Capítulo 11 - Just two idiots

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Curran Walters P.O.V

E ela voltou a ter razão, da pior das formas, mas ela voltou a ter razão, nas redes sociais a minha vida voltara a ser praticamente o sonho de qualquer um, afinal, o que pensaria a pessoa de quem eu começava a gostar se de repente colocasse algo que demonstrasse o quanto me fazia falta esta loirinha... 

Senti que a qualquer momento o impacto desta conversa explosiva ficaria de forma estupida evidente nos meus olhos, quem me dera já ter começado a gravar, quem me dera poder enfiar-me no papel do Jason e fingir que assim como a Rachel não significa nada para ele, também a Teagan não significa nada para mim, porém acho que não conheço nada mais impossível e agora a única coisa que queria era poder fechar-me num local, sozinho, a sentir pena mim próprio por ser tão tremendamente estupido, mas nem isso podia pois nem a minha própria namorada desejava que me visse assim, a ultima coisa que queria era deixá-la com a inda mais duvidas, a Ava não merece, contudo, também não me serve de nada fingir que estou bem...

- Cur que se passa que cara é essa? - questionou, com evidente preocupação, mal abri a porta e coloquei o primeiro pé no interior do quarto - Que aconteceu??

- Preciso que me deixes sozinho...- limitei-me a balbuciar, sentando-me na cama, para onde se dirigiu no instante seguinte.

- A ultima coisa que tu precisas agora é de estar sozinho. - retorquiu tocando-me o rosto. 

- Estou a falar a sério, Ava, preciso de estar sozinho. - insisti, afastando-me.

- Curran eu só...

- Ava, por favor. - repeti, no mesmo tom monocórdico utilizado durante toda a conversa e por fim lá se levantou.

- Está bem, tu é que sabes, talvez seja até melhor regressar à Califórnia, afinal nestes dois dias, mal estivemos juntos dois segundos sem discussões, nem quero imaginar quando começares a gravar... - cortava-me o coração o modo como se inundavam os seus olhos enquanto procurava a pequena malinha que apoiou no ombro.

- Oh, sabes que não era isso que eu queria dizer, havemos de ter muito tempo para...

- Curran...

- Babe, vá, vem cá, desculpa-me... - implorei arrependido, levantando-me. 

- Não, não quero atenção por pena. Não disseste que precisavas de estar sozinho, então fá-lo, tens o quarto inteiro para ti. - interrompeu estendendo um braço, usando este para impedir que me aproximasse. 

- Ok... - foi por fim, momentos depois de baixar a cabeça, derrotado, que ouvi a porta bater e me deixei cair sobre a cama novamente. 

Encostei-me à cabeceira e de vista vidrada na parede à minha frente permiti-me chorar, afinal voltar ao set onde nasceu o meu papel de sonho, não era o sonho de antes, a minha cabeça parecia prestes a explodir de tão desgastado e confuso que ficara o meu cérebro em menos de quarenta e oito horas, quase que dava vontade de fazer como disse a Ava, regressar à Califórnia, lá poderia até muito pensar, mas pelo menos, longe da vista, tinha muito com que me distrair... Tinha a tal vida perfeita.

- Sou o que nunca quis ser, fraco... - sussurrei, percebendo pouco depois que não estava por completo sozinho mal fitei a porta entreaberta onde, a única do elenco a ficar no hotel além de mim, me observava, de cara vermelha, olhos inchados e brilhantes - Quero estar sozinho... - murmurei por instinto, até porque, muito provavelmente, esta nem se preocuparia em entrar.

Teagan Croft P.O.V

Se eu estava furiosa, magoada, quase profundamente arrependida de  ter saído do quarto após a discussão, também me arrependia de deixar que o meu desejo de o manter longe pelo receio de dar ao meu coração motivos para continuar de tão estupido modo apaixonado, ainda se tratava do Curran, o Cur, o mesmo Cur de que eu morria de saudades, o mesmo que não me recordo de em momento algum ter visto chorar... Sempre fora das pessoas mais fortes que alguma vez conheci , em qualquer situação escapava ao mundo com um alegre sorriso, um jeito divertido, uma frase motivadora e agora chorava diante dos meus olhos, fiquei sem reação, apenas via, via espantada e em silencio isto é, até àquela frase que me fez desejar dar-lhe um estalo ou abraçá-lo por pensar tal coisa de si próprio.

Deu por mim e quis afastar-me, como é logico não segui as suas ordens, não cedi ao seu pedido e trémula entrei, sentando-me aos pés da cama, começando também a deixar que me lavassem o rosto a continua quantidade de lágrimas que quase julgava ter esgotado com tanto drama. 

- Estamos a agir como duas crianças, não achas? - proferi sem sequer ser capaz de encontrar os seus olhos com os meus - Em vez de aproveitarmos que voltámos a estar juntos em algo não, discutimos, pisando e repisando em erros do passado...

- Mas são erros importantes, tu tens razões para me quereres longe... Eu nunca demonstrei que...

- Eu também não, não é? Eu tive saudades tuas, cresci, amadureci e mesmo assim só tive coragem de to dizer agora, não tenho assim tantas razões para me chatear, estou a ser idiota! - vociferei, começando a a ficar mais chateada comigo do que com ele.

- Somos dois idiotas. - riu, o seu riso continuava a aquecer-me o coração, nada mudara, quando por fim ganhei coragem para mergulhar nos oceanos daquele tão lindo azul dos seus olhos também eu sorri, ri, acalmei como se nada fosse.

- Sim, dois grandes idiotas. - concordei, perdendo toda a calma conquistada mal me tocou a mão, puxando-me para si, para um abraço quente, quente como as minhas bochechas coradas. 

See you againOnde histórias criam vida. Descubra agora