Nesse pula pula, um louco chamado Ricardo teve a ideia de brincar de briga de galo, que ideia idiota, mas a galera toda aderiu.
Eu subi no João, a Diana no Math, Jess no Marcelo e o maluco do Ricardo arrumou um par lá que eu não sei quem era, efim, geral montado e aquela briga de galo, eu fui a primeira a cair porque só sabia rir né.
Sabe quando você se sente bem? No lugar onde você quer e deve está? A gente na água passava na minha cabeça como se estivesse numa curta metragem. Fiquei pensando: "Tô sentindo uma sensação de liberdade, um tipo de epifania (aprendi isso no Os Simpsons)."
Saí sozinha da água igual um pintinho molhadinho, cheia de frio e logo me envolvi na canga. Meio que me enxuguei e coloquei a camisa do João porque a minha blusa e nada eram a mesma coisa, e a dele mais parecia um vestido em mim. Fiquei olhando de fora a galera rindo, brincando e se divertindo, parecia ainda mais mágico, um filme, isso, um filme diante dos meus olhos.
Estava frio demais, então peguei as minhas coisas e as do João e fui sentar perto da fogueira. Fiquei uns 5 minutos sozinha, então a galera chegou e o João chegou me abraçando todo molhado e eu quase seca, dei uns tapas nele e falei:
- Nossa que fome.
Ele riu e disse:
- Isso é larica Cléozinha. E aí rapeise trouxeram alguma coisa pra comer?
- Tem sim. - Falou uma menina de cabelo enrolado que tava abraçada com o Ricardo. - Mas só depois que apresentar a namorada.
- Não gente, eu não sou a namorada dele não. - Falei mega sem graça.
- Então gente, essa menina que não é a minha namorada é a Cléo. Vão se apresentando aí, porque eu vou falar e depois ela vai esquecer mesmo.
A galera riu, e a menina veio se apresentar.
- Oi Cléo, eu sou Giovana, mas pode me chamar de Gil. - Não é Gio, é Gil mesmo gente.- Aquele maluco ali é o Ric meu namorado.- Ele deu um tchauzinho. E ela foi apresentando a galera que não vem ao caso.
- Obrigado Gil por apresentar.
A Gil tinha um visual bem hippie e bem bonito, cabelão cacheadão, um brinco de penas em uma das orelhas, e na outra um alargador tamanho pequeno, saia longa, bem hippie mesmo, era morena mulata bem gata. E o Ric era magrelo tinha um piercing de argolinha na boca, bem no lábio inferior, também tinha alargador, cabelo bagunçado, mas era bem bonitinho, estiloso, o olho claro, mas não consegui distinguir. Reparo muito nas pessoas.
Depois da apresentação que Gil havia feito, matamos nossa 'larica' como diz o João.
O luau ia até de manhã cedo, mas já eram quatro e meia e eu queria está em casa quando os meus pais chegassem. Falei pro João que eu poderia pegar um táxi, mas ele fez questão de me levar em casa, e eu achei bem melhor mesmo.
A gente veio no carro rindo e conversando sobre os acontecimentos da noite, das partes hilárias. Ele falando de que quando saí da água o Ric começou a soltar as pérolas dele. O Ric era bem engraçado, foi mega engraçado quando ele tava tentando fracassadamente dançar reggae.
Foi mais uma noite/madrugada maravilhosa ao lado do meu vizinho, ele alegrou esse meu processo de transição, de mudança, era tudo que eu precisava depois do cafageste do Bruno, depois da Duda ter ido embora, do Diogo também( o que eu ficava e foi morar na Argentina). Eu obviamente tinha outras amizades, mas essas eram mais importantes. Mas hoje eu me redescobri.
Chegamos ao Oásis, e já subimos direto. Quando chegamos em frente a minha porta.
- É isso, obrigado pela noite maravilhosa.- Falei olhando nos olhos dele, depois dei um beijinho no canto da boca dele e entrei.
Ele ficou parado, acho que esperando algo a mais, mas sorriu e em seguida entrou. Acompanhei isso pelo olho mágico e depois sorri. Tava me sentindo nas estrelas.
Tomei um banho, vesti meu bom e velho pijama cor-de-rosa, coloquei uma música no celular e dormi.
Acordei com uma barulhada, e levantei assustada, pronto fodeu, só me faltava um ladrão e eu sozinha. O relógio marcava 7h da manhã, ainda estava bem virada, levantei cambaleando e fui ver quem era.
Era meu pai andando pra lá e pra cá, catando uma porção de coisa.
- O que foi pai? Aconteceu alguma coisa ? - Falei bem assustada.
- Nada filhinha, só uma viagem de última hora. - Meu pai falou e em seguida me beijando a testa.- Tchau filha eu preciso ir. O pai te ama muito, daqui a dois dias eu estou de volta.
- Mas cadê a mãe?
- Sua mãe foi direto pro hospital, e mediante a um quadro grave de um paciente, ela vai ter que voltar amanhã a tarde. Tchau filha. - Falou ele batendo a porta.
Porra, eu sei que é legal ficar sozinha e tal, mas direto? Olha eu já tava cansada disso. Hoje é domingo, e eu falei pra minha mãe que faltaria o primeiro dia de aula porque passaríamos esse domingo juntos e também quem vai no primeiro dia de aula? Muita gente, mas eu não. Na segunda faríamos algum programa familiar, mas infelizmente acho que meus planos não se realizariam. Meus pais conseguiram estragar meu dia que começou tão bem.
- Quer saber, eu não vou ficar sozinha aqui e assim não. A ocasião faz o ladrão.
Peguei meu celular e liguei pro João.
- E aí João.
- Cléozinha meu amor, eu adoro falar com você, mas isso é hora?
#Ri.
- João deixa esse mimi pra depois, tá afim de dar uma festa?
- Uma festa? Aonde sua louca? A gente mora em um flat.
- Pode ser no estúdio.
- Não Cléozinha. Mas eu posso ver de alugar o clube. Você que essa festa pra quando?
- Queria pra ontem, mas pode ser pra hoje mesmo. Espera, vou aí na sua casa.
Troquei de roupa, escovei os dentes e saí, bati na porta do João, e ele atendeu no primeiro toc.
- Oi maluquinha. Entra.
- Entrei igual um raio e sentei no sofá dele.
O João estava com cara, e voz de sono e era domingo de manhã, não podia ser mera conhecidencia, porque eu também estava perturbando ele. O João deveria está muito afim de mim mesmo.
Ele tava vestindo um short de dormir apenas, isso tava muito sexy.
- Aconteceu alguma coisa Cléozinha, você tá com uma cara de bolada sinistra.- Ele falou sentando ao meu lado.
- São os meus pais, sempre me deixando de lado por causa de emprego, olha eu tô querendo dar uma festa, tá dentro? Por mim seria no flat mesmo, mas acho que os vizinhos não iriam gostar.
- Não mesmo, eu já tentei fazer isso. Mas a gente pode alugar o clube.
- Então chama a galera e o DJ porque vai ter festa!
- Tá, mas a gente pode resolver isso um pouco mais tarde?
Eu ri.
- Podemos sim.- Dei um beijo na bochecha dele e fui saindo.
- Ontem foi no canto da boca, foi bem melhor.- Olhei pra trás e ri.
- Ontem foi ontem. - Bati a porta.
Fiquei esperando o depois acordada mesmo. Tomei café da manhã, chorei. A Cida chegou, eu ajudei ela arrumar o flat, fazer almoço, ela foi embora pra casa, eu almocei. E quando já eram umas 14h meu vizinho me ligou.
- Já estou indo resolver o aluguel do clube, quer ir?
- Claro! Espera aí.
Saí tomando um banho de gato e me arrumando. Quando estava saindo de casa, meu vizinho já estava na porta me esperando.
- Se prepare para melhor festa de última hora Cléozinha.
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Flat 83
RandomCléo se muda para o Flat 83 de um condômino de classe alta na Tijuca, enquanto sua casa não fica pronta, após uma mudança. Lá ela se aproxima do gatinho João Pedro, vugo JP de uma maneira romântica, mas diferente do romântico que estamos acostumados...