você, parece que está em outro mundo? Algum problema com o seu canal, são os vídeos?Perguntei.
_ Não tia, eu só estou um pouco chateada. Disse ela sem a alegria de sempre ao fingir que sou uma câmera.
Quis saber o porquê daquela tristeza. E finalmente ela falou que um garoto havia se declarado para ela, mas sua mãe ficou sabendo e disse que não queria que ela o namorasse pois ele era um garoto qualquer, que não tinha onde cair morto, ainda por cima era tatuado.

Ela estava realmente para baixo, disse-lhe que tivesse paciência, se ele realmente gostasse dela, lutaria por esse amor. Disse lhe que o aconselhasse a conhecer a sua mãe.
_ Embora sua mãe tenha demonstrado-se contrária ao relacionamento, ela só quer seu bem. Converse com ela e tente falar o que sente por ele.
_Ela não vai ouvir. Disse ela.
_ Nenhuma mãe quer uma filha infeliz, você ainda é muito jovem Jana, e vai aprender com o tempo o que precisa fazer para ganhar a estima e a confiança das pessoas, comece ganhando a confiança de sua mãe. Falei e ela relaxou um pouco.

***
_Papai brigou com a mamãe de novo, eu vi. Disse Ana, enquanto fazia a tarefa.
A verdade é que depois do dia da pizza eu não conversei mais com o senhor Davi, nos cumprimentamos formalmente, eu acho melhor assim.
Tentei explicar a Ana que adultos são muito bobões e que brigam o tempo todo, porque não sabem se divertir, mas depois se acertam. Ela chorou e meu coração ficou partido, não aguentava ver aquilo, precisava fazer algo.
Bati à porta do escritório e me obriguei a falar com ele.
_ Por que não tiveram cuidado ao discutir na frente de Ana? Falei. Logo que entrei.
_ Não vimos que ela estava acordada. Disse ele na frente do computador e me olhando.
_ Ela está chorando. Falei.
_ Já é a segunda vez essa semana, preciso resolver minha situação com Georgina. Disse ele passando a mão na cabeça.
Eu sem pensar muito, falei.
_ Vá até ao apartamento quando ela não for ao shopping.
Eu sabia que aquilo seria o fim, ele a veria com o personal, eu nunca quis destruir nenhum casamento, mas aquele já estava no buraco e parecia que nenhum dos dois ajudaria o outro a sair, além de causarem o sofrimento na garota inocente.
Ele me olhou como se não entendesse, eu o olhei de volta e sai.
***
_ Oi amor, boa noite! Falou Kalleb logo que chegou.
Eu o cumprimentei e o beijei, ele colocou o vinho na mesa e me entregou uma flor vermelha que trazia escondido.
Eu estava vivendo um conto de fadas. Fiz frango, salada e arroz branco. Simples, fácil e magro.
Nossa sobremesa foi namorar muito no sofá e fingir ver TV.
Ele nunca tentou ir mais longe comigo e eu gostava desse respeito, mas admito que as vezes eu tinha vontade que ele fosse.
O vinho me deixava muito alegre e aquele pensamento ficava mais pertinente.
...Você tem que transar com ele essa noite.
A certa altura, alguma coisa mais quente estava acontecendo entre nós, os beijos cada vez mais invasivos, as mãos mais atrevidas e o calor mais forte.
_ Eu preciso ir ao banheiro amor. Disse ele me deixando no sofá toda, toda.
Estava ansiosa que ele voltasse. Foi então que o celular dele deu sinal de várias mensagens.
_ Oi amor, onde você está, já te mandei milhões de mensagens?
_Oi Gato, tô com saudades, me liga.
_ Estou daquele jeito para você. Beijos.

