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LARISSA

A pontada de rancor por ele ter ido embora sem se despedir ainda estava ali, mas a saudade falou mais alto, não me permitindo me dar o luxo de recusar seu afeto. Connor havia sido um ótimo amigo e, apesar de tudo, eu estava contente em vê-lo.

— Você está ficando onde? — ele me perguntou, estendendo o dinheiro para a moça do caixa, depois de insistir em pagar.

— Uhh, nós estamos ficando no apartamento de um... amigo? É, acho que posso dizer assim. É bem perto daqui, na verdade.

Eu peguei algumas sacolas, e Connor pegou o resto.

— "Nós"?

Oh, meu Deus, apertei meus olhos. Fiz besteira.

— Sim — murmurei, com a voz pequena, enquanto saímos da farmácia. — Eu e Eliza.

Connor parou de andar no mesmo momento em que falei. Foi como se eu pudesse perceber cada célula de seu corpo parar ao ouvir o nome dela.

— Há quanto tempo? — ele perguntou, sem me olhar.

— Chegamos hoje — o tranquilizei, mesmo sabendo que ele não tinha direito nenhum de ficar bravo. Ele que foi embora sem se despedir de mim, porra. — E não estamos aqui para ficar. É só uma conexão entre voos que é demorada demais para esperar no aeroporto.

Ele assentiu, piscando várias vezes e olhando para a rua, que já começava a ficar escura.

— Será que- será que eu posso vê-la? Digo, será que ela gostaria de me ver? — Connor parecia envergonhado. — Digo, eu sei que nosso "término" não foi como- — ele se interrompeu e eu apenas assenti, dizendo que não tinha problema, e ele deu um pequeno sorriso. — Enfim, mas pode ser que seja estranho, sei lá.

Mordi minha boca, nervosa. Será que Eliza ficaria muito brava se Connor aparecesse lá? Eu não sei, ela estava tão cansada, e quando ela tentou contar para Connor por telefone sobre a gravidez ela chorou, porra. Mas ele precisa saber, afirmei para mim mesma.

— Acho que não tem problema? — murmurei, incerta.

Ele sorriu, aliviado.

— Legal. Eu só preciso levar essas coisas para minha casa e pegar meu celular, que esqueci lá, então nós vamos para o seu AP.

— Ok, eu vou na frente, te mando a localização pelo-

— O que? Não! Você não vai andando, já está escuro — Connor balançou a cabeça, tirando as chaves de seu carro do bolso. — Você vem comigo.

— Mas eu preciso-

— Vai ser rápido, eu prometo — ele garantiu, me guiando em direção ao seu carro, mas eu hesitei.

E se outro dos meninos estiver lá? Ou pior, e se Brad estiver lá? Eu não estava preparada para isso, nem sei se algum dia estaria.

O que eu falaria? O que ele diria?

— Fique tranquila, os meninos não estão lá — Connor sentiu minha hesitação.

— Certeza?

— Absoluta. James está com a Kirstie, e Tristan e Brad provavelmente estão dormindo em suas casas, porque chegaram de viagem hoje pela manhã. — Con explicou, abrindo a porta do carro pra mim. Apenas olhei para ele e para o carro, e ele suspirou. — Você não precisa nem descer do carro, se não quiser. Vai ser bem rápido, eu juro.

Fiquei em silêncio, pensando, e acho que não vai ter problema. Se bem conheço Brad, e se ele esteve sem dormir direito por dias, provavelmente ele vai estar largado em sua cama, completamente desmaiado.

Treading Water || The VampsOnde histórias criam vida. Descubra agora