A Despedida

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* Capítulo Especial *

Pov Ludmilla:

Flashback continua...

Quando a Brunna virou as costas e me desabei de chorar no colo do Marcos.
_ Marcos ela foi embora, eu tô sentindo tanta dor. - Marcos estava sentado no chão e eu jogada no colo dele, apertando forte seus braços que abraçavam meu corpo.
_ Fica calma, ela vai voltar. Ela sempre volta irmã.
_ Desse vez é diferente, eu conheço a Brunna, ela olhou nos meus olhos. Me sinto tão sem dignidade, tão mal.
_ Ela podia ter acreditado em você né?!
_ Acreditado em quem mentiu várias vezes? Em quem já traiu? Eu não fui nem um por cento da mulher que a Brunna merecia. - mais uma vez eu me desabei de chorar. _ Marcos chama a minha mãe.

Marcos trouxe minha mãe que me levantou do chão e me deitou com ela na cama.

_ Mãe eu tô com medo de perder ela pra sempre. - minha mãe fazia carinho no meu cabelo tentando me acalmar.
_ Nossas atitudes e escolhas sempre tem uma consequência Ludmilla. Eu gosto da Bru e gosto de vocês juntas. Você errou com ela e quando estava certa ela não acreditou.
_ Eu perdi a única pessoa que eu amei na vida.
_ Eu acho que o amor de vocês é mais forte que isso.
_ Eu preciso provar que foi uma armadilha
_ Lud, se acalma. Levanta da cama e vai atrás da Bru, luta por ela.
_ Mas ela não vai me atender, não vai me ouvir, não vai me receber na casa dela.
_ Insiste, corre atrás, faz tudo. Só não fica deitada aqui se lamentando filha. Você é a mulher mais forte que eu já conheci.
_ Eu te amo mãe!
_ Eu também te amo Ludmilla!

Levantei da cama e comecei a ligar pra Bru, mandei flores na casa dela, mandei e-mail, mensagem. Liguei pro Mário Jorge e pra todos os outros amigos dela, liguei pra mãe. Fui pra porta da casa dela e fiquei horas esperando, até que a mãe dela atendeu e disse que ela não estava.
Fiz tudo o que podia ser feito, mas nada dava certo.
Tive uma intuição muito forte, lembrei da proposta que a Brunna teve de morar fora do país. E se ela fosse? Mais uma vez me desesperei. Meu choro era tão alto que fez a minha mãe ir até o meu quarto.

_ Ludmilla o que foi filha?. - minha mãe disse sentando na minha cama e me abraçando.
_ Eu lembrei da proposta de trabalho nos EUA que a Brunna recebeu. Se ela for eu tô perdida. Acabou pra sempre.
_ Filha, calma. Eu vou dar um jeito de você conversar com a Bru. Eu prometo. - eu confiava na minha mãe e toda promessa que ela me fazia ela cumpria. Fiquei um pouco mais calma e dormi.
Eu acordei me sentindo mal, pedi pra minha mãe chamar um médico até a nossa casa. Mas, dor de amor não se cura com remédio. Pelo menos ele me passou alguns calmantes e eu conseguia ficar a maior parte do tempo dormindo. Nunca imaginei que dor de amor doesse tanto, até meus compromissos de trabalho foram adiados pois eu não tinha vontade alguma de levantar da cama.

_ Ludmilla acorda! - minha mãe me sacodia
_ Oi mãe! - estava meio cansada, tinha tomado remédio para dormir.
_ Vamos sair, se arruma.
_ Eu não quero sair.
_ Vamos pra casa da Brunna.
_ Como assim mãe?
_ Por favor se arrumar rápido no carro eu te explico.

Me arrumei super rápido e fui até o carro. Minha mãe já estava me esperando.

_ Mãe, como você conseguiu falar com a Brunna?
_ Eu falei com a mãe dela, disse o que você estava passando e pedi pra ela se colocar no meu lugar como mãe. Ela convenceu a Brunna a conversar com você.
_ Meu Deus eu tô nervosa, tremendo. Tem sete dias que não tenho notícias dela.
_ Eu prometi né filha?!
_ Você é a melhor mãe do mundo.

Descemos do carro na frente da casa da Bru, lembrei de quando a trouxe aqui pela primeira vez e nos beijamos no carro com medo de alguém ver.
Minha mãe tocou a campainha se identificando.

_ Miriam obrigada por nos receber. - minha mãe disse abraçando a Mia.
_ Oi! Cadê a Bru? - eu disse afobada.
_ Pode subir Ludmilla, ela está no quarto dela.

Subi até lá enquanto minha mãe ficou conversando com a mãe dela.

