See you again

Capítulo 29 - Our conversation

De regresso ao hotel com a maioria do pessoal que como eu dera o dia por terminado hoje, senti-me como uma criança que acabará de ganhar doces ou um brinquedo há muito desejado, estava mais leve do que nós últimos anos, arrisco-me a dizer.
Em vez de ir logo para o jantar, optei por me dirigir ao quarto de Chels e Tea, afinal, fosse como fosse alguém tinha que avisar a primeira, visto que esta tinha cenas para gravar durante a noite e que, além disso queria colocá-las a par das novidades, contar à Teagan o quão correta se encontrava e agradecer-lhe.
Pedi à Conor que avisasse os restantes onde iria e, pelo elevador subi ao andar dos nossos quartos. Mal adentrei, Chelsea apressou-se a sair, afirmando que iria comer qualquer coisa antes de começar, despedindo-se com um aceno, sorrindo.

- Então e como é que estás? - perguntei.

- Bem, I guess, quase não tenho dores. - comentou esboçando um meio sorriso enquanto tentava voltar a calçar-se.

- Queres ajuda, loirinha?

- Não, acho que não me desenrasco assim tão mal! - gargalhou - E tu? Pareces-me muito pouco em baixo, há alguma coisa que queiras contar-me?

Como me conhece!

Entre risinhos aparvalhados, como um autentico adolescente fui repetindo para si os acontecimentos e, com os olhos muito brilhantes escutava aquilo que aparentava ser como os contos de fadas que em pequenos nos contam, no final abraçou-me toda orgulhosa.

- Finalmente, Ryan! Agora não vez que estás muito melhor? - exclamou sorridente. 

- Acho que nem imaginas o quanto! - disse caindo de costas na sua cama.

- Já agora, o Curran, ele vai ficar para a noite com a Chels, não é? - indagou com os olhos ainda brilhantes, apesar de com facilidade se compreender o significado diferente desta vez.

Respondi que sim, como acredito que na verdade já soubesse, é capaz que só ter tentado  chamar o nome deste à conversa, compreendo, devo tê-lo feito umas mil vezes, por mais que tal menção tenha bastado para a deixar nervosa, as always.

Curran Walters P.O.V

Estava morto de sono quando terminámos, era tarde, tarde do tipo de quase quatro da manhã, porém falar com a Tea era algo que não me saía da cabeça, ainda para mais depois da Chelsea ter insistido para que lhe contasse o que pretendia dizer, com pormenores, para evitarmos que pudesse vir a dar muita merda. 

- Ela já vai estar a dormir Cur! - declarou esta quando em passos acelerados me dirigi, conduzido por uma mínima esperança de encontrar os seus olhinhos azuis abertos por alguma razão - Tu devias ir descansar, tudo bem que temos mais uma manhã livre, mas suponho que a queiras usar para...

Acabou por se calar mal chegámos à porta aberta do seu quarto onde o feixe de luz que vinha do corredor, era suficiente para que comprovássemos que ela estava correta.

- Eu avisei-te - sussurrou acariciando-me o ombro, entrando de seguida na direção da cama onde se sentou, descalçando-se - Boa noite Curran - sorriu por ultimo, ao deitar-se sem trocar de roupa. 

Era o meu momento de sair, contudo, por impulso, em uns três passos aproximei-me com um sorriso mínimo no rosto,  passando ao de leve a mão pelo seu, que transmitia toda a calma, naquele sono profundo. 

Oh Teagan, juro-te, jamais acreditei que viéssemos acabar desta maneira...

"Boa noite, desta vez cheguei mesmo tarde, só que não me esqueci do que te disse, temos conversa pendente.

Quando acordares vai ter ao meu quarto, não saio de lá enquanto não falarmos."

Decidi enviar-lhe, depositei-lhe um beijo na testa e em passos lentos e preguiçosos arrastei-me para o meu quarto onde cai que nem uma pedra na cama, apagando instantes depois. 

