Me soltei das mãos do João, ajeitei-me e sai indo em direção a sala, até que ele me puxou pela mão.
- Me desculpa Cléozinha.
- João mais tarde a gente conversa. - Falei bem sério com ele. Soltei a minha mão e fui pra sala rindo à toa.
Eu nem acredito que tinha feito aquilo, foi tão sei lá, espontâneo, que algo me tomou, mas eu precisava dar um troco nele e ele ficou todo mordidinho.
Cheguei na sala e todo mundo gritou 'aeeeee', me senti vermelha, mas eu ri e sentei na cadeira, no meu lugar.
Gente eu olhei pra frente e vi um furacão se aproximando, era a Beatriz.
- Quem você pensa que é em garota? Chegou agora e já tá sentando na janela.
- Ai me erra, vai procurar sua turma.
Ela se inclinou e botou as duas mãos acima da minha mesa, e olhou bem na minha cara.
- Fica longe do João. A gente se beijou hoje. Você não viu?
- Vi, mas você não viu que foi só pra me provocar não? Se enxerga.
- Um dia você vai tá ali, como todas nós e vai entender por quê.
- Tá repreendido.
O professor entrou na sala e a sonsa saiu do meu pé. Amém.
- Que escândalo foi esse menina? - falou o max comigo.
- Eu não sei como tive coragem de fazer isso. - Falei rindo.
- A senhora é muito audaciosa. Sou seu fã.
- Sou nada, mera camponesa. - Max e eu caímos na gargalhada.
Ele me de um abraço, e encostei meu corpo no dele e ele me deu carinho durante a aula. Eu mal o conhecia, mas já o amava.
O sinal tocou e quando eu tava saindo a Beatriz deu um jeito de esbarrar em mim ao sair, eu comecei a rir de dó.
Quando saímos eu me despidi da galera que tava lá e fui até o ponto, vi o João saindo da escola e vindo na minha direção, mas eu fingi que não vi.
- Deixa eu levar você vai Cléozinha.
- Não. Eu vim de táxi e vou voltar de táxi.
- Para com isso Cléozinha, eu já pedi desculpa, ele é meu amigo, como vou pegar ex de amigo? E ele está disposto a conquistar você.
- E você não? - olhei pra ele, mas não obtive resposta. - Foi o que eu pensei.
Levantei e fiz sinal pro táxi que estava vindo, tava vazio então eu entrei.
- Segue pro condomínio Oásis, por favor.
O carro do João tava na cola do táxi, acompanhei pelo retrovisor. Ele estava sozinho, hoje não tinha ensaio da banda e o pessoal tava marcando de sair da escola e ir pra praia.
Cheguei na porta do condo, tava pagando o táxi e vi o João entrando pra garagem num pique. Provavelmente queria me acompanhar, mas quando eu desci fui andando bem lentamente. Não precisava daquela presepada toda.
Avistei o João e ele vinha em minha direção, como sempre.
- Eu estou disposto.
Sorri e ele sorriu de volta.
- Você está?
- EU ESTOU DISPOSTO CLÉOZINHA. - Gritou bem alto o maluco. - Tô no páreo porra.
Dei um beijasso no João, daqueles desentupidor de pia.
- Cléo? JP?
Reconheci aquela voz, gelei e olhei pra trás. Era o Bruno, bom uma hora ele ia ter que saber né. Meu Deus, muita confusão pra um dia só.
- Meu brother pegando minha mina.
- A gente não está mais junto.
- Isso é uma questão de tempo.
- Que tempo Bruno? Aceita que acabou.
- E você JP? Belo amigo você é.
- Eu não sabia cara, mas agora tô envolvido.
- O que é seu tá guardado. - Falou o Bruno se afastando.
O João me abraçou, e a gente caminhou abraçado até o elevador, mas ele estava com cara de muito bolado.
Entramos no elevador e ficou um de cada lado, eu vi que o João tava sofrendo e preferi dar um espaço a ele, fiquei calada. Quando fui apertar o botão do andar o João segurou a minha mão e apertou o botão C. Quando chegamos na cobertura ele falou:
- Quero que você conheça um lugar muito especial pra mim.
Concordei, sem saber o que me esperava, apenas fui. Entramos em uma salinha que tinha uma escada, subimos essa escada e o João abriu a porta. Era o terraço do condo. Quando o João colocou os pés pra fora deu um berro que me assustou, vi uma lágrima cair no seu rosto. Dei um abraço bem abertado nele.
- Eu vou fazer isso valer a pena. - Falei.
O João me afastou um pouco dele, passou a mão pelo meu cabelo e olhou em meus olhos, acho que pra não perder o costume, e eu me perdi no azul daquele olhar. João me beijou, acho que foi o beijo mais terno que já demos.
Sentamos lá no terraço, eu sentei na frente entre as pernas dele e ele atrás de mim. A vista era linda, dava pra ver tudo, pois o edifício era bem alto. Ele começou a me acariciar de uma forma diferente, chega arrepiou, começou a beijar meu pescoço, suas mãos pararam nos meus seios, foi a primeira vez que ele avançou o sinal e eu não fiz nada. Virei de frente pra ele e o beijei, ele se inclinou pra trás até ficar deitado, sentei em cima dele depois me inclinei por cima dele e continuamos a nos beijar, suas mãos percorriam todo meu corpo, todo mesmo, e as minhas pelo dele. Tava bastante instigante, mas eu ainda não estava preparada.
- Vamos pra praia?
Ele revirou os olhos.
- Vamos sua estraga prazer.
Mera camponesa.
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Flat 83
RandomCléo se muda para o Flat 83 de um condômino de classe alta na Tijuca, enquanto sua casa não fica pronta, após uma mudança. Lá ela se aproxima do gatinho João Pedro, vugo JP de uma maneira romântica, mas diferente do romântico que estamos acostumados...