_ Bru! Posso entrar? - bati na porta e abri
_ Entra. - Brunna estava de costas, seu quarto estava cheio de roupas espalhadas e tinham duas malas grandes abertas no chão.
_ Que bom que você aceitou falar comigo.
_ Eu não aceitei. Minha mãe praticamente me obrigou. - Brunna se virou pra mim
_ Pra onde você vai?
_ Então eu vou pros EUA, trabalhar e morar lá.
_ Você aceitou a proposta? E nem ia me dizer?
_ Não. Eu ia dizer pro Luis que me contratou pro seu balé. Me desculpa se eu demorei a avisar pras vocês que eu ia sair. Pode descontar isso do meu pagamento.
_ Foda-se o pagamento, o trabalho Brunna. Para de me tratar como se eu fosse sua patroa e mais nada. Não faz assim com a gente. - comecei a chorar
_ E o que eu sou pra você Ludmilla? Me diz o que sou? Eu sou só sua bailarina e mais nada.
_ Você é o amor da minha vida, minha melhor amiga. A única pessoa que eu amei na vida.
_ Nem sua amiga eu sou, você foi desleal comigo.
_  Tá doendo demais Brunna, eu não tô sabendo lidar com isso.
_ Tá doendo? O que você acha que eu senti quando te peguei na cama com outra mulher? Você acha que não doeu?
Você acha que não doia a incerteza de sair com você e ver que todo mundo flertava com você? Você acha que não doia eu ter que aguentar a insegurança de não saber se eu era só uma dançarina que você passava o tempo? - Brunna começou a chorar e eu também não me aguentei.
_ Brunna eu só te peço pra você me ouvir, abre seu coração pra mim e escuta o que eu tenho pra te falar. - segurei o rostinho dela com minhas duas mãos e sequei as suas lágrimas enquanto as minhas caiam sem parar.
_ Tá bom. - Brunna disse baixinho me olhando fixamente nos olhos.
_ Eu quero que você saiba que eu te amo de verdade, que eu te amo demais. Por favor duvide de tudo menos do meu amor por você, o amor quando é recíproco a gente sente. Você sentiu o meu amor? - Brunna me olhava com os olhos cheios de lágrimas mas não respondia. _ Me responde Brunna.
_ Sim. - ela balançava a cabeça
_ Eu errei muito com você Bru, mas foi difícil demais pra mim também. Eu nunca tinha amado, nunca tinha me entregado. Eu deveria ter sido muito mais pra você, era o que você merecia. Mas, eu não fui. Eu quero ser, por favor Brunna me deixa ser? Me deixa ser sua namorada? Me deixa ser alguém que vai te dar o mundo? - aproximei meu rosto da Bru, desci minhas mãos acariando seus braços até segurar a sua mão e encostei nossos lábios.
_ Eu não posso Lud. - Brunna virou o rosto e soltou minha mão.
_ Eu sei que você me ama Bru. A gente se ama tanto, não desiste de nós eu te peço. - começamos a chorar mais uma vez.
_ Eu te amo! Mas eu não consigo levar a diante algo com você depois da cena que eu vi.
_ Brunna um dia eu vou te provar que não foi minha culpa eu te juro que vou te provar.
_ Se você pelo menos tivesse a decência de assumir seu erro.
_ Eu errei muito e assumo todos meus erros, mas esse eu não posso assumir. Não foi minha culpa Bru.
_ Tá bom eu não quero discutir isso mais.
_ Bru, não vai embora por favor! - segurei a mão da Bru implorando pra que ela ficasse.
_ Eu não quero ficar. Não quero continuar aqui no Brasil.
_ Não me deixa Bru. - eu não conseguia parar de chorar.
_ Eu já fechei tudo com a cia, já está tudo pronto pra eu ir. Eu não posso desistir e nem quero. Só quero ir embora logo.
_ Então acabou a gente pra sempre? Nosso amor, nossa amizade? Acabou tudo? - Brunna ficou pensativa
_ Não Lud. Eu estou muito machucada, decepcionada. Me dá um tempo pra tudo passar, e aos poucos a gente volta a se falar e vê o que acontece.
_ Posso te fazer um pedido?
_ Pode.
_ Por tudo o que a gente já viveu me deixa te levar no aeroporto?
_ Acho melhor a gente se despedir por aqui mesmo.
_ Por favor! Pelo o que a gente viveu.
_ Tá bem. Eu deixo. - senti uma esperança no meu coração.
_ Obrigada Bru. - me aproximei e dei um selinho nela que se assustou e nem teve tempo de reagir.
Fui embora.

...

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Capítulo bem grande explicando como que foi a decisão da Bru de ir embora. Alguém tem alguma ideia de como vai ser a continuação do Flashback? Me contem o que acharam desse CAP.
Se tiver bastante comentário eu posto mais um hj 😉

Cartas para Bru (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora