LARISSA
— Cadê ela? — perguntei para a enfermeira, na porta da sala. — Posso entrar?
— Pode, ela está segurando os bebês antes de ser encaminhada para a sala de cirurgia.
Arregalei os olhos.
— C-cirurgia?
— Isso. A médica vai te explicar melhor a situação. Pode entrar.
Entrei rapidamente na sala, sem nem prestar atenção se os rapazes poderiam entrar também, e levei as mãos até a boca quando os vi. Eliza estava coberta de suor, enquanto segurava um bebê chorão em cada braço: o da direita estava envolvido num cobertor azul, e o da esquerda usava um lilás. Connor estava em pé ao lado da maca de Eliza, e ambos estavam com sorrisos enormes e cansados no rosto.
As duas crianças, apesar de estarem enroladas em vários panos, pareciam pequenas demais, e eu pisquei rapidamente, fazendo lágrimas emocionadas caírem pelo meu rosto.
— Oh, meu Deus — murmurei, me aproximando devagar, e Eliza sorriu pra mim, parecendo tão, mas tão cansada, que eu ainda me perguntava como ela conseguiu se manter acordada durante as treze horas de parto. Observei o rosto das crianças, vendo as carinhas de joelho enquanto choravam, ainda sujos, e mais lágrimas escorreram pela minha bochecha. — Você conseguiu, Eli — murmurei, me sentindo extremamente orgulhosa, e a abracei de maneira cuidadosa e desajeitada, sentindo sua pele mais quente que o normal.
— Eu consegui, não foi? — a voz dela era suave, e seus olhos estavam quase se fechando. — Nós conseguimos, Con.
Olhei para Connor, que sorria, parecendo emocionado mas preocupado ao mesmo tempo, então a médica entrou no quarto.
— Vamos ter que levar você para a sala de cirurgia agora, Eliza — a médica disse, enquanto enfermeiras tiravam as crianças dali para realizar os primeiros cuidados nelas. — Seu sangramento está contido, mas devemos fazer a cirurgia antes que haja alguma infecção.
— Você pode me explicar o que está acontecendo? — pedi, e a médica me olhou pela primeira vez.
— A dilatação de Eliza foi ótima, mas os bebês acabaram... rasgando um pouco mais a saída, causando um sangramento interno. Precisaremos costurar alguns tecidos e desinfetar a área, antes que algo pior aconteça. Por enquanto ela não corre risco de vida.
Assenti, aliviada que não era nada grave, pois eu não suportaria viver sem ela. Então, Eliza segurou minha mão antes que levassem sua maca, dizendo: — Cuide deles pra mim.
— Para com isso, garota! — repreendi em meio às lágrimas, e Eliza apenas riu baixo, meio grogue pelo cansaço.
— Tô te zuando, chata — seus olhos estavam quase fechados. — Quando eu voltar dessa cirurgia a gente conversa melhor. Te amo.
E assim, com Eliza fazendo graça em meio à crise, retiraram sua maca do quarto, levando para a sala de cirurgia. A médica informou que a cirurgia duraria apenas alguns minutos, já que era um processo bem pequeno, e ela voltaria para o quarto em menos de quarenta minutos, para amamentar os bebês. Olhei para Connor, voltando minha atenção pra ele, e me aproximei, colocando a mão em seu ombro.
— Você está bem, amigo? — murmurei, e Connor apenas assentiu, parecendo meio em choque. — Certeza? Você parece meio... pálido.
— É só que- bem, nós passamos treze horas aqui dentro, e- e eu não pude realmente fazer nada para aliviar a dor dela — ele falava com um certo pesar, e eu o abracei, confortando-o. Assim que ele encostou a cabeça em meu ombro, foi como se ele desabasse, tremendo em meus braços. — Eu só podia segurar a mão dela e dizer que estava aqui pra ela, o que era realmente inútil, porque de que adianta eu estar aqui e não poder fazer nada para ajudá-la?
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Treading Water || The Vamps
Fanfiction"Been pushin' love away to save myself the hurt. Ain't much heart left to break so clearly it don't work." ATENÇÃO: ESSE LIVRO É O SEGUNDO DE UMA SEQUÊNCIA! LEIA O PRIMEIRO LIVRO ANTES! #Livro 1: Right Now ✔ #Livro 2: Treading Water ✔ #Livro 3: Glo...