Segunda-feira
7h10min
Eu estava deitada na cama sozinha, hoje a Gabi tinha que dormir em casa para ir trabalhar. Eu levantei devagar, fui preparar um café da manhã tranquilo, ovos mexidos e um café preto. Enquanto abria o meu notebook, para dar uma olhada em todas as notícias, hoje teríamos uma folga para todos do jornal, seria o dia dos novatos terem a chance de apresentar o jornal todo sozinhos.
Às 9 eu teria uma consulta com a doutora. Nossas consultas agora eram mensais, eu tinha uma quantidade menor de remédio, a depressão não precisava do remédio, eram só para as crises de ansiedade. Eu tomei meu café com toda a minha calma. Gabi já havia me mandado mensagem de bom dia, eu sorria sempre com essas pequenas demonstrações de carinhos que ela fazia questão de fazer.
8h50min
Estava sentada na cadeira esperando a minha hora da consulta, fiquei jogando palavras cruzadas durante esse tempo. Eu estava calma e bem mais tranquila em relação a muitas coisas, eu só não me soltava ainda nas reuniões em grupo. Ainda era uma trava que eu estava trabalhando para poder resolver da melhor forma, só fui tirada do meu passatempo quando ouvi a voz da doutora me chamando.
Dra. Eliza: Oi, Lisa, como você está se sentindo esses dias? - Eu me sentei no mesmo lugar de sempre e sorri ao escutar sua pergunta.
Lisa: Me sinto bem, ontem conheci os pais da Gabriela e a pedi em namoro. - Mexi na aliança em meu dedo a rodando e sorrindo.
Dra. Eliza: Como se sentiu com esse encontro?
Lisa: No começo me senti ansiosa, tive alguns pensamentos bem negativos, mas quando chegou na hora todos me fizeram com que eu me sentisse tão envolvida e me fizeram parte daquilo. - Ela sorriu assentindo com a cabeça - Ainda tenho meus pensamentos, mas sei que não posso deixar com eles me façam recuar ou deixar de fazer as coisas.
Dra. Eliza: Suas inseguranças são sobre o que? - Ela pegou seu bloquinho como sempre.
Lisa: Eu sempre penso se a minha roupa é vulgar, se vão achar que ao falar com outra pessoa estou dando mole para ela - Eu suspirei - Acho que ser só eu não é o suficiente para ninguém e que o erro esta sempre em mim.
Dra. Eliza: O que a Gabriela pensa sobre isso? Quais foram suas atitudes quando te viu insegura?
Lisa: Com a família dela, ela segurou minha mão o tempo inteiro e repetia que só faríamos aquilo se eu quisesse - Eu sorri - Quando me questiono sobre minhas roupas ela ressalta o quão bela eu estou sem se importar com o comprimento ou decote, ela faz com que eu me sinta a vontade. - Eu dei uma pequena pausa - Um dia ela viu uma garota dar em cima de mim na sala da faculdade, eu achei que ela surtaria ou acharia que eu estava gostando da menina por estar conversando com ela.
Dra. Eliza: Mas ela não fez isso, certo? - Eu assenti.
Lisa: Ela simplesmente disse que era normal darem em cima de mim e que isso não era um problema. - A doutora me incentivou a continuar - Ela me disse que eu não era dela e sim livre, que eu deveria tomar a decisão de ficar com ela só se eu quisesse, mas que eu era completamente livre se quisesse ficar com outras pessoas.
Dra. Eliza: O ciúme é um sentimento comum, mas o que a Gabriela fez foi entender que você não é uma posse, ela esta certa de dizer que você é livre.
Lisa: É, agora eu consigo ver isso melhor, de uma maneira mais clara. - A Eliza sorriu e assentiu.
Dra. Eliza: Como tem ido a faculdade?
Lisa: Muito bem, eu consegui organizar horários melhores para estudar e o trabalho é bem flexível com meu horário me permitindo não ter tantos problemas.
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A Liberdade
Storie d'amoreO que meu velho eu diria de mim agora ? Ele teria vergonha? ou me estenderia a mão? Como fui tão cega e deixei aquele simples sorriso fazer isso comigo? ..... Existe uma linha fina entre o amor e a destruição. Tudo começa com pequenas palavras, peq...