Dia 63 - (BÔNUS) Tá doendo

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Por: Kyle Langford

24/08

Diário,

Odeio sangue e agora estou encharcado dele.

“Tá doendo” geme Peter enquanto caminhamos por entre as árvores para voltarmos para o prédio. Péssima ideia ter ido na festinha de Diego San Benítez Garzella.

Não podemos ter um ano letivo comum? Porque toda hora tem que surgir alguma coisa nova para atrapalhar uma adolescência normal e corriqueira com os dramas que sempre vemos na televisão? Porque nada disso parece possível quando estamos na Academia Real de Taenia?

Ótimo, agora vou explicar como tudo começou.

Na noite anterior, quando já estava no meu estado REM avançado, ouço uma barulheira vinda do corredor. Me sentei na cama com rapidez já coçando o olho para afastar o sono e vejo Bran voltando para dentro do quarto.

“Que barulheira é essa?” perguntei, afinal, ele deveria saber o que estava acontecendo do lado de fora...

“Tinha um desastrado no corredor...” respondeu ele encarnado sua mão e olhando um envelope. O vejo ficar tenso de um segundo ao outro.

“Que cara é essa, Bran?” até me levantei da cama, porque Brandon J. Williamson Harrington havia ficado pálido.

Ele quebra o selo do envelope e começa a ler. Fica mais pálido ainda, se é que é possível.

“O que é isso, Bran?”, me aproximo dele e leio o pedaço de papel em sua mão, é uma digitação de fonte mais simples de qualquer programa de escrita:

‘Me encontre no campo de março quando as folhas caírem. Saberá que é o momento de agir’

“Oh meu Deus, é da Rebelião?” perguntei.

“Acho que sim.”

“O que quer dizer com campo de março? Quando as folhas caem?”, eu com certeza tinha uma face de quem não estava entendo porra nenhuma nesse momento.

“Não sei.”

“Quem você viu no corredor?” pergunto depois de um tempo em que parece que as engrenagens na cabecinha de Bran começam a se mexer.

Ele me explica sobre um vulto, aparentemente masculino, ele correu para o lado oposto do nosso quarto, pode ter pegado o corredor dos fundos que dá para qualquer lugar no palácio da Academia, é uma agulha no palheiro tentar procurar por ele só em base de para qual lado o vulto correu.

Brandon e eu debatemos por quase uma hora e meia, até que o sono bate mais alto. Ele parece que não dorme direito, já que na manhã seguinte enquanto tomamos café da manhã, Bran boceja e boceja a cada dez segundos.

“Ai eu falei... não, não quero ter meu nome com a Fendi” Petra continua a história dela de recusa em ser a cara de uma coleção de moda.

“Qual marca você seria a cara nesse momento?” pergunta Delancy enquanto olho pelo refeitório em busca de algo, mas não tenho ideia totalmente do que seja esse ‘algo’.

“Ah, não sei, da minha?” Petra responde e as duas caem em risadinhas, “Vocês estão prestando atenção?”

Pisco duas vezes ao voltar o meu campo de visão em Petra N’Khan que arqueia uma das sobrancelhas na minha direção.

“Sim, sim” Bran e eu respondemos entre gaguejos.

Minutos depois me despeço deles, depois de ver a mensagem de Peter me chamando para passar um dia com ele. Petra e Delancy seguem em direção a saída da Academia para pegar um carro para Charleville e fazerem compras de emergência ― não sei qual a emergência ― e Bran sorri dizendo que vai tirar um longo cochilo pela manhã.

Diario de um jovem (príncipe) gay - Ano 02 | EM ANDAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora