Marinette pegou seu laptop e seu diário dentro da mochila e sentou-se em uma mesinha que tinha na lateral do barco. Ficou ali por mais ou menos uma hora, quieta na dela. Adrien não estava de bom humor e ela não queria motivo para que ele a jogasse na água.
Adrien:—É melhor colocar um chapéu. Branquela do jeito que é vai acabar tendo uma insolação.
Marinette:—Obrigada pela preocupação - disse com um sorriso
Adrien:—Não estou preocupado com você, mas com o trabalho que possa a vir me dar - disse friamente
Marinette:—Você é sempre mal humorado assim?
Adrien:—Só quando carrego pessoas no meu barco.
Marinette:—Ei, eu estou lhe pagando, e muito bem por sinal.
Adrien:—Já disse que nem tudo é questão de dinheiro, moça...
Marinette:—Então por que veio? Não te obriguei, podia ter dito não.
Adrien:—Pois eu estou me perguntando isso desde que saímos das docas...
Marinette ficou calada. Percebeu que aquele papo não renderia nada agradável. Pegou um chapéu na mochila, passou protetor solar e bebeu água. Voltou para seu laptop. Ali não teria internet, mas tinha baixado tudo o que precisava para trabalhar off line. Em seu diário fazia muitas anotações de trabalho. Mas da metade para o fim ele era destinado as suas anotações pessoais. Mari conhecia muita gente, tinha muitos colegas, mas nenhum que fosse mais próximo, como um confidente. Já tinha se mudado muitas vezes, era difícil fixar residência com o tipo de trabalho de seu pai.
Duas horas de navegação e ela pegou uma maçã na mochila. Voltou para a mesinha e comeu. Adrien comia um sanduíche de pão com carne, o que não fez a mínima questão de oferecer para a garota. Marinette olhava a sua volta e tudo o que via era água. O céu num azul límpido, sem nenhuma nuvem. Um vento morno típico daquela região soprava em seu corpo. O mar estava calmo, a viagem estava tranquila. Ela estava ansiosa para chegar logo àquela ilha e começar a sua pesquisa.
Mais duas horas de navegação e o motor falhou. Adrien se assustou com o ocorrido, não era algo comum de acontecer. Tentou dar novamente a partida e nada. Toda a parte elétrica do barco estava apagada.
Marinette:—O que aconteceu? - perguntou assustada
Adrien:—Estou tentando descobrir - disse nervoso
Marinette:—Você sabe consertar, né? - disse preocupada
Adrien:—Normalmente sim. Vou dar uma olhada no motor. Eu abasteci antes de sairmos, não é combustível...
Adrien desceu até o motor do barco e passou uns 15 minutos lá. Marinette estava aflita e Adrien calado. Quando subiu a cara dele não era das melhores.
Marinette:—Então, o que houve?
Adrien:—O que houve? Alguém fez um furo minúsculo na base da bateria. Todo o fluido que tinha nela vazou e agora não temos bateria para dar partida no motor.
Marinette:—Como assim "fizeram um furo"?
Adrien:—Olha, não sei se você sabe o que é uma bateria, então não adiante explicar...
Marinette:—Claro que eu sei o que é...
Adrien:—Pois então: alguém fez um furo embaixo dela e agora ela está seca. Sem o líquido que fica dentro dela, ela não funciona. Sem bateria, não posso dar partida no motor ou usar os equipamentos eletrônicos do barco.
Marinette:—Mas e o rádio? Dá pra usar?
Adrien:—Sem eletrônicos, não entendeu?
Marinette:—E o que faremos agora? Não podemos ficar aqui no meio do nada à toa...
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Oi, diário
RomanceMarinette precisa provar para si mesma e para seu pai que não era apenas a herdeira de um império, mas não imaginava ficar presa a alguém que mal conhecia por tanto tempo...