04 de agosto
Querido Diário,
O dia do príncipe aqui (finalmente) chegou!
E o meu aniversário já começa com Jeanine batendo na porta do meu quarto e enquanto me sento na cama vejo os empregados não pararem de entrar e deixarem buquês e mais buquês com cartões presos, caixas personalizadas de grifes e mais buquês. Jeanine sorri para mim enquanto jogo a coberta para o lado e corro até o mais próximo.
― Hum, acho que eu não sei ler... mandarim? ― viro o cartão para Jeanine.
― Acharei um poliglota para ler os cartões que não entende, Alteza. ― ela responde.
Fico perdido no meio de tantas flores dos mais variados tipos ― peço para que Jeanine chame meus amigos e logo eles surgem no meu quarto e me ajudam a separar os presentes por idiomas.
― Posso ficar com essa caixa? ― Petra balança a caixa branca da Gucci.
― Ha-ha-ha, espertinha. ― rio pausadamente enquanto ela pousa a caixa de volta no lugar.
― Já está jogando os presentes que não quer fora? ― olho e vejo Zoe balançando no ar a caixinha de...
― Hum... isso é lixo mesmo. ― respondo, lembrando de todas as vezes que tentei contar para eles sobre Trevor durante o resto do dia de ontem... e em todas as minhas falhas.
― Ah, mas a caixa é tão bonita... ― ela começa a desfazer o laço.
Largo a sacola da Armani e atravesso o quarto mais rápido do que eu pretendia e tiro a caixa da mão dela.
― Er... desculpa. ― digo vendo a cara de confusão dela, engulo em seco. ― É que esse presente veio de uma pessoa... ― suspiro. ― Querem saber? Acho que não vou guardar essa bomba só pra mim.
E conto para eles de Diego e Trevor no museu no dia anterior.
― Meu Deus... ― diz Zoe.
― Eu tô chocada. ― Delancy sussurra enquanto todos me encaram ainda.
Vejo seus olhares passando sobre a caixinha diversas vezes antes deu colocá-la em cima da minha escrivaninha dessa vez.
― Bom, acho que chega de drama por hoje, não é mesmo? ― sorrio. ― Vamos começar logo o dia glamoroso que mereço ter, ou ver ter que esperar mais um tempo?
Lady Amelie e Rei Harrison não me querem no palácio pelo resto do dia, então a solução deles é uma comitiva de carros blindados e escoltados para fora de Deelvin para a surpresa dos dois.
Observo a capital com sua agitação pelas ruas planas e largas antes de sairmos da selva de concreto e pegarmos a rodovia em direção ao norte de Taenia. Olho os prédios diminuindo e se tornando fábricas baixas, então chácaras e depois apenas extensos campos de verde a se perder de vista com pontilhados de árvores aqui e ali formando bosques ou reservas naturais.
Levamos uma hora para chegar em uma das propriedades da Casa Harrington.
Uma grandiosa casa de campo, de quatro andares, com colunas e chaminés. Uma fonte com querubins em um redondo na entrada e funcionários em fila nos esperando na porta-dupla aberta. Quando descemos da frota eles fazem uma reverência na minha direção e um deles dá um passo a frente se apresentando. Howard.
Ele nos apresenta a casa que se resume a: luxo, pé direito alto e quadros do movimento renascentista pendurados na parede. A biblioteca tem uma escultura do próprio Michelangelo.
Mas meus amigos e eu não viemos para olhar o pé direito ou o linóleo escovado do piso que brilha com os reflexos do dia, viemos aproveitar o lago da propriedade que Lady Amelie comentou. Boias já nos esperando enquanto corremos até o píer do Lago Eleyda (nome de alguma ancestral minha). Há caiaques e até dois patinhos de pedal.
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Diario de um jovem (príncipe) gay - Ano 02 | EM ANDAMENTO
Romance"Oi, eu sou o Bran e vem ver comigo toda a merda que resultou do meu primeiro ano na Academia Real de Taenia... #tenso" - Príncipe Brandon