22°Capítulo.

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Capitulo21°II

Dez anos depois....

Com os olhos atentos no fogão e o outro forno, Gabriel cortava a cebola em formato Juliane para decorar a Paella que estava reduzindo o caldo, ele tinha que ser rápido para poder desenformar Petit gateau antes que passasse do ponto e virasse apenas um bolo sem graça e seco, era a prova final do programa de televisão em que ele era o grande finalista junto com uma menina de São Paulo.

Ele olhava para atentamente para o relógio e para o que fazia, quando faltava apenas cinco minutos para o final da prova e a apresentadora contava ele já estava finalizando a decoração dos pratos, todos esses anos enfurnado dentro da cozinha da sua mãe finalmente deram os frutos que eles sempre falavam, ele ainda se lembra da primeira vez que se sentiu amado por uma mãe de verdade;

"Ele estava triste por que seus amigos da escola perguntaram se a mãe dele viria para o lanche coletivo, ele deu uma desculpa sobre ela estar muito ocupada no trabalho, ele sempre falava sobre Milena para eles, mas a verdade é que estava descrevendo sua nova vizinha e amiga que sempre estava cheirando a pão doce e sempre tinha algo gostoso para fazer um lanche.

Aquela tristeza não era algo normal para um menino tão pequeno, ainda mais no intervalo onde as crianças ficam loucas e correm sem motivo algum, o lanche coletivo era algo que todos estavam esperando por muito tempo e seu pai tinha esquecido de trazer algo para colocar na mesa junto com o lanche dos outros coleguinhas dele, mas quando estava prestes a chorar ouviu seu nome ser chamado, na verdade... Berrado! Olhou para o lado viu aquela mulher suada e descabelada com uma bandeja cheia de solhos e uma jarra do seu suco favorito.

-Hei meu bebê! Olha o que eu fiz para seus amigos! -Milena estava não só com os sonhos e suco, mas também tinha um bolo grande com o nome da turma escrito sendo trazido pelo pai dele, que também estava descabelado e sujo de farinha e açúcar de confeiteiro. -Desculpa a demora meu anjo, é que eu e o seu pai tivemos que fazer tudo hoje para ficar tudo fresquinho.

Ele correu até eles e os abraçou, as lagrimas vieram e ele estava tão feliz que não sabia o que dizer, o calor dos braços de Milena eram tão quentes que ele não se importava com a comida ao com os amigos, ele apenas queria ficar ali, naqueles braços quentes e maternos."

Gabriel estava em frentes aos seus três pratos, uma entrada que era Gélatine végétale et mente (Legumes perfeitamente cortados, conservados na gelatina aromatizada e temperada com menta e especiarias.) o segundo prato era uma Paella de camarões, coisa que aprendeu a fazer na lua de mel dos seus pais que fizeram um mochilão na Europa, quando param na Espanha fizeram um tour gastronômico, aquele sabor de vida nova marcou toda a sua infância, o ultimo prato foi a primeira sobremesa que fez sozinho sem o auxilio da sua mãe.

Olhando aquele rapaz tão seguro, ninguém imaginaria que estava surtando por dentro, queria dar orgulho a sua família, aquelas três comidas eram a representação da sua família, o fresco, o quente e o doce... Seu Pai Augusto que sempre de bom humor trazia felicidade até em momentos difíceis, sua mãe Milena que trazia sabor marcante em meio ao tédio, e a doçura se sua linda irmãzinha que era seu xodó, o amor de sua vida, o tesouro da sua casa.

-Senhor Gabriel, porque um prato autoral e um prato espanhol e outro francês? -Disse o chefe Jacob Juliet, um francês que veio visitar e acabou se encantando pelo Brasil.

-O primeiro prato foi criado pela minha mãe para fazer eu e o meu pai comermos legumes, eu era uma criança que sempre amou comer, e minha mãe notou que estava ficando doente e fora do peso, então ela cortou os legumes em formas de bichinhos e colocou dentro da gelatina, e me deu para comer , depois virou tradição do almoço de domingo, eu só dei o meu toque gourmet. -Gabriel ajeitou os óculos e sorriu olhando para a câmera e para o chefe e que provou o primeiro prato meio desconfiado, mas logo em seguida sorriu.

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