Capítulo 16

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  Tá, eu adimito que eu não sei mais o que eu tô fazendo. Será que eu vou perder a aposta? Eu consigo pensar no João até quando eu tô com ele e eu conheço ele a sei lá, uns seis dias, será que é amor a primeira vista? Não, porque eu não o vi de primeira, eu ouvi, então deve ser amor a primeira ouvida, risos eternos com esse pensamento, mas ele consegue transformar totalmente meu péssimo dia em um dia maravilhoso.

  Levantamos e descemos do terraço até nosso andar, na hora de se despedir, somente por alguns instantes, dei um beijo, mas um beijo muito rápido, só pra ficar aquele gostinho de quero mais, sabe? Daí se alguém tiver que se render pra falar que gamou primeiro, esse alguém vai ser o João. Muahahhaha. Eu devo ter algum parafuso a menos.

  Entrei no flat indo direito pro banho, só tinha a cida em casa, dei um oi e parti. Tomei um banho geladinho porque tava calor demais, depois eu coloquei o meu biquíni branco que me deixa sexy, coloquei um short jeans e uma blusinha de renda, coloquei filtro solar no rosto e depois uma lupa, deixaria pra passar no corpo lá na praia, bom que assim o João passa em mim. Peguei uma bolsa de praia e botei meu filtro, canga, creme etc. essas coisas que mulheres levam pra praia. Me olhei no espelho e abri maior sorrisão.

Me despidi da Cida e saí do flat, bati na porta do vizinho e ele abriu lindo como sempre, levava cadeira, guarda-sol e uma prancha de surf. Descemos até o estacionamento, o João guardou as coisas no carro e depois let's go beach.

  Eu e João aproveitamos pra conversar sobre a escola.

- O que você tá achando? Da escola.

- Eu gostei bastante da escola em geral, do pessoal, menos da Bea.

- Gostou do Henrique.

- Quem é esse?

- É só o garoto que você beijou Cléozinha.

  Acho que não é uma boa falar da escola não.

- Ops! - ri, mas ri sem graça.

- Aí sábado vai ter uma Pool Party na casa do Math, partiu?

- Não vai rolar, sábado eu sou inteiramente dos meus pais.

- Ah sim, que bom né Cléozinha.

- Uhum, tô mega animada.

  Chegamos na praia, o dia tava lindo, o calor de matar, vai ser na praia da barra que uma moda eu vou lançar. Comecei a rir do meu pensamento escroto.

- Que foi?

- Nada não.

  Chegamos tirando as coisas do carro, o João armou o guarda sol, colocou as cadeira e depois fincou a prancha na areia,ve eu só levei a bolsa mesmo.

- Ai o que eu não daria por uma água de coco? - Falei.

- Eu posso até buscar uma, mas eu vou cobrar em. - Riu.

- Safado.

  O João foi buscar a água, comecei a tirar a roupa e ficar só de biquíni, daí eu vi a galera vindo na minha direção.

- Qual foi Cléo. - Falou o Ric, gritou*.

- Oi gente, junta aí.

  A galera toda juntou, e o max já veio sentando no meu lado, me fazendo rir com toda sua persuasão, e o Ric figura já foi fazendo as primeiras palhaçadas da tarde.

   O João chegou com minha água de coco, dei um selinho nele pra agradecer e a galera olho tipo wtf?  Começamos a rir.

- Aí linda, bora cair?

- Ah não João, hoje não vai rolar não?

- O que?

  O João me pegou no colo.

- Não João, para.

- Aaaah. - gritou ele me carregando até a água, comecei a bater nas costas dele e ele nem aí, rindo da minha cara. Me jogou na água e veio, mergulhamos.

- Babaca! - Falei.

- Que?

- Babaca!

- Que? - Falou o João mais de perto. Nem respondi e ele me deu um beijo. Pra quem não beijava, agora beijamos até demais.

- Vou pegar minha prancha tá?

- Ai, me ensina?

- Hoje? Tem que ter outra prancha linda, vamos pegar a do Marcelo.

  Saímos da água todo animados.

-  Vai ser difícil em. - Falou o João.

- Vai nada, eu aprendo rápido.

  Pegamos as pranchas e a galera começou a rir desse ideia maluca.

  Chegamos mais pra perto do mar, mas primeiro ele me ensinaria em terra, ou em areia, no caso e depois no mar.

Pediu pra eu deitar de barriga para baixo sobre a prancha, e eu o fiz, posicionou meus pés.

- Cléozinha, você tem que remar. - Ele deitou e fez uma demonstração. - Assim, viu? Se vir uma onda antes da gente pegar, você mergulha, com a prancha, claro. Põe força pra baixo que você vai conseguir. Ok?

- Ok.

  Meu professor gato e gostoso continou me ensinando como surfar, a gente passou uma hora na areia pra aprender as técnicas.

  Fomos tentar na água, eu consegui remar direitinho na água, ficamos sentado em cima da prancha, conversando e rindo. O Ric e a Gil estavam na água também.

- Agora vamos Cléozinha, tenta ficar em pé, vem vindo uma onda ali.

   A gente foi remando em direção da onda, mas quando tentei ficar em pé ela me derrubou e eu tomei um super caldo. O João me achou e ajudou a levantar, mas veio uma outra onda ainda maior e deu um caldo em nós dois. Senti minhas pernas formigarem e deu câimbra. Não tava conseguindo nadar e consequentemente comecei a me afogar.

O João tava tentando me ajudar, mas comecei a fechar os olhos e desmaiei.

Bom, depois disso obviamente não sei o que aconteceu, tava tudo escuro e eu tava sem ar. Senti uma boca na minha, puxando, acho que a água, uma respiração boca a boca. Retomei a respiração, comecei a tossir e abri os olhos com a visão mais maravilhosa que podia haver, nem assim não consigo parar de brincar.

- Eu morri? É o céu?

O João começou a rir e me deu um abraço tão forte e tão apertado, parecia medo de perder.

- Obrigado, eu tive sei lá, uma câimbra.

- Tudo bem, vamos pra casa.

- Na verdade, queria ir numa lanchonete pah, tô cheia de fome.

- Como você quiser.

   Saímos da praia, todos e fomos até o MC Donald, agora imagina essa galera toda na lanchonete.

                          .   .   .

   Após lancharmos a gente foi pra casa, só nós dois no carro.

- João, sério, obrigado por hoje.

- Não precisa agradecer Cléozinha, sua presença já é minha recompensa.

  Meu sorriso trancendeu, chegamos no estacionamento. Ele eu subimos abraçados. No elevador ele disse:

- Eu perdi!

- Ham?

- Tô gamado, então, eu perdi.

- Não posso permitir que você fale isso. - Ele me olhou. - Porque se for assim nós dois perdemos.

  Beijamos.

  

 

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