30 de julho
Querido Diário,
Por algum motivo, essa semana tivemos inúmeras visitas de estados ― todos de apoiadores do reinado do Rei Harrison.
Claro que algumas delas foram boas, principalmente quando Petrovich do Sul esteve aqui no meio da semana e Delancy e eu ficamos julgando os duques e condes e marqueses do seu reino ― a maioria com longos bigodes, alguma nova moda que está surgindo por lá. Um deles, segundo Delancy, um tal de Ingmar Vhietka, é um ator pornô as escondidas, ele nega, diz que é uma pessoa muito parecida com ele e lamenta profundamente as comparações.
Uma rápida pesquisa em sites que não devo nomear e ali estava a mesma manchinha na nuca que Ingmar e o tal do Paul Foxx tem em comum ― o que nos ocasionou risadinhas de piadas internas por bons minutos enquanto ele nos olhava de relance (uma confissão, minha experiência é praticamente zero, mas Ingmar/Paul é bem travado no quadril... apenas um adendo ao parágrafo).
― Você fica encarando ele agora, né? ― Delancy me perguntou enquanto fugimos da sala para a sacada e encaravámos o jardim do palácio real.
― Er... ain que isso, nada a ver. ― respondi.
― Acho que você precisa de alguém... tipo, sou a favor do amor próprio, mas consigo ver que você precisa se aliviar junto com uma outra pessoa.
Arqueio minha sobrancelha na sua direção.
― Como assim?
Ela sorri maliciosa.
― Você sabe, Bran... enterrar...
Eu sabia onde ela queria chegar, só queria fazer um joguinho antes disso.
― Enterrar? Tipo... cemitério? Terreno baldio?
― Enfiar a cenoura na terra?
― Plantação? ― perguntei.
― Foder, Bran Williamson, transar! Enfiar o pau no buraco!
Ri da expressão dela ― Delancy subitamente corou, parecia tímida. E enquanto ríamos, Ingmar estava na porta da sacada, de boca levemente aberta. Delancy alisou o vestido ficando ereta de novo.
― Os reis pedem a presença de ambos. ― pediu Ingmar olhando de Delancy para mim e de volta para a princesa.
Ele se virou e entrou na sala de volta.
― Acha que ele ouviu alguma coisa? ― sussurrou ela enquanto voltávamos para o interior do palácio.
― Se ouviu... ele não deve ter se importado ― e não teria porquê se importar também.
No dia seguinte, a comitiva africana de Mohbolutte apareceu ― e era a primeira vez que via toda a família real N’Khan reunida. Claro que Petra fez o favor de falar só coisas boas de mim para seus pais e principalmente para as suas duas tias ― que tem olhos profundamente analisadores.
Eles vieram com traje reais, ostentando as cores e estampas de Mohbolutte, verde para as férteis florestas, azul para o céu limpo e a estampa de zebra para a fauna. As grossas correntes de ouro simbolizam a riqueza do reino ― que resistiu durante dezenas de anos contra a colonização inglesa. Fato do porquê eles não serem tão chegados a coroa britânica e sim para a taeniense, que entre a maioria das monarquias naquela época, reconheceu a independência e o reinado da família N’Khan em Mohbolutte.
Assim que tiramos as fotos oficiais, Petra me sequestrou e apresentou aos seus primos. Jahfar, Aeron e Bebinuse, filhos da tia julgadora nº 01, Liubebiah. Kateryna, Mala e Pepyr, filhas da tia julgadora nº 02, Jenghi. As meninas são mais novas e para Petra são consideradas “sem graças”, por enquanto.
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Diario de um jovem (príncipe) gay - Ano 02 | EM ANDAMENTO
Romance"Oi, eu sou o Bran e vem ver comigo toda a merda que resultou do meu primeiro ano na Academia Real de Taenia... #tenso" - Príncipe Brandon