XVII

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No escuro, Asoke imaginou o caminho em sua mente.

Devia ser uma coisa difícil de se fazer, principalmente para alguém que recuperara a memoria a um dia atrás, mas Asoke podia ver o caminho tão claro quanto preto no branco.

Sabia o numero de passos a dar, quando virar e assim o fez.

Ele andou pela esquerda, deu seis passos curtos e precisos, fez uma meia volta para a direita e segurou o ombro de alguém, comprimindo a arma sobre seu crânio.

— Levante-se — ele sussurou. Não houve resistência, não muita.

As luzes voltaram a iluminar o salão e várias pessoas abafaram gritos de surpresa.

Asoke estava de pé, com o braço esquerdo enrolado sobre o pescoço e a arma apontada directamente para à temporal de Odruarde. Ele deu alguns passos para trás enconstando-se a parede para que ninguém o surpreende-se.

— O que você está fazendo? — Odruarde gaguejou. Asoke firmou ainda mais o aperto, e sentiu a maça do presidente arquejar tentando arranjar espaço.

Uma som estrondoso fez o piso do prédio rugir, seguido de guinchos.

— Ouçam todos … — disse — Saim agora antes que eu exploda o cérebro dele.

O homem que parecia um rato e mais alguns dos colegas fardados se aproximaram.

— Eu falei sério — Asoke atirou contra o teto — o próximo não vai ser tão limpo.

A maioria das pessoas corria para fora do salão, a vozearia se mesclava com o som de tiros lá fora.

Asoke podia sentir o suor brotando de sua testa e costas e escorrendo pelo resto do corpo.

Seu coroção batia desgovernadamente, ou talvés fosse o de Oduarde, ele não sabia ao certo.

Havia um zunido irritante em sua orelha que o deixava ainda mais extressado.

No inicio os homens não se mexeram, mas o guincho de Odruarde foi suficiente para desmotivar alguns.

— Vamos logo antes que ele mate Odruarde — Luena disse.

— Você também precisa ficar — Asoke disse a Luena. Não fazia parte do plano, mas ele decidiu que o plano não era muito confiável e nem muito inteligente depois de posto em prática.

— Vão — Ela disse aos homens.

Eles sairam um de cada vez.

Asoke sentiu as ulhas de Odruarde cravarem-se sobre seu braço, mas a dor parecia tão distante e abafada que era como se estivesse sob o efeito de anestesia.

Odruarde já não parecia tão forte e poderoso quanto aparentava.

Asoke retirou seu braço sobre o pescoço de Odruarde e cravou a mão em seu ombro. A arma agora apontava para o crânio grisalho do presidente.

Uma explosão fez as luzes oscilarem no teto.

— Porque você está fazendo isso cantor? — Odruarde balbuciou — vai acabar por ser morto.

— Não antes de vocês, Presidente.

— O que você está esperando? — Luena disse, sua expressão era séria.

— Sabe por quanto tempo eu estive esperando por isso?…

— Luena… — Oduarde interrompeu.

— Cale a boca, velho desgraçado. — ela disse e depois encarou Asoke, ergueu sua mão com três dedos estendidos — Acabe logo com isso. Destrave, mire e atire, lembra? Você já fez duas delas falta apenas uma.

— O que você disse? Como… você é o meu reforço?

— Achou que não estariamos no governo de Odruarde? 

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