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LARISSA

Não era todo dia que eu sofria. Por incrível que pareça, eu não ficava pensando em Brad toda hora, nem em James, ou em Tristan e Connor.

Hoje, particularmente, foi um dia super corrido em meu estágio, onde não sobrou tempo nem para respirar, muito menos pensar. Eu já estava desde de manhã cedo na clínica, atendendo pacientes com alguma lesão muscular ou articular, e ao fim do dia eu só queria fechar meus olhos e dormir por três dias seguidos. Eu juro, se eu ver mais alguém com bursite ou tendinite hoje, eu acho que vou ter um treco.

Meu trabalho de conclusão de curso estava marcado para ser apresentado no mês que vem, e já estava tudo certo, graças a Deus. O slide estava pronto, a monografia impressa, e tudo o que eu queria era apresentar logo esse trabalho e pegar meu diploma. 

Eu gostava dessa profissão, de verdade, mas é exaustivo. Parabéns aos profissionais da saúde, pela perseverança!

Finalmente, depois de um dia todo trabalhando com reabilitação de pessoas, era hora de tirar o jaleco e ir para casa. Eu estava dentro do carro, tentando descansar as pernas um pouco antes de dirigir, quando meu celular começou a tocar.

— Alô? — atendi com um suspiro cansado.

Lari- — Eliza foi interrompida por um barulho estranho e alto. — Lari, eu preciso da sua ajuda — ela soava como se estivesse morrendo. 

O que aconteceu? Você parece mal. — liguei o carro, pronta para seguir em direção à casa dela.

É porque... eu tô — ela disse entre suspiros pesados e difíceis. — Meus pais não estão em casa, e eu preciso de ajuda, estou- — mais um barulho alto e molhado a interrompeu. — Eu tô vomitando muito, não sei o que está acontecendo, preciso de ajuda. Você pode trazer alguma coisa pra cortar vômito?

— Meu Deus — murmurei, preocupada. — Tô saindo da clínica, chego aí em dez minutos. Vou passar na farmácia e comprar alguma coisa pra você tomar.

°•.°•.°•. .•°.•°.•°

Quando cheguei na farmácia, a primeira coisa que fiz foi procurar os testes de gravidez, já comprando umas três caixas junto com o remédio para vômito. Cheguei na casa de Eliza com alguns minutos, e já fui tirando as caixas da bolsa.

— Que porra é essa? — Eliza disse quando viu as caixas em minha mão. A voz dela estava rouca e ela estava pálida.

— Faz xixi, Eliza — comandei, começando a nos dirigir em direção ao banheiro.

— Eu não vou fazer esse negócio — ela começou a protestar. 

— A mas vai sim — acendi a luz do banheiro dela, começando a tirar o objeto da caixa. Estendi a mão com o copinho pra ela, e ela apenas ficou parada, me encarando. — Você tem tido enjoos frequentes, desejos absurdos e as mudanças de humor mais aleatórias da história. Faz. Xixi.

Contra a própria vontade, Eliza pegou o copinho da minha mão, e eu saí do banheiro.

— Te espero aqui fora.

°•.°•.°•. .•°.•°.•°

Eliza demorou mais do que eu achava que ela demoraria, eu queria muito abrir a porta daquele banheiro com um chute. E não queria nem pensar em como seria se ela estivesse grávida. 

Os pais dela aceitariam? Ela contaria para Connor? Ou pior, se ela contasse, Connor acreditaria?

Eu não aguento mais imaginar as situações. 

Treading Water || The VampsOnde histórias criam vida. Descubra agora