- Vo-você vai, vai o que? - Ele perguntou se levantando.
- Calma, você sabe que só moraria aqui temporariamente, a minha casa ficou pronta, e na terça depois que eu voltar de Angra eu vou arrumar minhas coisas e partir na quarta.
- Peraí, cê vai pra Angra? E a escola? E eu?
- Abaxei a cabeça, eu nunca faço nada com os meus pais e eles decidiram fazer logo hoje essa viagem, queria ficar com você, mas não posso deixar essa chance passar. Você entende?
- Eu entendo Cléozinha. - Falou sentando do meu lado. - Na verdade não entendo, tava tudo se encaixando.
Inclusive nossos órgãos genitais.
- Mas olha, eu não vou pra outro país, eu vou só mudar de casa, aqui na barra mesmo, vou vim ensaiar com a banda sempre que der.
- Sempre que der? Você é a vocalista cara, eu tô ficando bolado.
- João Pedro eu não vou pra marte, e a gente é da mesma escola. Não vamos brigar por isso.
- Fica hoje comigo então.
- João eu não posso. Para de ser infantil merda.
- Tudo bem. - Falou com indiferença. - A gente vai assumir que tá junto?
- Eu tava pensando nisso e eu queria falar com os meus pais assim que a gente chegasse de viagem. Pode ser?
- Pode. - Falou ele me dando um selinho. - Desculpa.
- Tudo bem, agora eu preciso ir, 13h vamos partir.
Dei um abraço no João bem apertado, ele tava com semblante triste, mas não podia fazer nada. Saí e ele nem me levou até a porta.
Entrei no flat e uma lágrima caiu, fiquei de cara de como o João se comportou, entendo ele não querer me perder, mas esse papel que ele fez foi ridículo, depois de ontem, depois de hoje, acho que ficou bem claro que eu gosto dele. Fui pro quarto e terminei de guardar o que faltava. O relógio já marcava 12h e a Ju chegou, almoçou com a gente e quando estávamos saindo de casa vi o João, dei um abraço nele sem nem se importar com a presença dos meus pais. Ele sorriu e eu sorri de volta, depois ele entrou pra casa e nós pegamos o elevador.
- Quem é esse rapaz filha. - Perguntou a mamãe.
- É um amigo da banda mãe. - Na mesma hora eu e a Ju nos olhamos e rimos baixinho.
Fomos de carro até o pier onde estava o Iate, o capitão já estava lá e explicou as normas de embarque etc, naquela droga não pegava sinal muito bem, então tentei curtir o máximo que pude da viagem com os meus pais que durou 2 horas e 40 minutos, colocamos umas músicas e ficamos dançando, tiramos fotos, comemos e até que foi divertido, mas enquanto eu fazia isso tudo o João não saía da minha cabeça.
- Chegamos. - Falou meu pai, sorrindo ao visualizar terra.
Em questão de uns 15 minutos chegamos ao pier mais próximo, eu adorava viajar de barco ou avião pelo fato de odiar engarrafamento, barulhos de buzina e tudo mais. O capitão deu pra nós o número de uma companhia de táxi, pedimos um, que já estava perto e chegou em menos de 5 minutos, eu não desgrudava da Ju, ao longo da viagem, contei tudo que aconteceu com o João na noite passada e hoje cedo, mas não dei muitos detalhes igual pra Duda.
Chegamos no Resort em 20 minutos, lá era incrivelmente lindo, tinha piscinas, a estrutura e decoração maravilhosas e era de frente pra praia, melhor ainda, descobri que lá tinha uma balada e que também tinha um pub, a Ju já havia se hospedado lá.
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Flat 83
RandomCléo se muda para o Flat 83 de um condômino de classe alta na Tijuca, enquanto sua casa não fica pronta, após uma mudança. Lá ela se aproxima do gatinho João Pedro, vugo JP de uma maneira romântica, mas diferente do romântico que estamos acostumados...