Um monte de mensagens de várias garotas, cada uma mais bela que a outra.
... Que sacanagem é essa Kalleb? Perguntei com as mãos trêmulas, mostrando o celular, logo que ele voltou.
_ Por que você olhou meu celular Antoniete? Perguntou ele rapidamente tomando-o de minha mão.
_ Quem são essas mulheres? Por que elas te mandam mensagem? Falei confusa.
_ São amigas. Disse ele nervoso.
_ Amigas? Com mensagem tão íntimas? Perguntei.
_ São contatinhos, você nunca ouviu falar disso? Perguntou ele.
_ Sim já, mas você não precisa de contatinhos, você namora comigo. Falei.
_ Mas você é a oficial. Disse ele _ Elas são apenas passa tempo. Continuou.
_Sai da minha casa. Falei com ódio.
_ Deixa de bobagem Antoniete isso é normal. Argumentou ele.
_ Desde quando traição é normal, só se for pra você, porque pra mim não é, nunca vou achar normal algo que machuca.
_ Você é atrasada, isso é virtual, não precisa terminar comigo por causa de besteira, além do mais... Ele silenciou.
_ Além do mais o que Kalleb? Perguntei.
Ele não quis falar e eu gritei novamente a mesma pergunta.
_ Além do mais eu estou fazendo um favor em ficar com você, e depois que mudei meu status para namorando, aumentaram minhas solicitações. Disse ele pouco constrangido.
_ Um favor, namorar comigo? Já estava sem forças e as lágrimas rolaram.
_ Sim, e nem foi para sua irmã e seu cunhado é porque os homens normalmente não olham para mulheres como você. Disse ele cruelmente.
Pedi com minhas forças no fim que ele saísse. E ele se foi.
Desmoronei...

Não tive condições de sair pra lugar nenhum no dia seguinte, felizmente na sexta eu não dava aulas, o que mais doía em mim não era o fim do relacionamento que fazia tão pouco tempo, mas as palavras duras que ele me disse, eu não entendo por que as pessoas acham que devem entrar em nossa casa e jogar um monte de lixo na nossa sala, eu estava me sentindo assim, suja, diminuída e sem forças.

No domingo a tarde resolvi sair, eu estava criando mofo de tanta lágrima dentro de casa, se demorasse mais me tornaria parte das paredes e ninguém nunca mais me encontraria, talvez um dia quando alguém derrubasse esse apartamento e visse meus olhos tristes grudados perto da janela.... Que idiotice!

... Vou comer croissant, eles me deixam alegre.

_Olá minha querida professora,! Encontrei senhor Ícaro.

_ Oi senhor Ícaro, como está? Eu estou ótimo, mas você parece que não, disse ele logo que tirei o óculos escuro.

Eu não me contive e fui logo me abrindo com senhor Ícaro, eu não havia falado nada a ninguém, eu não tinha coragem, nem para minha irmã falei, eu precisava dividir aquilo com alguém. Senhor Ícaro apenas me ouvia e dizia para eu chorar e eu chorava feito criança, não me importei se estava chamando atenção de quem estava mais próximo a nós.

_ Minha filha, eu perdi minha esposa há três anos, desde então eu sempre venho aqui, pois foi aqui que nos conhecemos, ela foi a mulher mais maravilhosa que me apareceu, antes dela eu tive outras namoradas, mas foi ela quem entrou no meu coração, eu a amei e a valorizei até o ultimo dia de sua vida, e hoje ainda lhe tenho respeito.
Eu acredito que você vai encontrar um amor assim, você é uma mulher bonita, inteligente e gentil, infelizmente os homens errados apareceram em sua vida, mas eles estão sendo somente um degrau a mais na sua escada, encare esse sofrimento como uma experiência, não se humilhe e nem pise em ninguém, apenas tenha paciência que Deus está preparando seu amor, enquanto isso sinta-se amada por Ele, por sua família, por seus alunos e até por mim, esse velho viciado em café. Disse ele sorrindo no final.

As palavras de seu Ícaro me trouxeram calma e pude soltar um leve sorriso de alívio. Pude saborear meu croissant e suco de abacaxi.

_Obrigada senhor Ícaro, é sempre muito bom conversar com o senhor. Falei pegando-lhe as mãos flácidas e finas.

_O amor gosta de brincar conosco filha, as vezes ele parece estar muito distante, mas na verdade está muito perto, o contrário também acontece, as vezes ele só permite ser compartilhado com outra pessoa se tivermos o suficiente para nós mesmos, o suficiente para não depender do amor do outro.
Ame filha, pois quem ama, mesmo que seja crucificado não sairá perdendo. Disse ele.

Ele é um sábio, é a melhor amizade que tenho, minha mãe sempre dizia que pessoas mais velhas são boas de conversa, estou comprovando isso agora, estava tão feliz e tão tranquila que no impulso dei-lhe um beijo na testa, soltamos uma boa gargalhada quando ele disse que não imaginava um dia ainda ganhar um beijo de um mulherão como eu.

Foi então que percebi a poucas mesas a nossa esquerda senhor Davi, nos olhava e me cumprimentou de longe, a seu lado uma bela mulher que não era Giorgina e que disfarçadamente tocou-lhe a mão. Com certeza isso explica a urgência no divorcio. Uma nova namorada.