16.2 - ᴍɪɴɪ ᴄʜᴀᴘᴛᴇʀ

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LARISSA

Quando voltei para o apartamento, Tom ainda estava na porta e me acolheu em seus braços antes mesmo de eu me secar. Eu chorei em seu peito por alguns segundos, e me virei apenas quando ouvi a porta do carro de Brad bater, sinalizando que ele estava indo embora.

Por que ele não pôde pelo menos me falar a verdade? Porra, eu já sabia o que era, só queria ouvir dele e mesmo assim ele queria esconder. E ver ele chorar acabou comigo, mas o que eu posso fazer? Ele mentiu pra mim, na minha cara, e isso eu não ia permitir.

— Quer me contar o que houve? — Tom perguntou gentilmente depois que entramos, e eu apenas neguei com a cabeça. — Toma um banho quente, então. Você parece bem cansada...

Essa era a palavra: cansada

Eu estava cansada. Cansada de querer que Brad se exploda e depois querer ele comigo, cansada de sentir falta dele e do que vivemos, cansada de continuar amando ele, depois de tudo. 

Cansada, porra.

Ugh, as vezes nem eu mesma me suportava ou me queria por perto. Mas amanhã vai ser diferente, eu tentei pensar positivo, enquanto tomava um banho quente. 

Quando me deitei pra dormir naquela noite, eu simplesmente não conseguia. Eu estava no quarto principal, que era o de Tom e onde Eliza estava dormindo antes de ir para o hospital, e Tom havia dito que ficaria no apartamento naquela noite para que eu não ficasse sozinha, já que Eliza ainda não voltaria do hospital naquela noite. Sua viagem em família havia sido adiada por alguns dias por conta de alguns problemas pessoais que eu preferi não me intrometer, e pelos quais fiquei secretamente agradecida.

Enfim, Tom estava dormindo no quarto que eu estava anteriormente e eu não quis acordá-lo, então fui para a sala ver algum filme, como na outra noite que não conseguia dormir. Eu sei que o médico disse que eu precisava dormir, mas eu apenas não conseguia, minha mente estava correndo a mil e eu estava ligada demais para cair no sono.

E eu não culpava Brad totalmente por isso. Desde pequena eu fui assim, se tivesse qualquer coisa que me preocupasse ou me tirasse do sério eu perdia o sono, Bradley era apenas o motivo da perda de sono dessa vez.

— Por que você está acordada ainda? Já é quase uma da manhã! — a voz sonolenta de Tom me tirou de meus pensamentos.

— Eu te acordei? Desculpa. 

— Não, e esse não é o problema — Tom pegou o controle no braço do sofá e desligou a televisão, e eu fiz beicinho. — O problema é você estar acordada quando deveria estar dormindo — ele pegou minha mão, me puxando delicadamente do sofá, e eu apenas deixei que ele me puxasse pela casa. — O médico deixou bem claro quando disse que você deveria comer e dormir. Você já comeu, então agora deve dormir.

Franzi a testa, confusa.

— Como você sabe? Você nem estava lá quando ele falou comigo.

— Mas-- mas os garotos estavam — ele respondeu, meio nervoso.

Tom se manteve em silêncio enquanto entrava no quarto dele, onde eu estava ficando naquela noite, e me conduziu até a cama.

— Tom... — chamei, em tom de aviso. — O que é que você não está me contando?

Me sentei na cama, e Tom se sentou ao meu lado. 

— Ér... — Tom coçou o pescoço, meio nervoso. — Não adianta esconder, né? É que... Brad me mandou mensagem.

Pisquei algumas vezes, antes de erguer as sobrancelhas, surpresa. Tom pegou o celular e mostrou as mensagens. 

De: desconhecido
Peguei seu número com o Connor
Checa se ela está dormindo, por favor
Ela provavelmente vai ficar acordada a noite toda depois da discussão, ela sempre fez isso
E isso é a última coisa que ela pode fazer depois do esgotamento de hoje
O médico deixou bem claro que ela precisa comer e dormir direito
É isso, boa noite

Li as mensagens, sem entender nada. 

— Ele me acordou com várias mensagens, e eu vim ver como você estava. Aparentemente ele estava certo.

Suspirei. 

— Como ele quer que eu durma direito depois de uma discussão? — eu engoli o nó em minha garganta. — Eu não- eu não consigo.

— Ah, mas vai conseguir — Tom colocou a palma da mão em minha testa, empurrando devagar até que eu estivesse deitada, me fazendo rir um pouco. 

— Hey, não sou uma criança — fiz uma careta brava e tirei a mão dele da minha testa, cruzando os braços. 

Ele ergueu uma sobrancelha e inclinou a cabeça, cruzando os braços no peito, e eu acabei por rir.

— Tá legal, agora você vai dormir — Tom sorriu, satisfeito por me fazer rir, depois suspirou baixinho. — Olha, eu sei que é difícil, e eu já passei por isso. Mas você precisa se manter saudável, então relaxa e descansa, ok? Eu vou te deixar-

— Espera — segurei ele, antes que se levantasse. Senti minhas bochechas corarem quando pedi: — Você pode... ficar? Só até eu dormir, eu não quero ficar sozinha agora.

Tom pareceu surpreso com meu pedido, e apenas me encarou por alguns segundos, antes de assentir devagar e se levantar.

Ele apagou a luz, voltando para a cama em seguida, mas agora se deitou ao meu lado, virado de frente pra mim. Ficamos nos olhando por alguns segundos, antes que ele falasse.

— Então você canta, né? — ele perguntou de repente, me pegando de surpresa.

— Como você...?

Ele apenas sorriu, parecendo uma criança animada.

— Eu fiz meu dever de casa — ele pegou o celular de novo, abrindo o Instagram e indo direto no meu perfil, que agora ele seguia. Valha-me Cristo. — Desses vídeos aqui, o meu favorito foi o de Infinity. Eu sempre gostei muito de One Direction, então... — ele encolheu os ombros, me fazendo sorrir abertamente, e curtiu o vídeo. 

— É, esse foi um dos meus favoritos também, eu amo essa música — sorri um pouco, me lembrando da minha estadia na Noruega, e de quando gravamos o vídeo. — Era sempre estranho gravar esses vídeos, porque estava sempre cheio de gente nos lugares, mas não ali. Ali só estávamos eu, Eliza e Erikko, o nosso host, então foi muito mais fácil pra eu externar meus sentimentos nessa música. Eu me senti exposta, mas não tão exposta, sabe? Sei lá — ri, sem graça. — Tô falando demais agora, desculpa. 

— Não, pode falar — Tom sorriu mais. — Eu gosto de te ouvir, parece que você revive o momento. É hipnotizante.

Ajeitei o travesseiro embaixo da minha cabeça, tentando disfarçar a vergonha, e então sorri um pouco. 

— Então, Tom Holland — repeti, parecendo tão inacreditável quanto na primeira vez que eu o disse. — Caralho, é você mesmo — cutuquei a bochecha dele com meu dedo indicador e ele gargalhou baixinho. 

— Não, minha cara Lari. Isso é uma miragem, você apenas está com sono demais e está começando a delirar e ver o seu grande amor dos cinemas na sua frente — ele fez uma voz distante, como se fosse um hipnotizador.

— Mas é o Tom Holland que eu tô vendo, e não o Chris Evans.

Tom abriu a boca, ofendido, e eu gargalhei.

— Outch! Depois dessa, eu vou ser forçado a forçar você a dormir. 

Treading Water || The VampsOnde histórias criam vida. Descubra agora