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Música na mídia:
Wrong Direction - Hailee Steinfeld

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LARISSA

Revirei os olhos pelo que pareceu a milésima vez naquela noite.

— Não chama ele de idiota, ele tem sido um amor comigo — eu rebati, soltando o cinto. — Ao contrário de você. 

Brad riu, debochado. 

— Claro que ele tem sido um amor com você. Até vocês dormirem juntos e ele não querer mais saber de você.

Arregalei meus olhos, sem conseguir conter a surpresa e a mágoa em minhas expressões.

— Por que? Era assim que você pensava? — rebati. — Foi por isso que você foi embora sem falar comigo? Eu dei o que você queria e aí acabou?

Brad arregalou os olhos levemente.

— O que? Não! Eu nunca-

— Então não se atreva a falar assim do Tom — o interrompi, erguendo minha mão. — Ele não fez mais do que me ajudar, mesmo tendo me conhecido há pouco tempo, e eu sei que ele não é assim — defendi Tom e, me sentindo levemente ofendida, acrescentei: — Eu não sou assim.

Brad respirou fundo, bagunçando seus cabelos ainda mais. 

— Eu sei, eu-- me desculpa, não foi o que eu quis dizer — ele pediu, suspirando cheio de nervos. — Eu só- eu nunca senti que realmente poderia te perder pra alguém antes. Digo, quando estávamos... você sabe — ele balançou a cabeça, com a voz baixa. — O mais próximo que cheguei de sentir ciúmes foi com aquele garçom, e eu ainda consegui fingir que não.

Ficamos em silêncio, dentro do carro estacionado, até que Brad se pronunciou novamente. 

— Podemos ir para uma caminhada, então? — ele olhou para frente. — Eu não suportaria ficar na casa dele, onde vocês-

— Podemos — cortei a frase dele no meio. Eu e Tom não havíamos feito nada naquele apartamento, mas eu não devia satisfações à Brad. 

Roubei a touca, que antes estava em sua cabeça, e coloquei na minha, tendo o cuidado de cobrir minhas orelhas geladas. Desci do carro, com pressa de acabar isso logo, e ouvi Brad me seguir, enquanto passava as mãos em seu cabelo, numa tentativa inútil de arrumá-los.

Começamos a andar em direção àquela praça onde fui com Tom, e as ruas estavam vazias. As únicas pessoas ali éramos eu e Brad, então mesmo estando na rua, eu ainda sentia como se tivéssemos privacidade.

— Noite bonita, né? — Brad comentou baixinho, e nós dois olhamos pra cima.

A noite estava cada vez mais fria, e o vento, que antes era apenas uma brisa, agora estava mais forte, fazendo a parte dos meus cabelos que estavam para fora da touca começarem a balançar.

— Sim, mas de um jeito diferente. Na minha casa dava pra ver melhor as estrelas — murmurei de volta, sentindo falta de casa.

Brad apenas assentiu, continuando a andar.

— É, eu me lembro.

Assenti, olhando para o chão enquanto andava. Claro que ele se lembra.

— Obrigado por não contar sobre o tal esgotamento para minha mãe hoje. Não que eu queira esconder coisas dela, mas foi melhor assim.

Brad assentiu, me olhando brevemente, antes de olhar para frente novamente.

Treading Water || The VampsOnde histórias criam vida. Descubra agora