Seis meses sem você

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Pov Ludmilla :

Acordei com minha mãe batendo na porta do meu quarto.
Já eram onze da manhã e eu ainda estava na cama. Coisa que não era nada comum, minha mãe se preocupou e subiu.

_ Ludmilla! Está acordada? - ela disse baixinho enquanto abria a porta devagar.
_ Vem cá mãe! - ela se aproximou me dando um beijo.
_ Tá tudo bem filha?
_ Está sim mãe.
_ Achei estranho você na cama até essa hora.
_ Meu alarme tocou hoje dizendo que faziam seis meses que a Bru tinha ido embora. Acabei ficando na cama pensando.
_ Você colocou um alarme minha filha? - minha mãe disse surpresa.
_ Coloquei. Agora falta só metade do tempo pra ela voltar pra mim de novo. - eu disse sorrindo.
_ Confesso que no início eu não botava muita fé nesse seu amor pela Brunna. Você sempre foi tão desapegada, nunca gostou de ninguém de verdade. Se empolgava mas logo passava.
_ Mas com ela é diferente, eu tenho certeza.
_ Mas ontem você saiu com o Gabriel né?! Vi o carro dele parando aqui. Voltaram cedo.
_ Sai sim mãe, acredita que ele pranejou um encontro romântico?
_ Claro Lud, ele sempre foi louco com você. - minha respondeu nada surpresa.
_ Ah sei lá.
_ Então quer dizer que você está sofrendo por amor no ombro amigo do Gab. - minha disse rindo
_ Não dona Silvana, eu não tô pegando o Gab não. Sai com ele como amiga, ele tentou me beijar e eu disse que não podia.
_ Você dizendo não pra um contatinho seu? Quem te viu, quem te vê Ludmilla. - minha mãe me zuava.
_ Pela primeira vez na vida estou conseguindo ouvir meu coração.
_ Mas você sempre me dizia isso, com todo mundo que trazia aqui. Mãe eu tô ouvindo meu coração. - minha mãe não parava de me zuar.
_ Mas é porque antes meu coração falava vários nomes comigo e eu não conseguia entender bem. Mas hoje ele fala só um, hoje ele grita: Brunnaaaa. - nós rimos.
_ Vou ter que ir parar nos EUA pra trazer a Bru de volta.
_ Mãe eu te amo! - minha mãe me olhou surpresa e me abraçou. Eu amo muito a minha mãe, eu sempre demonstrava muito isso mas nem sempre eu dizia.
_ Eu te amo mais que tudo filha! - ela é a minha melhor amiga.

Desci com ela pra tomar café, abracei minha avó, dei um tapa na cabeça do Marcos e atrapalhei o cabelo da Luane. Eu tenho a melhor família do mundo.

Pov Brunna :

Seis meses já tinham se passado, as coisas aqui não eram tão agitadas quanto no Rio. Eu tinha pouquíssimos amigos e estava com tanta saudade da minha família que doía.
E também tinha a Lud, não existia um minuto do meu dia que eu não pensasse nela. As nossas lembranças felizes eram minha motivação pra continuar.
Nesses seis meses eu estudei muito inglês, dança, me dediquei demais. Tudo pra não pensar, pra ter forças para concluir esse ciclo.
A metade do caminho é a parte mais dolorida pra mim, você sabe que já passou bastante coisa mas ao mesmo tempo ainda falta muito.
Hoje eu vou disputar a final de um campeonato internacional de dança e eu fui a bailarina escolhida pra representar o circo. Estava muito ansiosa e feliz.

_ Brunna! - Alice batia na porta do meu trailer.
_ Oi Alice! - disse abrindo a porta dando um beijo e um abraço nela.
_ Estou muito ansiosa.
_ Eu sei, por isso vim aqui. Você vai arrasar amiga. Você é a melhor bailarina daqui.
_ Tomara amiga, você sabe quanto eu me dediquei pra isso.
_ Sei bem e eu vou estar na primeira fileira vendo você levantar o troféu.
_ Obrigada por tudo, por estar comigo. - Alice me abraçou.
_ Agora vai descansar e se arrumar, mais tarde eu volto aqui pra irmos juntas.
_ Tá bem.

Alice foi embora e eu deitei um pouco pra depois me arrumar pro concurso.
Acordei um pouco atrasada, tomei um banho rápido pois eu demorava bastante para me maquiar.
Encontrei a Alice na porta do trailer e fomos pra Van que nos levaria até Nova Jersey onde era o estádio que seriam as apresentações.
Eu estava gelada de tão nervosa. Só queria um beijo do meu amor pra que eu pudesse me acalmar.
Fechei os olhos e imaginei que a Lud estava segurando minha mão e fui assim até que Alice me cutucou:
_ Chegamos Bru - Alice me acordava dos meus pensamentos.
_ Eu vou subir lá e vou ganhar esse troféu Alice, por mim. Porque eu vim aqui pra isso.
_ Tenho certeza que vai maravilhosa. - Alice me abraçou e eu fui direto pro camarim.
Subi no palco e dei o meu melhor. No fundo do meu coração eu sabia que ia ganhar esse troféu.
O show aconteceu, eu troquei de roupa e me sentei do lado da Alice esperando o resultado.
Depois de tanta ansiedade o nome da vencedora estaria no telão do palco. E quando eu li " BRUNNA" eu fiquei sem reação, não estava acreditando.
_ Bru, você venceu!!! Eu te falei. - Alice pulava e me sacodia.
_ Não estou acreditando - eu comecei a chorar e pular.
Subi no palco e peguei meu troféu. O circo inteiro me parabenizou. Eu via o quanto todos estavam orgulhosos de mim por terem me escolhido.
_ Hoje é a primeira vez que eu te vejo tão feliz assim Bru. - Alice realmente não tinha me visto feliz de verdade desde que eu cheguei.
_ Mas falta uma coisa pra minha felicidade ser completa.
_ O que? - Alice perguntou
_ A Lud. Preciso contar pra ela que eu ganhei um troféu.
_ Liga pra ela Bru, vocês se amam. Chega de ficar ignorando esse sentimento.
_ Hoje fazem seis meses que não ouço a sua voz.
_ Então liga.
_ Não quero que ela saiba meu número, não quero que ela fique me ligando sempre. Quero cumprir meu ano aqui como eu planejei.
_ Faz o seguinte Bru, liga no privado. Conversa com ela só hoje. Segue seu coração.
_ Vou ligar. Meu Deus estou tremendo mais do que quando subi naquele palco.
_ Liga agora então.
_ Tá.

Sai de dentro do estádio e fui para uma área aberta, onde tinha um gramado. Peguei meu celular na bolsa, respirei fundo e disquei

📞 Ligação on

_ Alô!
_ Bru! É você?...

(CONTINUA...)

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Me contem aí se estão gostando

Cartas para Bru (Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora