Capítulo 23

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Fiquei espantada com o pedido do João, quando eu olhei para aquela caixinha e vi um anel de compromisso que parecia ser de ouro branco, manjo dos ouros, gelei na hora.

- Então Cléozinha, você quer?

- Não.

- Que? - Ele perguntou espantado, levantei do colo dele.

- Quer dizer, eu quero ficar com você, quero continuar, mas não quero que um namoro estrague o que nós temos, não quero ter que apresentar você aos meus pais e não ter mais a liberdade de dormir aqui sempre que quiser, fugir, ficar a sós com você. Entende? - Após esse monólogo me agachei de frente pra ele.

- Não Cléo, eu não entendo. - (Chamou de Cléo a porra ficou séria). - Sabe por que eu pedi você em namoro após tirar sua virgindade? Pra provar que eu não tô com você pra te comer e sair fora, pra mostrar que o que eu quero com você vai além disso. - Caiu uma lágrima do meu rosto. - Pelo menos usa o anel que eu te dei. - Falou ele botando o anel em minha mãos. - Pra mostrar que você tem dono. - Sorriu feito um cafajeste.

- Que eu tenho o que? - Falei cruzando os braços sobre meus peitos.

- Que você tem dono Cléozinhaaa. - Falou ele imitando voz de monstro, me pegangando no colo e me girando. Colocou-me no chão de frente pra ele. - Que você tem um companheiro. - Me deu um selinho segurando o meu queixo. Sorri. - Vem vamos deitar. - Disse me puxando pra cama com ele. Deitei em seu peito e o João fez carinho no meu cabelo até eu dormir.

  Acordei sentindo um cheirinho de café e nem acreditei nisso, tá perfeito demais pra ser real.

- Bom dia amor. - Falou o João me dando um beijo na testa. Chegou com uma bandeja com dois cappuccinos, suco, croissants, frutas e uma rosa.

- Bom dia, como você consegue ser tão perfeito?

- Mamãe e papai crapricharam né. - Falou beijando o ombro, tive que rir e ele me acompanhou.

- Que horas são? - Falei pegando um croissant.

- São 8:30h.

- Cedo né. - Falei tomando meu cappuccino.

- É, linda.

    Tomamos café, dei um beijo no João e disse pra ele que precisava voltar pra casa antes que meus pais acordassem, então troquei de roupa, usei a escova dele novamente.

- É uma pena você ter que ir, por mim a gente ficava aqui até cansar, ou seja, pra sempre. - Ele disse com uma carinha muito fofa, abraçando o travesseiro.

Eu sorri.

- Eu sei meu amor, por mim o mesmo, mas não posso. - Fiz biquinho.

  Dei outro beijo no João e ele me levou até a porta me abraçando por trás.

- Tchau vizinha gostosa.

- Tchau vizinho gostoso.

  Cheguei em casa suspirando, por sorte meus pais estavam dormindo, fui direto pro meu quarto, deitei na minha cama e comecei a passar a mão pelo meu corpo sorrindo feito boba, ainda tinha o cheiro do João e da casa dele em mim. Liguei pra Duda no FaceTime e ainda bem que ela atendeu, se eu não contasse isso pra alguém eu ia surtar, com certeza.

" Tava na hora né amiga, eu já tinha dado pra esse vizinho gostoso à muito tempo."

" A Duda foi muito bom, agora vou desligar, pra não te atrapalhar."

  Fui até a sacada, o sol beijava a minha pele, parecia que o mundo tava até mais bonito depois de uma transa, ri sozinha, tava cor de rosa.

  Ouvi meu vizinho cantar do outro lado.

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