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LARISSA

Okay, aquilo foi estranho demais, até pra mim. 

No fim da chamada, eu não conseguia parar de olhá-lo e admirar a bagunça que estavam seus cabelos, e como ele ficava bem de óculos de grau, e como eu queria poder tocá-lo. Na verdade, eu não podia nem acreditar que estávamos ali, conversando civilizadamente (ou quase), como se eu o tivesse superado totalmente.

Mas então, encerramos a chamada, e eu comecei a tremer. Não, não superei essa merda.

Que raiva, agora eles viriam aqui, e eu não sabia como eu iria fazer para ficar no mesmo lugar que ele sem surtar.

Disquei o número de Tom avidamente para avisá-lo sobre Eliza, aproveitando o fato de ele ainda estar na cidade, e dizer que provavelmente precisaríamos ficar no apartamento dele por pelo menos mais uma semana. 

— Lari! — Tom saudou, animado, e eu sorri automaticamente. 

Loucura total eu ter feito amizade com o próprio Tom Holland. Mas, de novo, também é loucura eu ter ficado com Brad Simpson, e veja só onde estamos. 

Ou estive.

— Hey! — saudei, tentando soar tão animada quanto ele.

— Uh-oh! — Tom murmurou, e eu ouvi algumas risadas altas por trás do telefone. — Espera aí, eu vou pra um lugar mais silencioso. — Ouvi um farfalhar de tecidos, como se ele estivesse levantando de uma cama, e logo o barulho diminuiu. — Pronto, melhorou.

— Você está ocupado? Me desculpa, eu não fazia ideia... 

— Não, não, que isso! — eu ouvi o sorriso na voz dele. — Está tudo bem, eu só estava me preparando para limpar as coisas do almoço. Na verdade, você me livrou de uma pilha enorme de louças. 

Eu sorri, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Tom era tão fácil, tão legal de se relacionar que nem parecia famoso, parecia apenas... Tom. Com os garotos também foi assim, e é realmente muito estranho. É como se, mesmo eu vendo ele ser super fofo e legal nas entrevistas, eu não acreditasse que ele fosse assim de verdade até que eu visse com meus próprios olhos.

— Bom saber que fui útil — ri baixinho. — Estou te ligando pra avisar que Eliza entrou em trabalho de parto há pouco mais de uma hora.

— Poxa, achei que estava ligando pra saber como eu estava. — ele riu brevemente, antes de perceber a informação que eu tinha dado. — Espera, o que?! Mentira! Eu tô indo praí agora, em qual hospital vocês estão?

— Tá bom. Eu vou mandar a localização pra você. 

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, enquanto eu mandava a localização por mensagem, e depois confirmou que recebeu.

— Você está bem mesmo? 

Encolhi os ombros, mesmo sabendo que ele não poderia ver, e depois murmurei afirmativamente. 

— É só que... — suspirei baixinho, precisando tirar aquilo do meu peito. — Bem, meu... "ex" — coloquei ênfase na palavra e fiz aspas com os dedos, mesmo sem ele poder ver, — tá vindo pra o hospital. 

— Seu ex? — eu podia imaginar a careta confusa de Tom em minha mente. — Como assim? Você não é brasileira?

Sim, eu sou. Sim, eu sou — eu disse em português, depois em inglês de novo. — Mas... ugh, é uma longa história. Enfim, ele está vindo, porque ele é amigo do Connor.

— Só um minuto — ele pediu, depois eu ouvi ele gritar um tchau animado, para a família, talvez? — Mas como assim? Eu não estou entendendo nada, me explica essa história direito!

Treading Water || The VampsOnde histórias criam vida. Descubra agora