Dia 80 - Isso pode destruir tudo

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[NOTA INICIAL: HOJE O ANIVERSÁRIO É MEU, MAS O CAP É DE VCS... OBRIGADO POR ESTAREM COMIGO POR MUITOS ANOS, AMO CADA UM DE VCS!!!]

29 de setembro, quarta-feira

Querido Diário,

Talvez seja extremamente loucura o que eu esteja indo fazer, mas... sinto que é só assim para conseguir manter Trevor seguro... seguro comigo.

Fecho o zíper do moletom e olho para Jeanine que está no banco do motorista ao meu lado.

— Obrigado por ter me acompanhado até aqui. — digo e ela balança a cabeça concordando.

— Você sabe que estamos muito expostos, alteza, não sabe?

— Sei, mas... eu preciso fazer isso. — não contei para ela o que vim fazer aqui, ela não precisava ficar tão por dentro assim, só precisava saber que eu queria uma carona até uma rua, tarde da noite, para encontrar alguém que pudesse me ajudar. — Fica dentro do carro, Jeanine.

Ela parece nervosa.

— Tenho que ir junto com você. — ela diz, está tensa. — Você é o príncipe herdeiro, não posso simplesmente deixa-lo seguir sozinho para dentro de uma rua que tem... — ela olha pela janela atrás de mim. — Uns três postes sem luz.

— Eu vou ficar bem. — é uma esperança, mas a forma como digo isso com convicção, parece que faz ela engolir minhas palavras por agora, pelo menos. — Volto em dez minutos.

Pego a taser de dentro do porta-luvas e saio do SUV. Olho para a rua vazia dos dois lados... estamos fora do centro financeiro de Deelvin, numa parte em que há mais residências do que comércio, então o único som que ouço nessa hora da noite é o barulho de televisões vindo de algumas janelas abertas nos sobrados que ficam dos dois lados da rua.

Me lembro então que deve ter umas 12 horas, no máximo, até que Trevor seja deportado para Petrovich, trinco meu maxilar e caminho para o interior da Rua Label.

Olho para os muros baixos dos sobrados em busca do número 55... seguro mais firme a taser na minha mão enquanto os números crescem: 46, 47...

Paro em frente ao sobrado de número 55, ele é cinza como todos os outros da rua, a única diferença é a sua total falta de luz vindo pelas janelas. Olho para lado, para ter certeza de que Jeanine permaneceu no carro e não me seguiu pela rua... é isso, nenhum sinal dela. Volto a olhar para o sobrado e empurro o portãozinho de ferro que solta um barulho baixinho enquanto o abro.

Sinto minha garganta secar... estou um pouco nervoso agora. Talvez seja o momento ideal para eu voltar correndo pra SUV e desistir da ideia, mas... merda, não tenho outro plano a não ser esse. Espero que a mensagem não tenha sido um trote — se acontecer alguma coisa comigo eu tenho pena do que podem fazer com Jeanine que me ajudou a fugir do Palácio despistando a segurança e qualquer guarda que insiste em caminhar atrás de mim.

Chego até a porta do sobrado e observo que ela está apenas escorada. A empurro com o pé, ainda com a minha arma em mãos e olho para o hall de entrada em escuridão.

— Tem alguém aí? — resolvo perguntar e minha voz ecoa pela casa vazia.

Olho uma última vez para trás antes de entrar de fato no sobrado. Olho para os dois lados, um leva a uma sala com um sofá tombado e o outro possivelmente para a sala de jantar, a minha frente tem uma escada com carpete puído. Visto de fora, não imaginava que a situação da casa fosse assim tão... abandonada?

Ouço uma estática e uma voz começa a ecoar vindo do interior da casa. É uma música, parece antiga... talvez seja alguma indireta ou coisa do tipo. Puxo meu celular do bolso e ligo o Shazam e em seguida a lanterna. A notificação chega no aparelho quando reconhece a música: Everybody's Somebody's Fool da Connie Francis (que fala basicamente sobre todos serem brinquedos de alguém), ok, talvez seja alguma coisa para eu ficar de olho depois em cima disso.

Diario de um jovem (príncipe) gay - Ano 02 | EM ANDAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora