Capítulo 15

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  Me soltei das mãos do João, ajeitei-me e sai indo em direção a sala, até que ele me puxou pela mão.

- Me desculpa Cléozinha.

- João mais tarde a gente conversa. - Falei bem sério com ele. Soltei a minha mão e fui pra sala rindo à toa.

  Eu nem acredito que tinha feito aquilo, foi tão sei lá, espontâneo, que algo me tomou, mas eu precisava dar um troco nele e ele ficou todo mordidinho.

  Cheguei na sala e todo mundo gritou 'aeeeee', me senti vermelha, mas eu ri e sentei na cadeira, no meu lugar.

  Gente eu olhei pra frente e vi um furacão se aproximando, era a Beatriz.

- Quem você pensa que é em garota? Chegou agora e já tá sentando na janela.

- Ai me erra, vai procurar sua turma.

  Ela se inclinou e botou as duas mãos acima da minha mesa, e olhou bem na minha cara.

- Fica longe do João. A gente se beijou hoje. Você não viu?

- Vi, mas você não viu que foi só pra me provocar não? Se enxerga.

- Um dia você vai tá ali, como todas nós e vai entender por quê.

- Tá repreendido.

  O professor entrou na sala e a sonsa saiu do meu pé. Amém.

- Que escândalo foi esse menina? - falou o max comigo.

- Eu não sei como tive coragem de fazer isso. - Falei rindo.

- A senhora é muito audaciosa. Sou seu fã.

- Sou nada, mera camponesa. - Max e eu caímos na gargalhada.

  Ele me de um abraço, e encostei meu corpo no dele e ele me deu carinho durante a aula. Eu mal o conhecia, mas já o amava.

  O sinal tocou e quando eu tava saindo a Beatriz deu um jeito de esbarrar em mim ao sair, eu comecei a rir de dó.

  Quando saímos eu me despidi da galera que tava lá e fui até o ponto, vi o João saindo da escola e vindo na minha direção, mas eu fingi que não vi.

- Deixa eu levar você vai Cléozinha.

- Não. Eu vim de táxi e vou voltar de táxi.

- Para com isso Cléozinha, eu já pedi desculpa, ele é meu amigo, como vou pegar ex de amigo? E ele está disposto a conquistar você.

- E você não? - olhei pra ele, mas não obtive resposta. - Foi o que eu pensei.

  Levantei e fiz sinal pro táxi que estava vindo, tava vazio então eu entrei.

- Segue pro condomínio Oásis, por favor.

  O carro do João tava na cola do táxi, acompanhei pelo retrovisor. Ele estava sozinho, hoje não tinha ensaio da banda e o pessoal tava marcando de sair da escola e ir pra praia. 

  Cheguei na porta do condo, tava pagando o táxi e vi o João entrando pra garagem num pique. Provavelmente queria me acompanhar, mas quando eu desci fui andando bem lentamente. Não precisava daquela presepada toda.

Avistei o João e ele vinha em minha direção, como sempre.

- Eu estou disposto.

  Sorri e ele sorriu de volta.

- Você está?

- EU ESTOU DISPOSTO CLÉOZINHA. - Gritou bem alto o maluco. - Tô no páreo porra.

  Dei um beijasso no João, daqueles desentupidor de pia.

- Cléo?  JP?

  Reconheci aquela voz, gelei e olhei pra trás. Era o Bruno, bom uma hora ele ia ter que saber né. Meu Deus, muita confusão pra um dia só.

- Meu brother pegando minha mina.

- A gente não está mais junto.

- Isso é uma questão de tempo.

- Que tempo Bruno? Aceita que acabou.

- E você JP? Belo amigo você é.

- Eu não sabia cara, mas agora tô envolvido.

- O que é seu tá guardado. - Falou o Bruno se afastando.

  O João me abraçou, e a gente caminhou abraçado até o elevador, mas ele estava com cara de muito bolado.

  Entramos no elevador e ficou um de cada lado, eu vi que o João tava sofrendo e preferi dar um espaço a ele, fiquei calada. Quando fui apertar o botão do andar o João segurou a minha mão e apertou o botão C. Quando chegamos na cobertura ele falou:

- Quero que você conheça um lugar muito especial pra mim.

  Concordei, sem saber o que me esperava, apenas fui. Entramos em uma salinha que tinha uma escada, subimos essa escada e o João abriu a porta. Era o terraço do condo. Quando o João colocou os pés pra fora deu um berro que me assustou, vi uma lágrima cair no seu rosto. Dei um abraço bem abertado nele.

- Eu vou fazer isso valer a pena. - Falei.

  O João me afastou um pouco dele, passou a mão pelo meu cabelo e olhou em meus olhos, acho que pra não perder o costume, e eu me perdi no azul daquele olhar. João me beijou, acho que foi o beijo mais terno que já demos.

  Sentamos lá no terraço, eu sentei na frente entre as pernas dele e ele atrás de mim. A vista era linda, dava pra ver tudo, pois o edifício era bem alto. Ele começou a me acariciar de uma forma diferente, chega arrepiou, começou a beijar meu pescoço, suas mãos pararam nos meus seios, foi a primeira vez que ele avançou o sinal e eu não fiz nada. Virei de frente pra ele e o beijei, ele se inclinou pra trás até ficar deitado, sentei em cima dele depois me inclinei por cima dele e continuamos a nos beijar, suas mãos percorriam todo meu corpo, todo mesmo, e as minhas pelo dele. Tava bastante instigante, mas eu ainda não estava preparada.

- Vamos pra praia?

  Ele revirou os olhos.

- Vamos sua estraga prazer.

  Mera camponesa.

 

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