13

382 34 28
                                    

LARISSA 

Eu corria incansavelmente, com um sorriso enorme rasgando meu rosto.

Todo o meu corpo estava cheio de energia, completamente eufórico e nadando em adrenalina. Meu estômago dava pulos, animado com a ideia de alcançá-lo.

E enquanto eu corria, desviando de algumas pedras e galhos no processo, de repente, eu pude vê-lo.

Ali, ao longe, seus cabelos balançavam suavemente com a brisa, sua camisa crua e larga, que ele mantinha com os primeiros botões abertos, acompanhava o mesmo movimento, enquanto suas mãos se escondiam nos bolsos da sua calça bege, que era segurada por um par de suspensórios da mesma cor. Sua expressão era distraída, enquanto ele observava a paisagem à sua frente com os olhos levemente apertados, e eu admirava sua beleza enquanto corria em sua direção. 

Bip. Bip. Bip. Bip.

— Brad?

Ele se virou, e eu pude ver seu rosto se iluminar com a minha chegada. Seu sorriso, que antes era fechado, agora se abriu, mostrando dentes brancos e alinhados e covinhas rasas em sua bochecha e no queixo, naquele sorriso que eu tanto amava. Cada célula do meu corpo gritava e clamava por contato, já antecipando a sensação de calor e acolhimento que seu corpo trazia, quando parei de correr, ofegante.

Bip. Bip. Bip. Bip.

Eu queria tocá-lo, queria sentí-lo, mas parei.

Por que eu parei?

— Lari? Você não deveria estar aqui — ele ainda sorria, franzindo a testa levemente. — Lari?

Seu rosto começou a ficar desfocado e, de repente, eu não podia mais vê-lo.

Abri meus olhos mas fechei novamente, por conta da claridade. Minha cabeça doía como se eu tivesse batido ela contra a parede várias vezes seguidas.

Um apito contínuo vinha de uma das máquinas ali, enquanto eu tentava me lembrar o que estava acontecendo. A imagem de Brad ainda estava vívida por trás de minhas pálpebras, a maneira como o sol batia em seu rosto, realçando a cor de seus olhos e sua pele, e seu sorriso, e eu apenas tentava voltar para a realidade, que por sinal eu não fazia ideia de qual era.

Havia alguém segurando a minha mão direita, mas minha visão estava embaçada demais para saber quem era, e essa pessoa estava sentada em uma cadeira e dormindo com a cabeça na maca, próximo à minha mão.

Tentei soltar minha mão do aperto de quem quer que fosse, mas a pessoa acordou antes que eu conseguisse.

— Lari? — a voz de Brad me surpreendeu. Eu não imaginava que seria ele, de todos os outros, a estar ali. — Oh, graças a Deus... James! Tris! Ela acordou! 

Ouvi uma movimentação do lado de fora do quarto, mas não soube discernir o que estava acontecendo. 

— Brad? — pisquei rapidamente, percebendo que ainda estava usando a mesma calça e uma camiseta diferente, mas com alguns cabos conectados por dentro dela, monitorando meus batimentos cardíacos. Mas...? — O que tá acontecendo? Por que estou aqui? — minha voz se quebrou no meio da frase. 

— Você desmaiou, e o médico estava esperando você acordar pra poder te fazer algumas perguntas — ele respondeu, ainda segurando e agora acariciando minha mão, parecendo aliviado. — Aparentemente você teve um tipo de esgotamento. 

Esgotamento? Como assim?

— Há quanto tempo eu estou aqui? — olhei para a janela, percebendo que já estava escuro lá fora, e arregalei os olhos. — Oh meu Deus, a Eliza! 

Treading Water || The VampsOnde histórias criam vida. Descubra agora