Dia 82 - Façam valer à pena

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Trevor Shaenvski

"Numa virada que ninguém esperava, o príncipe-herdeiro de Petrovich, Trevor Shaenvski está vivo e sob os cuidados da Coroa de Taenia que ainda não emitiu nenhuma nota a impressa. Espera-se que até de noite eles soltem alguma palavra. Procurada pela nossa equipe, a Coroa de Petrovich só nos respondeu com um 'Estamos estudando o caso antes de agira', Ulrich Heinz direto de Deelvin para..."

Paro de ouvir a televisão do outro lado da sala e olho para o Rei Harrison sentado em uma poltrona vermelha. Ele me chamou para uma conversa particular, talvez para me intimidar, sinto que seja isso, estou sob o seu teto agora.

— Espero que tudo isso valha a pena.

O encaro.

— Amores adolescentes são os mais intensos. — Harrison continua e serve seu copo redondo na mesa de centro com mais uísque, enche o copo ao lado também. — Pegue.

Não recuso e aceito o copo.

— Eu gosto de verdade do seu filho. — digo antes de dar o primeiro gole na bebida e sentir que esse uísque é defumado.

— Não duvido disso. — ele dá um meio sorriso triste. — Mas até quando? Até que custo?

— Fui contra a minha família inteira, o meu país inteiro para estar aqui... não sei se preciso provar mais alguma coisa ao senhor. — giro o uísque marrom no copo, as pedrinhas de gelo tilintando no vidro.

O vejo morder o lábio inferior. Não posso culpa-lo por não ter pensado nisso tudo. Bran não me revelou como o fez mudar de ideia, mas acredito que não tenha sido algo tão... bem visto pela população, já que ele colocou em risco toda uma hierarquia e foi contra o pedido de deportação do meu pai.

Dou mais um gole na bebida. Até que ponto ele quer estender essa conversa? Olho para as paredes da sala, para os livros encadernados em couro, os retratos pintados à óleo, contando toda a história da Casa Harrington através dos séculos.

Volto a olhar para Harrison.

— Posso ser sincero com você? — pergunto.

O vejo balançar a cabeça concordando.

— Eu pensava que poderíamos nos dar bem... por um breve momento eu pensei. — ele não demonstra nenhuma reação em sua cara marcada pelas linhas de expressão. — Fico triste que essa não seja a história em que o sogro e o genro se dão bem.

Coloco o copo de uísque faltando apenas um gole de volta a mesa de centro.

— Não entendi muito bem porque me chamou até essa sala aqui... parece que não temos conversa, eu e você, no caso... agradeço desde já pela hospitalidade no Palácio Real. — me levanto da poltrona em que estou sentado. — Talvez daqui uns dois ou três dias possamos repetir a dose, porque esse uísque aqui é de qualidade. — dou um sorriso. — Vou procurar pelo Bran agora, acho que ele deve estar precisando de mim.

Vejo o magma de ódio brilhar nos olhos de Harrison antes que eu lhe dê as costas e saia da sala. Me sinto um pouco nervoso... não deveria ser tão... sarcástico com as palavras a serem usadas para o rei de um país, mas estou me apoiando em algo que Bran saiba e que eu não tenha ciência do fato. Suspiro aliviado quando começo a caminhar pelo corredor e o guarda começa a me seguir há uns dois metros de mim — olhos nas minhas costas o tempo todo, os próximos dias não devem ser diferentes.

Encontro Bran em seu quarto.

— O que ele queria? — é a primeira coisa que pergunta depois de fechar a porta atrás de mim.

— Nem eu sei. — não é mentira. — Ficamos apenas bebendo enquanto passava uma reportagem sobre o caso na televisão.

Bran arqueia uma das sobrancelhas.

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⏰ Última atualização: Mar 13, 2022 ⏰

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Diario de um jovem (príncipe) gay - Ano 02 | EM ANDAMENTOOnde histórias criam vida. Descubra agora