Capítulo XXIII - Militar Wallacy

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Carreguei Ian, até as acomodações onde os quartos ainda estavam limpos e sem nem um vestígio de sangue ou de gosma que aquele parasita. Ele estava nos meus braços, mais o porque ele ainda não tinha acordado eu não sabia o motivo. Minha raiva só crescia dentro de mim. Meu ódio e arrependimento de não ter matado meu pai quando tive a oportunidade. Ao deleitar Ian sobre a cama macia feita de bolinhas de algodão. Minhas lágrimas escorriam e sem algum aviso caiam sobre seu rosto de Ian. Sem movimentos, era como se ele já estivesse morto, pois não havia sinal de temperatura nem uma. Aquilo me assustava. A única coisa que conseguia escutar era sua respiração que ainda sim, estava sutil quase que nula.

― Porque você não abre os olhos? Porque você não fala algo? Por que você não se mexe ? Porque, Porque, Porque. ― Meu desespero começou a aumentar, era como se meu mundo estivesse desmoronando, e cada segundo que Ian permanecia com os olhos fechados, mais um pedaço do meu mundo se partisse e morria. Era como segurar areia, tão fina e escorregadia. ― Não sei como falar isso para você. Mas minha vida teve mudanças estranhas depois que me casei. Eu me casei com o homem mais lindo do mundo, e mais gentil. Uma gentileza que eu não conseguia entender, até ao ponto de subir naquele altar, Minha vida tomou um caminho indescritível com você. Um caminho que não me arrependo de nada. Quando estou com você meu coração bate com força, e sinto que posso fazer de tudo, de tudo por você. ― Falei enquanto as lágrimas alimentavam meu desespero. ― Foi tudo porque você amou muito sua família, seu povo, sua nação. Agora que não está me escutando, eu posso dizer com absoluta certeza que eu sinto ciúmes, de como você trata essas pessoas que você nem conhece. Eu queria você só para mim. Ao mesmo tempo que queria fazer todos sentirem o que eu sinto por você, todos merecem amar alguém como eu te amo. ― Deitei sobre seu peito gélido, e conseguia sentir o cheiro agridoce que vinha de sua pele adormecida.

Ao final do dia, dava para sentir que nada tinha mudado. ele estava do mesmo jeito, intocável e petrificado.

― Ele não melhorou? ― Mesmero falou.

― Não ― Minhas lágrimas escorriam com maior frequência agora.

― Então vamos fazer ele acordar. ― Mesmero falou levantando as mangas prendendo os cabelos, respirou fundo e expirou abrindo seus olhos de um azul sombrio. Ao abrir seus olhos suas asas o acompanharam agora com um sutil acinzentado nas bordas de suas penas. e ele falou:

― A luz da lua para mim irei invocar, da face da terra e do eclipse lunar. A luz serema que aqui tem estado cura aquele que deve ser curado. ― Ao falar aquilo ele se iluminou como se milhões de partículas estivesse vindo dele, e caindo sobre Ian, Aquilo era lindo, era como neve só que milhões de vezes mais brilhante. E estava quente. ― Ian, minha mais nova criação acorde de seu sono, pois já não é permitido viajar neles. Cure o que deve ser curado. ― Em seguida ele estalou os dedos e as luzes se juntaram sobre Ian. Ele abriu os olhos.

Minha vontade era de abraçar ele e não largar nunca mais na minha vida. ― Ian meu amor, Você está bem, está sentindo alguma dor? ― Perguntei preocupado. ― Eu estou bem. ― Ao escutar sua voz mais uma vez, minhas lágrimas retomaram a corrida em direção às minhas bochechas. ― Por que está chorando? Eu estou bem!

― Eu senti tanto sua falta. Você nem imagina.

― Eu imagino, pois eu senti a mesma falta que você está sentindo. ― Ele sorriu demonstrando seus dentes agora perfeitamente alinhados e com os caninos pontiagudos. ― Espera, cadê o Arthur? ― Eu olhei para Mesmero com cara de quem não sabia o que tinha acontecido com o verme.

― Ian, aquele não era seu irmão. Ele nada mais era do que uma casca, portando um ser demoníaco em seu interior. De acordo com a própria criatura o seu irmão já estava morto, então ele só se apropriou de uma casca vazia. E fingindo ser um humano, ele ficou me ameaçando e mantendo tudo como está no atual momento.

― Então meu irmão morreu, e eu nem fiquei sabendo?

