Sobre uma manhã e anti-inflamatórios

568 85 75
                                    

Meredith





Meu braço dormiu.

O caminho da circulação sanguínea para o meu nervo está obstruído pela pressão, logo a sensação de dormência me despertou naquela manhã. Quando dei por mim, estava nua, com parte do lençol enrolado em minhas pernas levemente doloridas. Abri os olhos e descobrir porque meu braço estava me incomodando tanto.

O brilho dos fios ruivos, o emaranhado cacheado que cobria a sua cabeça deixada por cima do meu braço dormente. Addison dormia profundamente e todas as lembranças da noite anterior brotaram acelerando os meus batimentos cardíacos; por muitas noites, eu havia sonhado com aquilo, e agora que a vejo tão serena junto a mim, rodeada pelos meus braços, mal consigo acreditar que aquilo foi real.

Tudo graças aquele líquido madeirado de gosto estranho que comprei no México, talvez tenha sido a melhor coisa que comprei em toda a minha vida.

Abro um sorriso bobo, e com cuidado retiro o meu braço apoiando a cabeça de Addison sobre o travesseiro branco. Ela não se mexe, permanece dormindo e eu já não consigo desviar os meus olhos de seu corpo perfeito. Eu poderia passar horas a observando dormir, eu poderia passar o dia deitada ao seu lado, eu poderia mima-la para sempre.

Por que eu amava aquela mulher de tal maneira que jamais imaginei amar alguém, o tipo de amor que se ver em livros e acha impossível acontecer em um mundo humano como o nosso.

Ouço um som vindo da minha cozinha, me despertando para a realidade novamente, de início pensei que fosse o Bass, mas o som se modificou, então supus ser a Bizzy fazendo o café da manhã ou ela estava procurando pela filha.

Aproximo-me novamente de Addison, deixando que meus seios toquem a suas costas nuas, as pontas de meus dedos contornam o seu ombro antes de eu deixar um beijo demorado na sua pele macia.

"Addison." Sussurro rente ao seu ouvido tentando acorda-la. "Está na hora de levantar."

Ela não responde, então deslizo minha mão por todo o seu braço e deixo a marca molhada dos meus lábios em seu pescoço fino.

"Baby..." Sussurro novamente. "Sua mãe está aqui."

Ela espreme os olhos e respira fundo se virando para mim. Os seus seios apontam em minha direção e sinto minha boca salivar de desejo novamente.

"O que?" Sua voz saiu claramente embriagada de sono.

"Bizzy está na cozinha, ela vai entrar aqui em algum momento. Quer que ela nos veja assim?"

Addison abre os olhos rapidamente e se ergue agitando os cabelos com as mãos.

"Droga, por que você deu toda essa liberdade para a minha mãe em sua casa?" Ela volta-se para mim e percebo o seu olhar surpreso percorrer todo o meu corpo antes de cair sobre meus olhos. "Mer... a gente..." Ela puxa o lençol se cobrindo até o pescoço.

"Gosto de sua mãe por aqui, e sim a gente transou." Levantei-me da cama e vesti o primeiro robe que encontrei antes de ver o estado perplexo que Addison estava, com seus lábios abertos e o rosto mais vermelho do que nunca. Aquilo me fez sorrir, afinal nunca a vi tão sem jeito como naquele momento.

"Vou distrair sua mãe enquanto você se arruma." A deixei sozinha, certamente ela precisava de alguns minutos para pensar e não seria o certo atrapalhar isso.

Chego à cozinha e me deparo com Bizzy deixando sacolas sobre o balcão.

"Quanta coisa, Bizzy." Digo me aproximando da cafeteira agilizando o ritual de todas as manhãs.

O Elixir | MEDDISONOnde histórias criam vida. Descubra agora