Capítulo 42: Cristo.

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Boa leitura, xoxo

A R I A

Estranho não era o suficiente para descrever como o dia de hoje estava sendo.

Eu desisti de tentar entender quando cheguei na sala e encontrei meu pai ganhando do Zayn num jogo de videogame. O estranho não era ele estar ganhando, o estranho era a cena em si. Minha mãe, por outro lado, não poderia estar mais feliz com tudo acontecendo na sua frente. Quando nos despedimos, quase de noite e porque Genevieve já tinha ligado mais de uma vez para conferir se estávamos vivos , os dois parecem tristes em nos ver partir.

Tento não me despedir muito para não chorar quando sinto o famigerado aperto no coração. Aquele que dá toda vez que você se despede de alguém que sabe que vai demorar muito para ver novamente, sabe? Mas, felizmente, ele também era aquele aperto que depois da primeira meia hora aliviava e você se acostumava novamente com a falta que os entes queridos lhe faziam todos os dias.

Era apenas como tinha que ser.

- Minha mãe ainda não se acostumou até hoje. Ela chora todo dia que eu vou embora. - Zayn murmura baixo, enquanto dirige para chegarmos ao hotel, como o combinado.

- Deve ser horrível. - Porque a gente ainda está fazendo alguma coisa, os pais deviam apenas sentir saudade de algo que sempre estiveram com eles e agora veem mal e mal uma ou duas vezes por ano.

- Quando saímos em 2010 de casa, nunca imaginamos que não voltaríamos mais. É estranho. - Ele está olhando fixamente para a estrada enquanto fala, a mão girando o volante de forma precisa e controlada. Não sei porquê, mas nunca imaginei ele como um bom motorista. Na real, nunca imaginei ele como motorista de forma geral.

Não sabendo se ele queria se aprofundar no assunto, apenas deixo sua frase no ar. Se eu fosse parar para pensar bem, eu não estava sabendo de nada que estava acontecendo.

Conversamos o resto do caminho coisas avulsas, não tendo nenhuma conversa muito demorada ou de muito significado, apenas para preencher o silêncio que se instalava. Não foi desconfortável ou confortável, apenas foi um meio termo neutro. Acho que nenhum de nós dois estávamos sabendo direito em que pé estávamos ou o que estava acontecendo no momento. Tudo estava confuso e indefinido.

Mas ao mesmo tempo... não. Também sentia que eu estava fazendo uma tempestade no copo de água por algo que já passou. Zayn já deixou claro que me desculpou, apenas não queria tentar mais nada e eu estava de boa com isso, mas não conseguia deixar a ideia desgraçada que tinha algo errado e que ele ainda não tinha me desculpado. Não sei, como se ele não devesse ter me desculpado. Eu estava me sentindo culpada o suficiente para fazer o trabalho para nós dois e novamente... Tudo parecia ser apenas um grande e tremendo drama apenas na minha cabeça, quando para todo mundo e, principalmente, para o ser maior em questão - Zayn - já estava tudo resolvido.

- Vamos ter que ficar uns minutinhos aqui. - Só noto que o carro parou porque Zayn falou isso.

Me viro para ele confusa.

- Como assim? - Ele desliga o carro, girando a chave e tirando, para me responder.

- Vão nos fotografar dentro do carro. Deixa as coisas mais "naturais" quando saírem as fotos. - Zayn explica e assim como Louis, parece ser um expert no assunto. - Agora vire para mim e vamos fingir que estamos conversando.

No momento que ele fala isso, um flash clareia a visão da frente e eu fico perdida, sem saber direito o que fazer, mas, novamente, Zayn parecia saber disso, então ele o dedo suavemente em baixo do meu queixo e guia o meu rosto na sua direção, só soltando quando ele inclina o corpo para frente, deixando nossos olhos - e outras coisas - bem próximos um do outro. Ele levanta as duas sobrancelhas, brincando e eu rio, me afastando.

Famous - Zayn Malik.Onde histórias criam vida. Descubra agora