Marinette já tinha arrumado a cozinha. Escreveu mais bilhetes para colocar em mais garrafas. pegou seu livro e foi ler um pouco. Não tinha muito o que fazer para passar o tempo e não estava com sono. As horas passavam e Adrien só acordou quando já estava escurecendo. A garota tinha feito uma sopa com o que sobrou do almoço e tinha ficado até gostosa. Adrien elogiou e agradeceu por acordar com fome e já ter o que comer.
Marinette:—Chocolate!
Adrien:—O que que tem?
Marinette:—Era o que eu comeria agora. Chocolate! Estou há dias sem...acho que já estou em abstinência - riu
Adrien:—Nunca fui apaixonado por doces, desde pequeno. Comia de vez em quando, mas não sinto falta.
Marinette:—E o que você comeria agora, se pudesse?
Adrien:—Prefiro não dizer...-riu
Marinette:—Vai, fala!
Adrien:—Estou em um dilema: não sei se "posso, mas não devo" ou se "devo, mas não posso"...
Marinette:—Não entendi...
Adrien:—Pizza, estrelinha! Eu comeria pizza agora se pudesse...-riu
Marinette:—Também adoro pizza! Vamos combinar de ir a um rodízio quando a gente sair daqui? - disse animada
Adrien:—Claro! Mas vou logo avisando que eu dou prejuízo ao dono da pizzaria...-riu. Bom, vamos acender nossa fogueirinha que já está escurecendo. Vou pegar madeiras lá no porão, as daqui de cima já acabaram.
Adrien desceu as escadas até o porão, perto do motor e logo voltou com as madeiras e um pano enrolado na mão, com uma cara sofrida.
Marinette:—O que foi? O que é isso na sua mão?
Adrien:—Tinha um prego em uma das madeiras e eu não vi. Cortei a mão, mas não é nada demais.
Marinette:—Deixa eu ver - disse desenrolando o pano da mão dele - meu Deus, Adrien, esse corte foi fundo! Vai precisar de pontos...
Adrien:—Legal, vou ligar pra ambulância...pera, não tem ambulância...nada de pontos, estrelinha.
Marinette:—Debochado! Deixa eu pegar meu kit de primeiros socorros na minha mochila...
Adrien:—E por acaso você tem um kit de linha e agulha pra me costurar?
Marinette:—Por acaso, tenho sim.
Adrien:—E eu posso saber por que você tem isso? - perguntou incrédulo
Marinette:—Quando eu tinha 18 anos, eu e a Alice saímos escondidas para ir a uma boate. Bebemos um pouco além da conta e tiramos os saltos. Na saída, Alice pisou em um caco de vidro de uma garrafa quebrada e fez um corte grande e fundo na sola do pé. Não podíamos ir pra hospital e nem pra casa daquele jeito, ou papai nunca mais ia deixar a gente sair sozinha. Então paramos numa farmácia e comprei tudo o que precisava. Vi uns 3 vídeos no Youtube de "como suturar um corte no pé" e costurei o pé dela.
Adrien:—Que loucura! E você sabia como fazer, quer dizer, fez certo?
Marinette:—Eu tinha alguma experiência em fazer roupas de bonecas e customizar algumas coisas...foi só mais delicado. Fiz um trabalho tão bom que ela quase não tem cicatriz. E o melhor: nossos pais nunca descobriram...é um segredo nosso!
Adrien:—Isso não explica você ter essas coisas na sua mochila.
Marinette:—Então...depois disso, Alice me fez prometer que eu andaria sempre com um kit desses na bolsa ou no carro, pra qualquer emergência. E eu acostumei. Quando namorei o Felipe, ele me ensinou como fazer mais certinho, caso eu precisasse. Então fica tranquilo porque eu sei o que eu estou fazendo.
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Oi, diário
Roman d'amourMarinette precisa provar para si mesma e para seu pai que não era apenas a herdeira de um império, mas não imaginava ficar presa a alguém que mal conhecia por tanto tempo...