See you again

Capítulo 8 - I don't really know what the hell is happening

Curran Walters P.O.V

Deixei a sala de jantar, frio, distante, capaz de levar o mundo à frente, esperando de uma forma desesperada que a Ava não tentasse seguir-me, afinal além de que se descobrisse o motivo deste meu estado fosse ficar realmente irritada, a ultima coisa que desejava era preocupa-la ou deixa-la insegura a qualquer coisa que dissesse respeito ao que temos, visto que quanto a isso não tenho qualquer duvida, mas não impede que as palavras da Teagan não me saíssem da cabeça...

*Flashback on*

"- Talvez porque, após o primeiro impacto, recordei-me do quão demonstraste que a nossa amizade não passava de algo exclusivo de set, passaram-se pouco menos de quatro anos e parecesse que esqueceste tudo o que vivemos em um segundo, portanto, talvez tenha chegado a minha vez de fazer o mesmo."

*Flashback off*

É verdade que nos tínhamos afastado, mais do que alguma vez deveríamos, mas, foi inevitável, eu acho, mal deixei os Titans haviam tantas coisas na minha cabeça ao mesmo tempo que quem não partilhava comigo as rotinas, deixou de ter lugar na minha vida, até ela, a pessoa com quem partilhei as gargalhadas mais sinceras, os momentos de nervosismo, os abraços as discussões da Rachel e do Jason tão difíceis de gravar pelo carinho muto por nós dois sentido, aquilo que pareceu tão extremamente forte de repente, aos meu olhos compreendia que ela tinha razão, tinha deixado que se desfizesse no ar... E porque é que doía tanto? Porque é que de repente me sentia tão mal?

- Curran! - como era obvio tratava-se da voz da Ava que corria em desespero atrás de mim enquanto em passos largos me afastava das escadas por onde antes subira - Queres enganar quem? Ainda para mais a fugires de mim desta maneira!

- Eu não estou a fugir de ninguém, só precisava de estar um bocado sozinho sim? - exclamei parando a meio, levando-a a chocar comigo.

- Não me enganas... - repetiu séria.

- Tu lá sabes... - deixei escapar voltando a virar-me entrando no nosso quarto, procurando um dos casacos que trouxera.

- Ah agora já é, tu lá sabes?! Importas-te de parar de me esconder coisas, Curran Walters?

- Importas-te de me deixares estar sozinho, nem que seja por uns minutos. - o meu tom era quase de uma suplica. 

- Mas Cur... - sussurrou.

- Desculpa... - foi a ultima palavra a sair de entre os meus lábios antes de sair do quarto na direção de uma espécie de varanda localizada ao fundo do corredor de a onde a Conor vinha, por quem passei sem à mesma me dirigir. Mais uma vez dava razão à Teagan afinal, após o feliz primeiro impacto do reencontro, tornavam-se claras e visíveis as mudanças, os distanciamentos. 

Dá vontade de voltar atrás no tempo...

Ao abrir a porta de vidro senti a brisa noturna gelar-me a face e nem por isso recuei, dois passos bastaram para que me encontrasse do lado de fora, encostado à parede após fechar o local por saíra, contemplando em silencio as estrelas que, em conjunto com a iluminação artificial, davam algum brilho à escuridão, nem a típica paz que a noite me trazia arrancava de mim aqueles pensamentos, aquele desejo de recuar uns tempo e fazer tudo diferente.

- Curran! - a voz da Chels trouxe-me ao mundo real uma vez mais, levando-me até a dar um ligeiro salto por não estar à espera que mais alguém aparecesse naquele momento - Não queria incomodar-te, mas, está tudo bem...?

- Claro! - apressei-me a responder, apesar de ter sido apanhado de surpresa - sabes como sou, adoro o céu aqui no Canadá. - acrescentei, almejando ser o mais credível possível.

- Pois sim, talvez seja a minha memoria, porem não me recordo de alguma vez te ter visto chorar, muito menos por essa razão. - mal esta comentou tal coisa, senti que até o meu coração acelerara ao mesmo tempo de levava a mão aos olhos, sentindo pequenas gotas de que, sei lá como, não me dera conta, que raio...? - Curran não tentes mentir-me, por favor, acho que não fiz nada para merecer isso, sempre pudemos contar um com o outro.

- A Teagan está assim tão magoada comigo? - já tinha feito a questão quando nos seus lábios notei um sorriso, compreendendo que ficara com a opinião de que aquela de quem falava era a razão da minha tão estupidamente aparente tristeza - Chels não, não é isso que tu... Eu só, quando cheguei não pareceu que ela estivesse de forma alguma ressentida, até porque mais ninguém parece estar ou sou só eu que ando a dormir?

-  Não, estamos todos o mais normais possível, contudo, achas mesmo que tinhas uma ligação como aquela que vocês os dois tinham com mais algum de nós? - como se fizessem eco, aquelas palavras repetiam-se na minha cabeça, vezes e vezes sem conta.

...tinham

Porque é que aquela palavra doía tanto, porque é que de repente, saudades era a única coisa que me percorria?

- Curran, ei? - chamou com preocupação - Tenta resolver as coisas com ela, não desperdicem esta oportunidade sim?

- Eu... - prestes a continuar a concordar, o meu orgulho superpôs-se - Não sou o único culpado no meio desta história, agora tem uma boa noite, estou cansado, vou dormir... Até amanhã. 

- Oh Curran... - sabia que se não a ignorasse voltaria a dar parte fraca, é muito cedo para isso. 

No quarto a Ava já dormia e as luzes apagadas fizeram-me suspirar enquanto retirava o casaco e me preparava para trocar de roupa, foi por fim que me deitei abraçando-a após o mais rápido dos duches, pensativo, confuso...