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LARISSA

— Como você sabe? — perguntei, destravando o cinto. 

— Todo mundo sabe! — ele constatou, e eu franzi a testa. — Bem, todo mundo que é famoso, aqui de Londres. A gente meio que tem uma regra não dita de nunca revelar o endereço uns dos outros, por causa dos fãs.

Assenti, descendo do carro.

— Bem, nós conhecemos ele no aeroporto hoje mais cedo, e ele ofereceu o apartamento dele para que a gente fique, até amanhã, já que não conhecíamos nada aqui e Eliza precisava de— parei de falar, quase revelando a gravidez de Eliza, e me concentrei nas sacolas em minha mão. 

— Precisava de que? — Con parecia confuso.

— Vem, você vai ver.

Andamos até a porta do apartamento, que eu abri com uma das chaves que Tom havia me emprestado.

— Eli! Chegamos!

— Tô indo... espera, "chegamos"? Quem tá aí? — sua voz foi ficando mais próxima, assim como seus passos lentos e pesados, e eu me preparei para o que aconteceria depois. — Oh, você trouxe mais coisas! Eu estava com muita fome — ela parou de falar, no momento em que ela viu Connor.

Ele a encarava, totalmente chocado, intercalando o olhar entre o rosto e a barriga de Eliza. 

— O que... o que você está fazendo aqui? — a voz de Eliza era quase inaudível.

Tom, que ajudava ela a permanecer em pé, parecia confuso.

Me perdoa, bebê — murmurei pra ela, me aproximando. Deixei um beijo na lateral da cabeça dela e segurei a mão de Tom, puxando-o para trazê-lo comigo. — Vem Tom, agora é nossa deixa.

Mantive minha bolsa em meu ombro e puxei Tom para fora do apartamento comigo. 

— O que tá acontecendo? — Tom perguntou, confuso, mas me seguindo mesmo assim.

— Você conhece Connor Ball? — perguntei, adquirindo uma postura casual enquanto entrávamos no elevador. — Da banda The Vamps?

Tom não sabia nada com relação a Brad e eu, então dei o meu melhor para fingir que nada havia acontecido e que tudo estava completamente bem.

— Já ouvi falar dele. Conheço de longe, mas nunca tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente. Por que?

— Bem, ele é o pai das crianças que estão na barriga de Eliza — expliquei, e a boca de Tom se abriu em surpresa. — Encurtando a história: eles se conheceram, teve o rala e rola, os garotos foram embora, e ela ficou grávida. 

Tom assentiu, em silêncio, enquanto esperávamos que o elevador parasse. Percebi que ainda segurava a mão dele, então soltei, envergonhada.

— Desculpe — pedi, desviando o olhar.

— Sem problemas, garota do chá — ele sorriu, me fazendo sorrir também, aliviando o clima no mesmo instante. — Mas ele abandonou ela grávida? — Tom retomou o assunto, colocando as mãos dentro dos bolsos de sua calça. 

— Não, não — neguei rápido, antes que ele tivesse a ideia errada sobre Connor. — Ele nunca faria isso. Ele não sabia que ela estava grávida, até o dia de hoje.

Tom parecia surpreso por alguns segundos, até que uma careta de confusão se desenhou em seu rosto novamente. E isso aconteceu várias vezes enquanto eu explicava que era brasileira. Não dei muitos detalhes sobre Eliza, afinal a vida não era minha, e logo ficamos em silêncio, caminhando até uma praça que tinha ali perto. Tom era alguém muito fácil de conversar, e eu me sentia muito à vontade com ele. Ele me fazia rir, e eu sentia como se ele fosse meu amigo há tempos.

Treading Water || The VampsOnde histórias criam vida. Descubra agora