Capítulo 5

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   João e eu olhamos pra uma menina que tava em pé diante nós, que nem havíamos dado conta dela se aproximando, ela era ruiva e usava um short jeans rasgado e um cropped lilás, parecia uma boneca. O João olhou pra mim e apresentou-me:

- Jess essa aqui é a Cléo, Cléozinha essa é a Jéssica, minha melhor amiga.

Os dois caíram na gargalhada, e eu fiquei tipo: an? Crente que era uma namorada e que eu levaria uns tapas, e ia rolar um fight, mas enfim, tô até aliviada.

-  Oi Cléo, desculpe pela brincadeira, não resisti.

  Eu ri, e disse:

- Gata, você quase me matou do coração.- acho que na adrenalina nem percebi que falei com a jess como se já a conhecesse.

  Rimos todos, me senti no desenho da peppa, onde todos riem igual e ao mesmo tempo, quando lembrei até parei de rir.

  Nós dois saímos da água cheios de frio e Jess foi pegar duas toalhas pra nós, então nos encaramos novamente, dessa vez com um pouco de ternura.

- Então João eu tenho que ir pra casa. Obrigado pelo dia maravilhoso, mas

...

- Vem jantar com a gente no japa, a galera toda vai.

- Eu odeio japa.- ri. - Mas obrigado pelo convite.

  A Jess chegou com um roupão e eu o vesti e peguei minhas roupas, fui até o banheiro, me troquei e sai saindo, pra variar. Dessa vez o João não veio atrás não, e eu também nem olhei pra conferir.

Peguei o elevador e entrei no flat 83, faminta, graças a Deus a Cida minha empregada já tava na área e fez lasanha, quase matei a Cida de beijos, fui tomar um banhozinho no quarto dos meus pais, porque tava precisando relaxar, coloquei um vestidinho, sequei o cabelo e quando fui atacar a lasanha, meus pais chegaram.

- Oi mãe achei que hoje fosse plantão no hospital. - Minha mãe era chefe da equipe médica, em um hospital particular aqui do rio.

  Dei um beijo e um abraço na mãe e no pai.

- Era, mas não tava me sentido bem e seu pai foi me buscar, nem dirigir eu estava conseguindo.

-  Ai meu pai, não vem me dizer que vou ganhar um irmãozinho, pelo amor de.

  Eu adorava ser filha única, porque fala sério, eu via a Duda com os 2 irmãos dela e eles só sabiam brigar e a Duda deixava de ganhar uma porção de coisa por causa deles, eu já tava vendo ela ficar doida, se não fosse esse esse intercâmbio era homicídio ou suicídio.

- Não filha.- falou minha mãe rindo.- Para sua alegria.

- Para minha não. Para nooooossa alegria.- falei cantando desafinada.

- Você é muito boba mesmo Cléo.- disse minha mãe rindo.

  Vocês devem perguntar porque meu pai não fala né. Então. Meu pai é empresário executivo, super ocupado e não sai da droga do celular. Às vezes chega ser irritante, o certo era pra eu ser uma adolescente compulsiva que não sai do zap zap e ele reclamar, mas como nada na minha vida funciona normalmente, não to espantada porque isso não funciona.

- Não vai sair hoje não filha? Plena sexta feira, desde que a Duda foi lá pra fora você não sai mais.

- Sei lá mãe, não to com pique não.

- Tudo bem né.

Sentamos a mesa e nos servimos, começamos a comer aquela lasanha deliciosa e a Cida já foi indo embora.

Flat 83Onde histórias criam vida. Descubra agora