A gota d'água

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Uma semana depois...

Marina: Oi meu amor, eu já vou indo e volto logo- Ela beijou meu rosto e saiu da minha cama.

Eu não disse nenhuma palavra, não esboçava nenhuma reação, o álcool ainda estava ali fazendo com que eu não sentisse nada, isso era bom. Eu não durmo a uma semana, fico acordada a base da energéticos, junto com o álcool, alguns remédio. Minhas olheiras estavam fundas, minha aparência estava péssima.

Tenho faltado ao trabalho, vivo trancada dentro de casa, meu celular não parava de tocar então eu tirei a bateria. A única coisa a qual eu saio para comprar é álcool, tenho ficado mais bêbada do que sóbria, sei o quanto isso é patético. O álcool me traz sensações que anestesiam todo o nojo e dor que tenho sentido. Minha mão ainda tem cicatrizes do espelho que eu quebrei,  mas eu notei que aquela dor me ajudou a por para fora o que eu estava sentindo.

Eu fui ao banheiro onde tinhas muitas gilhetes, levei elas para a minha cama, peguei várias outras bebidas e deixei na minha cama também. Tenho que acabar com isso.

Eu escutava gente batendo na minha porta todos os dias, eu só fingia que não estava ali, fingia que tinha morrido, porque eu sinto isso dentro de mim, sinto que morri, então que diferença isso faz?

Eu estava ali com garrafas ao meu redor, eu nem conseguia ficar de pé por muito tempo sem me apoiar na parede.
...

POV Paola

Hoje já é  quarta feira e faz mais um de uma semana que a Lisa não aparece no escritório. Eu não entendo, ela estava tão feliz com esse projeto e simplesmente foi embora. Vi um garoto, se não me engano ele se chama Matheus, ele sempre andava junto com a Lisa.

Paola: Oi, seu nome é Matheus, certo?- ele assentiu com a cabeça- Você tem alguma notícia da Lisa?

Matheus: Acho que ela está doente, soube que entregou algum atestado, algo do tipo - Ele estava meio triste

Paola: Ela entregou atestado?

Matheus: Eu não sei- Ele tinha a cabeça baixa e eu segurei em sua mão

Paola: Eu tô preocupada com ela, se souber de qualquer coisa me avisa, ok?- Ele fez alguns minutos de silêncio então ele resolveu falar.

Matheus: Ela deve estar no apartamento dela, ela sempre fica lá.

Paola: Ótima ideia, dou um pulo lá na hora do almoço.

....

Eu não me recordava muito bem do endereço da Lisa, mas o GPS ainda tinha ele gravado. Dirigi com calma, tinha uma hora para chegar lá e no GPS dizia que eu ia demorar no máximo 15 minutos.

Eu entrei no prédio dela que posso garantir ter o pior porteiro de todos porque ele nem se quer conferiu se eu  poderia ou não subir. Fui até o andar dela e fiquei tentando lembrar qual era o apartamento.

Bati na segunda porta a direita do corredor, número 5, saiu de lá um homem sem camisa de uns 23 à 30 anos de idade no máximo.

Morador: Oi, eu te conheço? -Ele parecia super confuso

Paola: Não, acho que errei o apartamento, será que você conheci a Lisa Salles?- Ele negou, eu procurei uma foto dela no Instagram e mostrei para ele - é ela, se lembra agora?

Morador: Ah sapatão gostosa- Ele assentiu e eu revirei os olhos pelo apelido que ele deu a ela - Ela mora na última porta do corredor a esquerda, número 12. - Eu agradeci e voltei a andar até o apartamento dela.

Comecei a bater na porta, mas não conseguia ouvir nada. Cheguei a achar que ela tinha saído, quando estava decidida a ir embora escutei o barulho de vidro caindo. Eu não raciocinei muito e tentei arrombar a porta. Bom, não deu tão certo já que na minha porrada eu machuquei mais o meu ombro do que movi aquela porta. O tal homem veio em minha direção.

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