Imediatamente olhei pra trás, pra saber quem me deu aquela pegada estonteante.
- Tá me seguindo querido vizinho? - falei rindo.
- Você aflora meu lado piscicopata.
#Gargalhei.
- A é? - Falei no ouvido dele. Olho por olho, dente por dente.
Me afastei um pouco e comecei a dançar, ele segurou a minha mão e me puxou para si, ficamos cara a cara, claro que tive de olhar pra cima porque eu era mais baixa, esse lance de encarar já estava ficando obsoleto e frequente pra nós, já era freguês.
- Preciso beber. - Falei saindo, sim eu estava fazendo a difícil novamente, não queria que fosse algo fácil e que acabasse fácil, queria algo diferente.
Sentei novamente na mesinha do bar e o vizinho chegou por trás, sem tocar meu corpo e apenas alisando meu cabelo, esse lance de provocação estava claramente partindo dos dois lados. Ele me deu um beijo na bochecha e sentou.
- Me ver um whisky por favor.
- Dois. - O vizinho me olhou com cara de espanto.
Nosso whisky chegou e eu o tomei, antes que ele acabasse. Precisava parar de misturar ou ficaria bêbada e com uma ressaca pesada, então depois do whisky eu encerrei a carreira por hoje.
O João olhou pra mim e perguntou:
- Gosta de beber assim?
Sorri como uma criança que acaba de ganhar um doce e com brilho no olhar.
- Gosto sim.
Levantei e peguei na cintura dele e o chamei pra dançar. Ele levantou e caímos na pista. Dancei horrores, e o meu vizinho dançava meio sem jeito, sem tirar os olhos de mim, eu dançava loucamente e depois sensualmente sem tirar os olhos dele, às vezes a gente parava e ria, algumas dancinhas que eu fazia eram patéticas.
Quando olhei pra hora no meu celular já eram quatro da manhã, fui tomar uma água e como a onda passou, eu retomei a carreira com um copo de caipirinha, mas pararia por ali, palavra de escoteira, se um dia eu tivesse sido escoteira.
- Tô afim de embora. - Falei pro meu vizinho sem o olhar, apenas olhando pro copo de caipirinha quase seco.
- Então vamos princesa.
- Vamos. - Quando saimos ele fez questão de pagar toda a conta que com certeza teria sido bem cara.
- Não quero ir pra casa. - Gente não era eu, era a bebida.
- Sei de um lugar bem legal pra a gente ir. - Falou ele abrindo a porta do carro pra eu entrar. Não exitei, confiei nele e fui, qualquer coisa com o gato seria lucro.
- Pronto chegamos.
- Na praia?
- Olha seu relógio, já são 5:50, daqui a pouco seis e vamos acompanhar o nascer do sol juntos.
Mano, mano, mano!!! Conheci um príncipe?
- É verdade.
Ele tirou a blusa dele e colocou na areia então sentamos lado a lado e voialá (voalá).
A gente mal se conhecia e ele me envolveu em seus braços, ficamos apenas olhando o sol nascer e brilhar diante nossos olhos e nossos corpos. Ele começou a acariciar meu cabelo novamente, mas com muita ternura, eu que já tava jogada nos braços dele, adormeci que nem senti.
....
Quando acordei, vi que aquele quarto não era o meu, e quando olhei pro lado vi um par de olhos azuis olhando pra mim, sorri meio espantada e meu sorriso foi se esvaindo. Sentei desesperada e falei.
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Flat 83
RandomCléo se muda para o Flat 83 de um condômino de classe alta na Tijuca, enquanto sua casa não fica pronta, após uma mudança. Lá ela se aproxima do gatinho João Pedro, vugo JP de uma maneira romântica, mas diferente do romântico que estamos acostumados...