Teagan Croft P.O.V

Acordar com uma mensagem destas é acordar com uma grandessíssima duvida em o que sentir, garanto e com um braço ligado também pode dizer-se que não fica lá muito fácil andar à pressa.

Como era de prever, a mãe chegou ainda ontem à tarde e acabou por ficar cá no hotel, dizendo para que caso necessitasse de alguma ajuda, para que não hesitasse em chamá-la, o que não fiz e sozinha lá me orientei pois como o Cur, também a Chelsea deve ter chegado a largas horas da madrugada. Preferi não comer mais que uma das barras de cereais das que tinha no quarto antes de me dirigir ao dele. 

Sentia as pernas bambas e o receio a crescer cá dentro, a mil, recordando a ultima vez que me desloquei àquele quarto sozinha, como aumentava a vontade de repetir o beijo, por mais quem igual nível, surgisse a de voltar para trás e fingir que nada se passava. 

Não o farei, não fujo.

- Ei? Estás acordado?- perguntei, batendo à porta em voz baixa para não acordar ninguém por ser bastante cedo, ainda.

O silencio permaneceu. 

- Por favor, se estiveres a tomar banho ou assim avisa, não quero abusar de confianças! - implorei em tom irónico e serio, simultaneamente.

Como não fora proferido mais vocábulo nenhum, entrei. Sendo sincera não me espanta tê-lo encontrado ainda deitado, devia estar super cansado, portanto estive prestes a afastar-me, podia muito bem esperar que acordasse por si só, todavia sabia na perfeição o que me pedira, então vi encostar-me ao lado desocupado da cama, vendo publicações nas redes sociais, com os fones nos ouvidos com intenção de não o acordar. 

- Bom dia - murmurei, tímida quando os nossos olhares se encontraram no segundo em que me sentei.

- A isto é que se chama madrugar. - brincou ensonado - Estás bem?

- Dentro dos possíveis - sorri, confesso, começa a tornar-se chato responder a perguntas coo esta a toda a hora, apesar de compreender que estejam preocupados.

Após um bocado de preguiça, avisou que só precisava de lavar a cara para que acordasse por inteiro e podíamos falar, o que, coisa que não parecia, de todo, surtir um efeito estranho apenas em mim.

- Já te disse que me estás a assustar? - indaguei fitando as suas mãos trémulas - Diz de uma vez Cur, de certeza que não será algo tão péssimo!

- Não sei, depende um bocado de ti, mas não vou empatar mais! - afirmou, respirou fundo e de modo a mergulhar nos seus encantadores olhos, sentámo-nos frente a frente - Lembraste de tudo aquilo que nos fez discutir quando nos beijámos, todas duvidas que tínhamos, tudo o que...  Shit...

- C-Claro que me lembro! Continua, por favor...

- Quando estavas a ser observada, ontem no hospital, eu e a Chels tivemos uma conversa, aliás, não te chateies com ela, eu precisava de desabafar e ela limitou-se a colocar em palavras aquilo que eu deveria há muito ter notado!

O quê? Calma lá, isto é o que eu penso que... 

- Curran eu, tu, não, nós...  - porra, as frases não me saem com nexo algum!

- Teagan eu apaixonei-me por ti! - o meu coração parou, for real - Naquele momento acho que já me sentia assim só que como era muito recente a história da Ava, era demasiado complicado e desculpa se fiz parecer que, que te estava de alguma forma a usar. Não estava! 

- It's, it's that true...?

Num apisse, os seus lábios encontraram os meus com todo o desejo, a vontade, como se estes os chamassem, como um íman, eu encontrava-me quase em choque, parada, rendida a como uma doçura e paixão se podiam tão bem misturar com as ferozes sensações que descrevi e mesmo assim, por um bocadinho, fui incapaz de retribuir. 

Continuava com receio, algo continuava a alertar-me para a hipótese de que tudo o que acontecia não fosse real, porém a dada altura, desfiz essa coisa e correspondi, envolvendo o seu pescoço com o meu braço, como fazia com as minhas faces.

 Aquilo não podia acabar, não queria que acabasse.