Um novo olhar

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_ Bom dia! Minha irmã querida.
_Bom dia tia!
Minhas primeiras visitas do domingo às oito.
_ Caíram da cama? Falei sonolenta. Ao abrir a porta.
_Nada disso tia, vamos a praia. Falou Felícia.
_Tia, porque você parece um zumbi? Perguntava Nathany.
_A noite foi boa ontem hein? a maquiagem não nega. Olha o que eu te trouxe de presente. Disse Dália tirando da bolsa colorida um biquíni vermelho.
Meu cérebro ainda estava dormindo, era muita informação depois da noite terrível de ontem.
_ Não vou. Falei sentando à mesa.
_ Vai sim e vai por o biquíni que te trouxe. Insistiu ela.
_ É vermelho e é biquíni, você sabe que não gosto de biquíni. Falei argumentando.
_ Como não gosta, Toni você nunca vestiu um, só veste aqueles maiôs sem graça de idosas da hidromassagem. Disse ela. Cuide, Ricardo nós espera no carro.
_ Eu não tomei café! Falei
_Toma lá na praça. Agora, cuida.
Escovei os dentes, lavei o rosto enrolei o cabelo e coloquei o biquíni, minha barriga e coxas de fora, eu parecia uma rã. Embora a pala alta da calcinha disfarçavam as gordurinhas da barriga. Fiquei alguns minutos no espelho do banheiro me olhando, até ele ser invadido por Dália.
_ Ficou lindo! Disse ela batendo as mãos.
_Você é louca Dália eu não vou vestir isso. Falei me afastando.
_Pare com isso, não é só porque você é gordinha que não deve se achar bonita, existem homens que são loucos por mulheres cheinhas, e eles te olham, mas você com essa sua baixo auto estima não percebe.
Além disso você tem vantagens que outras mulheres desejam, seios fartos, bumbum grande e belas pernas.
Naquela hora minha irmã me deu uma lição que nunca ninguém disse, fiquei com os olhos cheios de lágrimas e contei-lhe rapidamente o que havia acontecido na noite anterior. Ela me abraçou e disse que se esse homem me ajudou várias vezes é porque nem todos são canalhas como os que disseram aquilo comigo.

Depois daquele sermão, fiquei com o biquíni, mas coloquei um vestido florido por cima.
_Na praia eu decido se vou tirar ou não. Falei.
Ela concordou a contra gosto e descemos.
***

_ Bom dia Ricardo! Falei ao vê-lo ao volante, mas quando ia abrir a porta de trás, as meninas correram e entraram antes, além de Dália ter me segurado e me guiado falando baixinho até o outro carro que eu não havia percebido que estava ali.

_Você não vai conosco querida irmã, você vai com o colega do Ricardo, o Kalleb . Disse ela segurando meu braço suavemente.

_Por que Dália eu não o conheço. Falei em pânico.

_ Mas ele é um bom rapaz e nos encontraremos lá na praia, vocês vão nos seguindo. Disse ela.

_Não Dália, ele tem cara de psicopata. Falei prendendo os dentes.

_Nada disso, vamos entre. Ela abriu a porta do carro do estranho e nos apresentou rapidamente, fez eu sentar ao lado dele, fechou a porta e saiu.

Fiquei imóvel, imaginei que a qualquer momento aquele homem iria pegar um facão no banco de trás e iria me decapitar.

_ Sua irmã é meio louca! Disse ele. Nisso concordamos e virei-me para ele. Não era tão feio, mas ainda tinha jeito de psicopata.

_ Seu cunhado me convidou para ir a praia, ele disse que eu não saio muito, eu gosto muito de internet, você tem alguma rede social? Perguntou ele seguindo o carro de Ricardo.

_Não. Falei.

No caminho ele me relatou que se fosse por ele ainda estaria dormindo, e nem café havia tomado, eu relatei o mesmo para ele. Ele convidou-me para tomar um café em um dos quiosques pouco antes da praça onde Dália sugeriu que eu comesse.
Foi a oportunidade perfeita para fazê-la sentir-se culpada por obrigar a irmã mais nova a andar com um desconhecido, ela pensaria que o homem não era tão bom quanto ela disse, e havia sequestrado a irmã dela, eu a encontraria na praia chorando, arrependida.

Um aMor Fora Do padRãoOnde histórias criam vida. Descubra agora