Reencontro

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Pov Brunna:

Desci do avião e me senti abraçada ao respirar o ar do Rio de Janeiro. Saudade do cheiro de poluição, do ar abafado, do calor, da recepção do Brasil, das pessoas que te sorriem com os olhos.
Queria que a Lud estivesse me esperando com um buquê de rosas tão grande que eu não conseguisse carregar, mas lembrei que eu que ia fazer uma surpresa pra ela. Eu ri sozinha.
Peguei minhas malas que foram despachadas, subi a escada rolante com duas malas enormes que eu mal conseguia carregar, e fui até o desembarque.
Olhei pra frente vi a Mia e a tia Sil juntas, fazendo sinal com os braços. Deixei as malas caírem e corri pro  abraço da minha mãe.

_ Que saudade Mia! - abracei a minha mãe tão forte.
_ Filha! Que bom que você voltou!
_ Bru você está ainda mais linda. - tia Sil veio me abraçar.
_ Que saudade de você tia Sil.
_ Minha casa ficou triste quando você viajou. - tia Sil disse, me arrancando sorrisos.
_ Estou tão feliz em sentir calor novamente! Esse ar sufocante do Rio estava me fazendo falta. - abracei mais uma vez a Mia
_ Vamos embora? - tia Sil disse
_ Vamos! - eu respondi empolgada

Entramos no carro depois de quase montar um quebra-cabeça pra conseguir colocar minhas três malas enormes no porta-malas.

_ Vamos chegar em casa, seu pai e seu irmão estão te esperando Bru.
_ Mãe! Eu não vou dormir em casa hoje. Vou dormir na Lud. - olhei pra minha mãe que estava no banco de trás e vi sua cara de decepção.
_ Você vai deixar sua família Brunna por causa de uma... - minha mãe não sabia o que dizer, se dizia, namorada, amiga, ficante - ... pessoa que...
_ Uma pessoa que eu amo mãe - a interrompi
_ Eu entendo que você goste dela Brunna.
_ Eu não gosto, eu amo.
_ Sua família você não ama?
_ Mãe, por favor, não faz assim.
_ Por que a gente não faz assim, a Bru dorme lá em casa hoje e amanhã cedo ela almoça com vocês. - tia Sil sugeriu
_ Silvana eu gosto muito de você, da Ludmilla e do carinho que tem com a Brunna, mas acho que a família vem em primeiro lugar. O resto pode esperar - tia Sil parou o carro porque não sabia pra que lado dirigir. Se íamos pra minha casa ou pra dela primeiro.
_ Eu já esperei demais mãe, o que eu mais fiz foi esperar. Esperar que não tivesse ninguém por perto pra dar a mão pra pessoa que eu gosto. Esperar chegar em casa pra beijar a pessoa que eu gosto. Esperar um ano inteiro pra poder olhar nos olhos dela de novo. Comecei a chorar.
_ Desculpa filha, dorme na casa da Lud hoje e amanhã vem almoçar com a gente e traga ela se quiser. - minha mãe disse se esticando pra pegar a minha mão. Nós sorrimos uma pra outra.
_ Então, vamos pra onde? - tia Sil perguntou ainda parada
_ Vamos pra minha casa por favor, vou deixar minhas coisas lá, dar um abraço no meu pai e no meu irmão. Você me espera?
_ Claro! Afinal você é o presente que eu preciso entregar pra uma pessoa que eu amo muito. - me emocionei só de pensar no meu reencontro com a Lud.
_ Como que ela está tia?
_ Está morrendo sem noticias sua.
_ Aí meu Deus! Tadinha do meu neném. - nos rimos.
_ Não vejo a hora de vocês ficarem juntas de verdade pra eu poder respirar. Tá sendo difícil demais cuidar da Lud sem você.
_ Tudo o que eu mais quero é cuidar dela de novo. - minha mãe nem se pronunciava, ela ainda estava se acostumando com a ideia de eu gostar de uma mulher.

Chegamos em casa, deixei minhas malas no quarto, abracei meu pai, meu irmão e meus avós e saí. Minha mãe não ficou muito contente, meu pai e meu irmão perguntaram pra onde eu ia e eu saí deixando a bomba pra minha mãe responder. Provavelmente ela disse que eu ia pra casa de uma amiga e o Bruno sabia bem que amiga era. Meu pai já era mais ingênuo, nem imaginava.
Eu saí só com meu celular na mão, não peguei roupa, nem calcinha, nem os presentes pra Lud e família dela.
Entrei no carro da tia Sil.

_ Nossa que rápida Bru! - tia Sil disse enquanto eu colocava o cinto.
_ Vamos logo? Quero ver a Lud. - comecei a chorar
_ Se acalma Bru.
_ Estou ansiosa demais, com muita saudade. Meu coração parece que vai sair pela boca.
_ Então aquieta esse coração, respira porque ainda vamos pegar um trânsito.
_ Vou tentar. - eu disse e depois respirei fundo.
_ A Lud queria fazer uma surpresa pra quando você voltasse. Ela me disse que ia te buscar, levar você pra um lugar romântico pra vocês terem uma noite incrível.
_ A sua filha é maravilhosa, sempre pensa em todos os detalhes. Mas, ela sabe que a gente não precisa de nada pra ter uma noite incrível. Se tiver eu e ela em qualquer lugar desse mundo já é incrível.
_ Brunna, a Lud te ama de verdade. Eu sei que ela já magoou você, eu nunca fui a favor dela nesses casos. Mas, ela mudou por você e eu fico muito feliz. - comecei a chorar.
_ Meu Deus, eu não consigo parar de me emocionar hoje. Escuto o nome dela e as lágrimas caem involuntariamente. Não posso negar que foi muito difícil tia Sil, mas eu sempre acreditei no nosso amor e por isso que eu insisti. Eu amo a Lud e amo toda sua família. - tia Sil tirou uma mão do volante e segurou minha mão.
_ Estamos quase chegando. Quero ver a cara da Lud quando te ver Bru.
_ Meu coração vai sair pela boca.

Tia Sil parou o carro na garagem da frente e abriu a porta que dava na sala de estar pra que eu entrasse. Andamos no corredor, eu olhei pra escada que subia pro segundo andar que era o quarto da Lud. Meu Deus que desespero estava meu coração.

_ Acho que ela ainda tá dormindo Bru. - tia Sil sussurrava enquanto subíamos as escadas.
_ Acho que está sim, perfeito. - olhei pro relógio eram 11:40h
_ Vai lá e acorda ela, fica a vontade a casa é sua também.
_ Obrigada por tudo. - dei um abraço na tia Sil e abri a porta do quarto dela devagar. Tia Sil ficou na porta do quarto olhando.
Entrei, olhei pra cama dela e ela estava lá deitadinha, dormindo que nem um anjo. Comecei a chorar mais uma vez, mas era um chorar leve de felicidade, de alívio.
Me aproximei um pouquinho mais da cama e sentei do ladinho dela.

Pov Ludmilla :

Quase dois dias que eu não tinha notícias da Bru, eu está agoniada. Não dormi direito, não comi direito.
Falei com a minha mãe e ela me dizia o tempo todo pra eu me acalmar e que assim que a Brunna voltasse a gente ia conversar. Eu não podia esperar duas semanas pra conversar com ela, eu precisava saber porque ela não falava mais comigo. Precisava saber pra ter paz.
Virei a noite no meu estúdio, fiquei tocando, escrevendo, bebendo e chorando por ela. Eu nunca imaginei que chegaria a esse ponto.
Subi pra tomar banho o sol já tinha nascido, deitei na minha cama e enfim consegui pegar no sono.

_ Amor, Acorda! - ouvi um sussurro, senti um carinho nas minhas costas que estavam descobertas e sem blusa. Senti um cheiro que eu já conhecia e a presença da mulher que fazia eu perder toda minha postura.
_ Bru! Eu tô sonhando? - esfreguei meus olhos pra ter certeza se não era um sonho.
Me sentei na cama de frente pra ela e nós nos olhamos por segundos e nos abraçamos. Choramos desesperadamente nos braços uma da outra.
_ Não. Você não tá sonhando eu voltei. - eu apertava ela forte em meus braços, não sei se era pra ter certeza que ela estava ali ou pra não deixar ela ir embora nunca mais.

...

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E aí gente o que acharam?
Sei que o reencontro demorou um pouquinho mas eu gosto de escrever com muito detalhes porque acho mais interessante uma história assim.
Próximo episódio vai ter um diálogo lindo delas. ❤️
Comenta quem gostou? Só pra eu saber 😁🌈



Cartas para Bru (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora