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Retas finais!!
♥️

M

úsica na mídia:
If The World Was Ending -
JP Saxe ft. Julia Michaels

°•.°•.°•. .•°.•°.•°

LARISSA

Quarentena. 

Só de ouvir essa palavra eu já me arrepio toda, e não no bom sentido. 

Agora que a pandemia havia sido declarada, as notícias sobre novos casos de COVID-19 confirmados só aumentavam, me deixando bastante apreensiva. Em Londres já havia 3 casos confirmados do vírus, o que era bem menos que outras cidades em outros países, mas ainda assim eu me preocupava.

Na semana passada, o presidente Trump proibiu viagens de avião internacionais, e eu fiquei aliviada por já ter saído de lá antes da tal proibição. Na mesma semana, a Europa foi declarada um epicentro da pandemia pela Organização Mundial da Saúde, e os casos no Brasil estavam aumentando demais, me deixando preocupada com meus pais. 

Ontem recebi um e-mail da companhia aérea da qual eu havia comprado minhas passagens, dizendo que elas seriam suspensas até segunda ordem, e eu teria que ficar em Londres sem data para partir. Tudo ficou ainda melhor quando começaram a discutir a hipótese de uma quarentena para conter a disseminação do vírus, e agora as medidas seriam tomadas e o lockdown se iniciaria amanhã.

Meus pais estavam loucos de preocupação, me ligando de cinco em cinco minutos para perguntar como estávamos e para nos mandar ficar em casa. Tom havia ido para a casa da família dele para passar esse período de distanciamento com seus pais e irmãos, enquanto eu fiquei com Eliza e Connor, que queriam me manter por perto nesse período. 

Parecia mesmo que era o fim do mundo, e eu tentava não pensar se Brad estava seguro, se acompanhava as notícias como eu estava fazendo, e se ficava em casa como era recomendado. 

Connor havia ido ao mercado e feito a feira completa, abastecendo com comida o suficiente para um ano todinho, e eu nem tirei onda com ele, porque não sabíamos quanto tempo isso tudo duraria.

— Sinto muito que seu aniversário tenha que ser passado assim — Connor deu um sorriso triste, quando me desejou uma boa noite de sono, na noite passada. Seu aniversário havia sido há alguns dias, e também não havia sido um dos melhores.

Agora, estando a seis dias do meu aniversário, eu sentia como se tudo estivesse errado, de alguma forma.

— Hey — Eliza sorriu, entrando no quarto que seria meu por tempo indeterminado. Estávamos só nós e as crianças em casa, e os dois bebês estavam adormecidos. — Tá fazendo o quê?

— Oi — dei um pequeno sorriso. — Estou só ensaiando a música antes de gravá-la — dedilhei o teclado de Connor, suspirando baixinho. 

A janela do quarto estava aberta, deixando a leve claridade do dia nublado entrar, e o som suave da chuva fina, que agora começava a engrossar, nos envolvia calmamente.

— E por que essa carinha?

— Eu não sei se deveria gravar essa música — murmurei, me sentindo meio estranha. Eu havia escrito essa música na última semana, e Eliza e Connor me convenceram a cantá-la, mas eu me sentia... sei lá. Além da insegurança, pensando se as pessoas gostariam ou não da música, eu sentia que essa música era tão pessoal quando uma roupa íntima.

Ela franziu a testa, se aproximando da cama.

— Ué, por que não? Acho que a música vai ficar incrível, assim como as outras ficaram.

Treading Water || The VampsOnde histórias criam vida. Descubra agora