― Sim. Eu já há algum tempo suspeitava de algo do tipo, mas não era algo que poderia simplesmente dizer. Então por motivos pessoais acabei ficando e alimentando de uma forma ruim a criatura residente no corpo de Arthur, e sim expus vocês a grandes riscos sem contar de fato, nas mortes causadas por aquela criatura. Vidas jogadas fora, por um descuido meu. ― Mas ainda continuamos sendo essas criaturas ? ― Ian perguntou.

― Creio que por mais que eu retire a maior parte do que vocês são no atual momentos, parte da criatura que foi fundida durante a transformação vão permanecer em seu código genético e nos códigos de alma. Fazendo com que alguns traços permaneçam, tais como os dentes, e pelos. Mas eu posso retirá-los se assim desejarem?

― Eu gostaria de voltar ao que éramos, e você ?― Perguntei para Ian.

― Também acho que seria bom ser como antes! ― nós olhamos e olhamos para Mesmero.

― Então, está decidido. ― Mesmero segurou nossas mãos em sobreposição e falou expondo suas asas mais uma vez. ― Rogo ao poder da criação, para retirar as sombras lançadas em decretos de ódio. Limpo a estrada uma vez suja. E retorno mais uma vez o seu esplendor. ― O calor estava se retirando de meu corpo, sinto como se estivesse em um lago antes quente, agora morno, minhas mão que estavam grossas e ásperas, retornaram ao tamanho de quando me lembrava e a maciez de antes. Ian também tinha algumas mudanças sutis, mas ainda existia a mudança. Sua pele estava mais corada. Seus olhos vermelhos retornaram a cor de azul celeste, o seu cheiro continuava o mesmo.

― Então, como eu estou. ― Ian perguntou olhando para mim. ― Você está lindo como da primeira vez que te vi.

― E quanto a mim? ― Perguntei querendo saber.

― Você continua o grandão, peludo, e safado, cachorro com quem me casei. ― Ele sorriu, ao mesmo tempo que vi um sorriso nos lábios do Mesmero. ― Desculpa, não aguentei, você continua lindo meu amor.

― Ah é seu, anjinho do mal. ― Falei isso e em seguida o beijei.

Mesmero com um suspiro se levantou e seguiu para a porta, mas antes de sair sobre o arco ― Mesmero espere. O que aconteceu com a criatura que estava dentro do corpo de Arthur?

― Ela foi mandada para o lugar de onde ela nunca deveria sair. Ayura está cuidado para que ela não saia de lá nunca mais. Vocês querem continuar aqui, ou querem retornar ao local onde vocês estavam quando os visitei pela a primeira vez?

― Espera, e quanto aos vermes, que ele tinha posto no Ian ?

― Vermes?

― fiquem calmos, uma coisa que vocês tem que aprender é que todos os demônios mentem. ― Mesmero falou com um sorriso. ― Então vocês pretendem ficar aqui ?

― Acho que pela a primeira vez sinto que esse não é mais o meu lar, mas acho que muitas coisas aconteceram e acho que devo reconstruir meu povo. ― Ian falou sendo o líder que ele é. Ambos olharam para mim. ― Eu vou para onde você for. ― Respondi sem pensar.

― então está decidido. Mas antes.― Mesmero colocou as mãos em posição de oração e perto dos lábios. e disse com tanta calma que fez com que ambos eu e Ian se arrepiarem. ― Recupere o verso escrito com ódio, todas as frases tortas sejam consertadas e todos os sentimentos negativos sejam transformados em plena esperança. ― Ao dizer isso uma onda de luz e calor saiu de seu corpo, fazendo com que algo mudasse ao redor, era como se o local estivesse mais claro. ― Assim descobrimos que apófise já estava no corpo de Arthur desde muito pequeno, então o único jeito que tivemos de consertar o que seu pai fez foi.

Ayura entrou com um pequeno bebezinho no colo, e entrou para Ian, que chorou ao ver seu irmão nos braços. ― Acho que ele precisa de novos pais.

― Mas nós somos irmãos?― Ian falou com lágrimas nos olhos, ao ver aquele bolinho coberto de panos.

― Quando recolhemos o corpo dele, o DNA dele estava alterado como se tivesse um buraco paranormal nele, o que infelizmente impossibilitaria Arthur de viver, então completamos com o DNA do Wallacy, então agora ele é filho de vocês dois.― Ayura me olhou, com um sorriso. ― Então eu sou pai?

― Sim, meus parabéns! ― Memero falou. 

Destinado a um escocês militar (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora